Kara.
Lena apareceu na empresa atrasada de novo, mal havia chegado e transpirava mal humor, ainda mais ao dizer:
- Porque tá sentada na minha mesa?
- To ajeitando os relatórios que você precisa fazer hoje. - expliquei -
- Relatórios? - falou fazendo cara feia -
''Cara feia pra mim é fome!''
- É. Depois de fazer, você vai me mostrar, aí vou apontar os erros. Ah, e se tiver dúvida, é só me pedir.
- Ok. Dá pra sair da minha cadeira então?
Me impressionei com a grosseria dela e, ao invés de me irritar, acabei rindo. Ela era tão desaforada que chegava a ser engraçado... Não pude evitar o sorriso:
- À vontade.
Ela se sentou sem falar nada e começou a trabalhar. Trabalhei também e a sala ficou em um silêncio total. Fui dar uma olhadinha para ela para ver se estava ocorrendo tudo bem e... Putz! Ela havia aberto a blusa social, deixando um decote generoso à mostra, ficando totalmente... sexy. Infelizmente, tinha que admitir que aquela menina era muito bonita. Não consegui parar de encara-la.
''Ela é muito bonita, estou apenas admirando a beleza dela!''
Infelizmente, admirando tempo o bastante para ela perceber e...
- Tá olhando o que? Perdeu alguma coisa?
Arregalei os olhos. A menina era astuta. Falou de uma forma que eu não tive outra reação ao não ser...
- Olhando para o quê menina? Tá maluca?
- Para mim. Acha que eu não percebi?
Rapidamente me recuperei do susto tomado e a respondi direito:
- To olhando sim, pra ver se você tá indo bem.
- Ok, então para! Por que tá incomodando.
- Como se olhar matasse.
Ela levantou sem dizer mais nada, apenas avisou:
- Vou tomar uma água.
Não pude evitar o comentário:
- Ué, se te incomoda tanto que te olhem, porquê tá saindo com essa blusa aberta? - falei ironicamente - Você gosta de chamar atenção, Lena...
Estava estranhando em ataca-la - ou seria me defender? - dessa forma...
''Não conheço essa menina nem a 4 dias e ela já está me tirando do sério.''
Ela ficou vermelha de raiva, e enquanto fechava os botões da blusa, falou:
- Pelo menos eu não fico me agarrando com os outros na boate. - disse irônica -
Ela nem me deixou responder e saiu da sala... Dessa vez eu havia conseguido me irritar de verdade. Como é que uma pessoa não consegue conviver em paz com as outras, comentando o mínimo de coisas possíveis e falando sobre assuntos profissionais? Porque com ela sempre tem que ser na base da grosseria, da briga?
Aliás, uma coisa que eu não sou mesmo de fazer, é brigar. E olha o que eu consegui: Em menos de 4 dias conhecendo uma menina, já discutimos 2 vezes, por motivos que até hoje eu desconheço.
Ela ficou muito tempo lá fora, tempo demais para quem ia beber apenas uma aguinha... Depois voltou sem dizer muita coisa, mas parecia estar mais calma, apesar de que o olhar irritado e insatisfeito parecia o mesmo.
A partir daí foi um caos, ela começou a errar muitas coisas no relatório, coisas bobas, nas quais tive que corrigir muitas vezes. O trabalho dessa vez não foi muito produtivo e percebi que ela não estava muito concentrada, mas preferi não comentar muito. Quanto menos falasse com ela, melhor.
Deu 7 horas da noite e terminamos o que devíamos fazer... Fui embora antes dela, que estava organizando algumas coisas na sua bolsa... Me despedi da chefa, dos empregados que restavam e fui para casa.
Quando eu estava ainda na calçada do prédio da empresa, eu sinto uma mão me puxar... Olho para trás e vejo a Lena me olhando de forma tão profunda que, inevitavelmente me arrepiei.
''É o frio...''
- Kara!
- Fala. - falei sem muita paciência, afinal, ainda estava muito irritada com ela -
- Eu... Er... Bem... Eu queria te pedir... Er... Desculpas...
- Desculpas? - levantei a sobrancelha -
''Tem algo nisso aí.''
- É, por ter sido rude com você e tudo mais.
A olhei estranhando.
- Aconteceu alguma coisa?
- Não. Só fiquei arrependida do modo que te tratei hoje... Não fui justa sabe.
Ela falou de um jeito tão manso que até então eu não conhecia que acabei amolecendo. Suspirei antes de falar:
- Tudo bem.
- Que bom... - sorriu largamente e eu prestei atenção nesse gesto - Bom, vou indo, minha mãe tá me esperando. Até amanhã.
- Até!
Ela olhou para a sua mão que ainda estava no meu braço e tirou devagar... Logo após isso, me olhou... Correspondi o olhar... Ficamos uns segundos nos olhando, até que eu cortei o silêncio:
- Er... Tchau, Lee.
- Tchau, Ka.
Saiu andando e resolvi ir logo para o ponto de ônibus, pensando no sorriso dela...
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Inevitável - SuperCorp
Fiksi PenggemarO que você faria se estivesse apaixonada pela filha de sua chefe? Escolheria o amor da sua vida ou o emprego dos seus sonhos? Fanfic adaptada cujo a autora original é a Debbi, portanto todos os direitos reservados a ela. SuperCorp AU.