ʜᴏᴜsᴇ ᴏғ ᴄᴀʀᴅs

Wet Work III

"Namjoon, você tem que ver esse homem."

Namjoon não estava prestando muita atenção ao que estava na frente dele. Um arquivo, ele podia ver muito, mas ele não sabia os detalhes. Poderia ter sido sobre qualquer um, qualquer coisa, pois seus olhos tinham estado apenas olhando para o papel com intensidade suficiente para acendê-lo em vez de lê-lo. Hoje em dia, concentrar-se era uma tarefa difícil, uma tarefa muito difícil. Como ele poderia se sentar lá e deixar sua mente estar preocupada e distraída quando havia um assunto muito importante em mãos?

Taehyung.

Fazia mais de vinte e quatro horas desde que Taehyung ligara para ele. Se ele desse uma estimativa precisa, ele o fixaria em aproximadamente quarenta e nove horas, dezessete minutos e cinco segundos. Seis ... sete ... oito. Ele não gostou desse fato, mas sabia que isso poderia significar muitas coisas. Não tinha que significar que algo ruim havia acontecido, não de jeito nenhum. Taehyung podia estar distraído agora, sob os olhos vigilantes dos superiores e incapaz de seguramente colocar a mão em um telefone descartável para passar uma mensagem. Ele tinha ido muitos mais dias quando esteve disfarçado sem contato com o mundo exterior, mas isso não significava que ele não iria se preocupar. Era Taehyung, não ele, e ele não sabia o que poderia ter acontecido naquelas longas horas.

Talvez nada, talvez tudo.

Taehyung poderia estar do outro lado da capital em uma cela de drogas, poderia estar em uma reunião, poderia estar desmaiado bêbado em um clube de strip, poderia estar morto, poderia ser qualquer coisa. Tantos resultados possíveis e nenhuma maneira de dizer qual deles era verdade. Namjoon tinha tomado para garantir que o telefone estava em sua mira a todo custo, seja durante o horário de trabalho de luz do dia ou à noite. Taehyung só poderia encontrar tempo para ligar no meio da noite, o que significava que ele tinha que estar preparado. Taehyung poderia ligar enquanto ele estava em uma porra do banheiro e ele não podia se arriscar a perder a única janela de tempo porque ele estava muito ocupado irritando quatro xícaras de café.

Taehyung estava vivo agora, ou ele poderia estar morto. Era muito Schrödinger para ele agora. Namjoon não lidou com talvez's, ele lidou com fatos sólidos. Ele só precisava do telefone para vibrar em sua mesa ao lado de sua caneca de café para que ele soubesse que Taehyung ainda estava respirando e então ele poderia respirar novamente, poderia se concentrar no trabalho. Mas então a voz do membro da equipe o chamou e o arrastou de volta à realidade novamente.

A pele de Hoseok era muito mais pálida do que o normal, notavelmente. Havia manchas gêmeas de cor alta em suas bochechas dando-lhe um olhar corado que Namjoon associava a muitos cafés, notícias importantes e uma revelação chocante de algum tipo. Ele aprendeu a ler as pessoas e às vezes ele não conseguia mudar a habilidade. Mesmo quando isso significava aprender maneirismos entre os membros da equipe e a costumeira jovem que servia café na loja do outro lado da rua. E o que seus maneirismos aprendidos sobre Hoseok lhe diziam era que o jovem tinha uma bomba para cair.

Fale comigo, Hoseok.

"Corpo morto encontrado em Gangdong-gu a partir das 5:31 da manhã. O corpo foi removido e identificado. Haedogje Pa. Coloque sua bunda naquele banco, siga-me."

Na maioria das circunstâncias, ele teria se recusado a sair dali, mas entendia a linguagem brusca e o comportamento de Hoseok. Isso era algo sério e ele precisava ver. Então ele empurrou a cadeira para fora, pegou o telefone descartável e o seguiu através do escritório para sair para o corredor.

"Fotografias estavam flutuando ao redor da piscina, tentando obter uma identificação positiva e Sungah fez isso por nós. Ela nos acertou no caso, obrigada, porra" explicou Hoseok enquanto o guiava pelo departamento e descia um lance de escadas para chegar ao primeiro andar. Namjoon apenas segurou a língua enquanto o seguia para uma grande sala cheia de barracas e lotada de pessoas. Sungah estava de pé na sala em uma mesa, as mãos nos quadris e a cabeça inclinada de uma maneira que mostrava impaciência.