Deadshot III

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O carro não parou na frente do hotel ou mesmo de um hospital como ele esperava, mas sim em um prédio de tijolos de aparência sombria no meio de um bairro bastante desolado. Taehyung não estava totalmente certo do que estava esperando, mas sabia que não era isso. Na escuridão da noite, ele mal conseguia distinguir o edifício, pois parecia haver venezianas nas janelas e na porta da frente. Se não fosse por um poste de luz muito alto na frente do carro, ele provavelmente nem teria notado. Olhando pela janela do banco de trás, Taehyung descobriu que não sabia o que poderia estar lá dentro. Poderia ser um antro de drogas, cassino, bordel, clube, até mesmo a porra de um hospital, pelo que ele sabia, porque havia aprendido que Haedogje Pa podia esconder absolutamente qualquer coisa em qualquer lugar. 

Quando o motor parou e colocou o carro no silêncio, Jungkook finalmente parou de pressionar seu ombro ferido. Ele puxou o chumaço de tecido e Taehyung pôde ver que pelo menos havia parado de sangrar. O ferimento à bala ainda era uma trincheira horrível em sua carne, a área circundante rosa e começando a parecer inflamada aos olhos. Mas não estava sangrando e ele achou que era um bom sinal. Menos sangue a perder visto que já tinha perdido bastante quantidade. O quanto ele poderia perder antes que fosse perigoso, ele realmente não sabia, mas ele não achava que tinha perdido tanto ainda. Ou pelo menos ele esperava que fosse esse o caso.

— J-jungkook, onde estamos? — Taehyung perguntou, ouvindo sua voz trêmula como ele, provavelmente o resultado do choque. Se ao menos o choque parasse a dor horrível e latejante em seu ombro que fazia seu corpo doer. Talvez fosse porque ele também sentia frio, com exceção do ombro em chamas.

— Confie em mim. — Jungkook entoou enquanto abria a porta. — Você vai receber tratamento aqui, eu tenho um homem aqui que pode consertar você.

— O-OK — Taehyung acenou com a cabeça para ele, sentindo seu cabelo cair sobre os olhos enquanto o fazia. Ele não teve forças para tentar empurrá-lo de volta no lugar e apenas deixou a mecha de cabelo encharcado de suor pendurada na frente de seus olhos. — Eu confio em você.

Foram necessários os esforços de Jungkook e do motorista para tirá-lo do carro. A tarefa não era particularmente difícil para nenhum dos dois parecia dar a mínima se empurravam seu ombro e ele gritava de dor. Não houve toques suaves e palavras de encorajamento. Não, Taehyung foi rudemente puxado para fora do banco de trás e ao longo da calçada e nenhuma maldição os fez parar. Ele acabou com o braço ferido jogado sobre os ombros do motorista para que ele pudesse ser carregado com mais facilidade. Ele foi levado pela frente do prédio e descendo por um beco estreito para chegar aos fundos. Havia uma única porta ali, de madeira e um tanto gasta pelos anos. A tinta havia rachado e descascado em partes para criar uma ondulação semelhante a uma teia de aranha na madeira marrom escura.

Jungkook não se incomodou em bater educadamente, mas sim ergueu uma perna, o joelho dobrado e chutou com força. Seu pé se conectou com um som de batida forte e a porta realmente sacudiu no batente com a força de seu chute. Taehyung sentiu sua própria cabeça tombar para pousar em seu pescoço e ainda assim o homem mais jovem não deu de ombros. Em vez disso, ele o deixou descansar a cabeça contra ele, mesmo quando o ângulo fez seu ombro doer. Todos os ângulos pareciam fazer doer e manter a cabeça erguida de maneira adequada parecia ser a pior posição de todas. Jungkook tinha acabado de levantar a perna novamente em preparação para outro chute, claramente insatisfeito com o fato de que ele teve que esperar, quando a porta se abriu para dentro.

O homem do outro lado parecia ser incrivelmente velho, possivelmente velho o suficiente para ser seu avô, mas apesar disso parecia estar alerta. Seus olhos estavam afiados e não turvos com a idade e quando ele ergueu a mão e gesticulou para eles, seus dedos não tremeram nem um pouco.

ʜᴏᴜsᴇ ᴏғ ᴄᴀʀᴅsOnde histórias criam vida. Descubra agora