Estava sendo difícil para Mahina conciliar o tempo, entre o paraíso, purgatório, seus pais e principalmente, os seus irmãos. Além, das aulas que tinha que fazer. Tudo isso para quê? Era o que a loira pensava enquanto caminhava vagarosamente até a sala do seu pai e mestre.
— Você está atrasada — Gowther falou rigorosamente, assim que viu a mais nova adentrar o cômodo, mas amoleceu o tom ao perceber a feição cansada da filha. — O que aconteceu, querida?
— Só estou um pouco cansada — suspirou, arrastando o corpo até uma cadeira e se sentando a frente do mestre.
— Estão sobrecarregando você de novo, não é? — questionou com um tom mais elevado, Mahina não podia ser sua filha de sangue, mas é ele que está criando-a. — Eu vou falar com as divindades...
— Pai! Não precisa — os olhos verdes da mesma transmitia um certo receio. — Eu mesmo que fico sobrecarregada. Sabe? Quando o Meliodas nasceu, eu queria ficar com ele... E agora com o nascimento do Zeldris, não estou cumprindo as minhas atividades.
— Você gosta muito dos meninos, não é? — os olhos do mais velho, podiam ver um brilho nos olhos cansados da loura.
— Sim, do mesmo jeito que o senhor gosta mãe — um sorriso no canto do rosto do mago foi inevitável, como ela podia ser tão pura mesmo depois de tantos anos?
Mahina não era mais a mesma garotinha assustada que ele conheceu. Os cabelos longos da mesma ultrapassava a cintura, tinha ganhado curvas, e ficando cada dia mais linda — como uma devida descendente direta da Deidade Suprema —, se Gowther fosse contar em anos terrestre a aparência da filha, ela teria na base dos seus dezoito. Mas tudo isso não importava, para o mago, a sua discípula continuava sendo uma menininha com medo.
— Não, é diferente... O que eu sinto pelo Glariza, é mais do tipo... O que você sente pelo Ryudoshel — falou o mais velho, enquanto pulava algumas páginas do seu livro de magia.
— E--u, eu... — Mahina não entendia o porquê do rubor facial, e nem o porquê de estar gaguejando, e quando olhou para o Gowther, pode perceber o sorriso no rosto dele, então questionou. — E o que o senhor sente pela mãe?
— Eu amo a Glariza, não um amor de família como sinto por você, e como você sente pelos seus irmãos. Um amor do tipo entre homem e mulher, que se juntam para construir uma família, sabe?
Não, ela não sabia. Não nasceu de uma forma normal e as únicas pessoas que eram "seus pais", era um mago e uma demônia.
— Será que um dia vou construir uma família? — os seus olhos verdes, buscaram as iris amarela do seu pai, que soltou um riso nasalado.
— É claro que vai — falou confiante de que o destino de sua criança fosse diferente da que os seus criadores pensaram. — Mas não agora... Você tem ir encontrar o Ryudoshel para o treinamento, não é?
— Sim, vamos fazer treinamentos de espadas — relembrou, tomando uma posição mais robusta na cadeira. — Vamos terminar logo aqui.
— Não, você pode ir. O que eu iria enviar a você era só uma revisão — mentiu, tinha que ensinar novos feitiços para a mesma, porém ela teria que ter um tempo a mais para si, e depois ele retomava os estudos com ela. — Vá lá, depois conversamos.
Mahina não pensou duas vezes, ao sair da sala do pai. Assim que chegou ao ar livre, se sentiu bem. Liberou suas asas e sobrevoou a enorme propriedade do pai, e ao longe já percebeu os longos cabelos daquele que dividia seu tempo no paraíso. Ryudoshel tinha acabado de chegar na terra, e sentiu a presença da mais nova.
A asas de Ryudoshel eram deslumbrantes aos olhos de qualquer pessoa, suas penas brancas que quando o sol refletia parecia brilharem, o arcanjo tinha uma beleza única, que encantavam tantos os seus quantos os humanos. O moreno era cobiçado por muitas mulheres, mas o mesmo só se importava com a sua família e com uma certa filha da Deidade Suprema.
— Você chegou cedo — falou o mesmo, assim que Mahina parou a frente dele. — Pensei que estava com o mago.
— O meu pai me deu um tempo livre — falou alegremente, girando no ar, o fazendo sorri. — Vamos treinar?
— Não — os olhos azuis de Ryudoshel buscaram os olhos confusos da loura. — Se o mago deu um tempo para você, acho que também posso. Que tal irmos até a vila dos humanos?
Os olhos verdes de Mahina brilharam com essa sugestão do Ryudoshel, ela amava ficar entre os humanos e se sentir como uma deles. Sem pensar duas vezes começou a cair em velocidade até a terra, sabia que tinha uma vila próxima, assim que aterrissou suavemente na terra, guardou as asas, e o arcanjo fez o mesmo.
— Como vai o Mael? — questionou a loira, assim que começaram a andar em direção a vila.
— Mais esperto a cada dia — o sorriso no rosto do maior era inevitável. — E os seus irmãos?
— Meliodas cresce a cada dia e o Zeldris bom... É o meu amado irmão. Não que não ame os dois... Mas ao olhar os olhos verdes dele, e do Meliodas.... Me sinto tão bem — suspirou amorosa, lembrando dos pequenos.
— Eu entendo perfeitamente, me sinto assim quando olho para você — o mesmo pensou alto demais, fazendo Mahina escutar e ele coroar. — Quer dizer... Sabe? Nós...
— Nos conhecemos a anos — falou loura com um sorriso no rosto, e quando ia continuar, escutou um badalar de sinos. — O que é isso?
— Está vindo do vilarejo — respondeu o mais velho. — De uma igreja.
— Vem, vamos.
Antes mesmo dele responder, Mahina agarrou a mão do moreno e correu na direção do som. Assim que se aproximaram da igreja, viram um casal saindo e pessoas ao redor deles comemorando e dando-lhe parabéns.
— O que é isso? — questionou a loira, olhando com certa admiração para o que casal.
— Um casamento — responde o moreno, desviando o olhar para a mais nova ao seu lado. — Os humanos têm uma vida curta, então eles casam e se multiplicam... Como prova do amor deles.
— Multiplicam? — os olhos verdes dela, encontraram os azuis turquesas dele.
— Sim, tem filhos... E constroem famílias.
— Ryudoshel? — voltando a olhar o casal, a mesma parecia pensativa. — Você pode me prometer uma coisa?
— Claro.
— Um dia... Poderemos construir uma família? Igual ao que os humanos?
Mahina entendia o que estava pedindo ao arcanjo, e o mesmo compreendeu os sentimentos da deusa. Ele já sabia a um tempo o que sentia, agora ela confessou para ele, nas entrelinhas. Voltando a segurar a mão da loura com mais firmeza, ela voltou a encara-lo, o moreno tinha um sorriso no rosto.
— Mal posso esperar o dia para te chamar de minha esposa.
Lembrança Off
Assim que Mahina viu o casulo onde o Meliodas estava, se sentiu triste. Aquele não deveria ser o destino dele, quando voltou a olhar para o Zeldris um mesmo tinha um feição confusa.
— O que vai acontecer com ele?
— Vai voltar a ser como era antigamente e nem mesmo, recuperando os sentimentos... Será capaz de controlar os poderes — preocupação era nítida na voz da mesma. — Mesmo sendo filho do rei dos demônios... Quando eu ajudei o nosso pai, coloquei um feitiço a mais.
— O que?
— Quem consumisse mais de um mandamento, seria preenchido pelo ódio e escuridão. Apenas o nosso pai podia consumir vários mandamentos.
— E você? — ela não respondeu. — Mahina!!! O que você vai fazer?
— Vou absorver os mandamentos antes que dominem o Meliodas — com um sorriso no rosto ela parecia esperançosa. Só parecia.
Oi gente, feliz ano novo pro cês.
Amo vocês e não desistam de mim ♥❤❤
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Mahina- * Nanatsu no Taizai *
Fiksi PenggemarFilha da Deidade suprema e do Rei do inferno, Mahina originalmente foi criada para ser o elo entre os dois mundos, mas sendo criada por um mago de confiança a deusa começou a ter ideais diferentes de seus criadores e acabando por criar um laço de a...