Peach III

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Já era tarde da noite quando Jungkook entrou na suíte novamente. Naquela época, Jimin havia passado algum tempo na academia, folheado várias revistas e jornais em seu telefone e sido escoltado ao redor do quarteirão para levar Wangbi para um passeio com Taehyung. Ele estava começando a não gostar muito do fato de estar constantemente sendo escoltado, mas sabia que era inútil reclamar de tudo isso. De qualquer forma, tudo cairia em ouvidos surdos, e depois do que acontecera com Woo, ele sabia que seria babá em um futuro próximo, e saber disso era muito deprimente. Tanto para ir a desfiles de moda e inaugurações de lojas como de costume, tanto para poder respirar um ar fresco que não saía de uma janela aberta sem outro homem respirando em seu pescoço.

Hoje em dia, Jimin se sentia como se estivesse na coleira com mais frequência do que seu gato de estimação.

Jungkook entrou na suíte por conta própria, emitindo um ar inquieto no segundo em que entrou na sala. Ele não estava usando o paletó e ele estava dobrado sobre o antebraço, e os dois primeiros botões da camisa já estavam abertos. Seu cabelo estava mais bagunçado do que o normal, a divisão não tão definida e uma mecha enrolada livremente sobre a testa como uma vírgula. Jimin estava acariciando Wangbi e ouvindo música tocando baixinho nos alto-falantes da suíte e, ao chegar, pegou o controle remoto para desligar o sistema.

— Eu tenho um vôo para pegar hoje à noite — Jungkook explicou antes mesmo que ele pudesse perguntar o que estava acontecendo. — Para Cingapura.

Jimin nunca tinha estado em Cingapura com ele antes. Havia muitos negócios para cuidar naquele país, nunca tempo suficiente para diversão para os dois. Ele tinha sido levado para outros lugares, porém, a maioria dos quais tinha cassinos e outras formas de entretenimento de qualidade. Hong Kong, China, Havaí, apenas vários dos destinos aos quais Jungkook o levara para um fim de semana de êxtase. Não, esta viagem a Cingapura seria totalmente relacionada a negócios e, então, ele foi mais uma vez delegado para ficar preso na suíte da cobertura como uma dona de casa.

— Cingapura? — Jimin perguntou confuso, os dedos parando de acariciar o pelo do gato. — Para que você precisa ir a Cingapura, querido?

 Jungkook cruzou a sala no ato de se despir, jogando seu paletó dobrado na mesa de jantar. Claramente ele estava com pressa, pois sabia que estava indo direto para o chuveiro e uma nova muda de roupa. Então ele iria começar a empacotar as coisas em preparação para o vôo e deixá-lo novamente.

— Negócios — ele explicou, como se isso não fosse nada óbvio. — No Casino Gold Monkey, tenho uma reunião muito importante com os homens do papai para discutir questões urgentes em mãos.

— É... seguro para você deixar o país agora, Kookie? — Jimin perguntou enquanto o observava desabotoar a camisa. Jungkook parou no ato de soltar uma das algemas e olhou para ele por um momento. Então ele foi até a cama e estendeu a mão para colocar a mão em seu cabelo.

— Claro que é, querido, por que não seria?

— Eu não sei, mas depois do que aconteceu com Woo eu acho que você deveria ter cuidado. Muito cuidado — Jimin explicou, sentindo seus dedos percorrerem sua nuca antes de moverem para segurar sua bochecha. — Há algo acontecendo em Haedogje Pa. Você sabe disso, até eu sei disso, Kookie, posso sentir que algo está errado.

— Babe, se um homem ao menos olhasse de uma forma que eu não goste, ele se arrependeria. Ninguém vai chegar perto de mim — explicou Jungkook. — Eu terei Taehyung comigo o tempo todo.

Jimin sabia por que havia mencionado Taehyung, é claro. Taehyung sabia como manusear uma arma. Era a maneira de Jungkook dizer a ele que estava em boas mãos, sem ter que especificar nada a ver com armas e possivelmente correr o risco de preocupá-lo. Esse conhecimento não o fez se sentir melhor, na verdade Jimin tinha certeza de que isso o fez se sentir pior, pois seu estômago deu uma cambalhota horrível e ele não pôde evitar se mexer na cama desconfortavelmente.

ʜᴏᴜsᴇ ᴏғ ᴄᴀʀᴅsOnde histórias criam vida. Descubra agora