A nossa Fronteira

Capítulo 27

Narradora on****

Allura estava parada em frente à porta. Seus cabelos brancos estavam molhados, caídos em seu corpo.

Seu uniforme completamente encharcado, colado em sua pele fria. Seus lábios molhados, seus olhos marejados.

Ela respirava pesadamente. Aquela cena fez todos os neurônios de Shiro explodirem.

O homem se levanta e puxa a Alteana.

Ele empurra Allura na parede e bate suas mãos aos lados da morena para que ela não conseguisse fugir.

A parede treme com os golpes e Allura petrifica.

Shiro permanece prensando a mulher na parede, se aproximando cada vez mais até tomar os lábios dela em um beijo desesperado, sem tempo para pausas.

Allura agarra as costas do maior e o puxa para mais perto.

Shiro agarra os cabelos de Allura e então a guia com seu corpo até uma das camas.

O japonês se vira e empurra a morena que caí sentada na cama.

Shiro a empurra lentamente e fica por cima da mesma, os cabelos brancos de Allura se espalham por toda a cama.

Shiro a beija mais algumas vezes antes de parar.

Allura o encara corada, ela arfava juntamente com Shiro, a respiração de ambos escapando de suas bocas como fumaça.

Allura respira fundo.

Allura: eu sinto muito...(Ela diz baixinho)

Shiro a encara abobado.

Shiro: como? (Ele pergunta atônito)

Allura: por ter feito o que fiz. Você estava certo mas eu não pude me  controlar, tive que me meter e tentar ajudar. Isso te deixou preocupado...sinto muito...(a alteana fala calmamente)

Shiro sente seu pulso acelerar. Ele não podia evitar desejar cada parte daquela mulher, ele estava viciado, intoxicado pelos beijos quentes e pelas promessas palpáveis.

O homem sorri de lado antes de capturar os lábios dela novamente.

Allura arregala os olhos antes de suspirar de prazer.

Shiro: está tudo bem agora. Não posso te impedir de fazer o que quer, só peço que me escute quando te pedir algo. Se o faço é pelo seu bem. (Shiro diz alisando o rosto aveludado e molhado da alteana)

Allura fecha seus olhos e sente o calor da pele do humano aquecer-lhe a alma.

Shiro: eu amo isso sabia? (Ele pergunta em um tom sereno)

Allura abre seus olhos turquesa e interroga curiosa.

Allura: ama o quê? (Ela pergunta)

Shiro: essa sua face. Você parece tão...em paz, segura. (Ele fala com os olhos brilhando)

Allura: bom, eu costumo ficar assim quando estou em seus braços. (Ela diz não contendo um sorriso quando avista as bochechas coradas do maior)

Shiro: você deveria procurar algo seco para vestir. Vai acabar ficando doente. (Shiro diz se levantando e ajudando a morena)

Allura fica na ponta dos pés e rouba um beijo do rapaz que trava espantado.

A Alteana dá a volta no homem e caminha em direção à porta.

Allura: sim capitão! (Ela diz e some pelos corredores)

Shiro se permite soltar o ar de seus pulmões antes de caminhar até o centro de operações da base.

No caminho ele encontra com Matt e sorri para o mesmo.

Matt sorri de volta e caminha em sua direção.

Shiro: alguma notícia sobre as tropas galras? (O paladino pergunta sério)

Matt: é muito bom te ver também! (Ele diz abraçando o homem mais velho que suspira)

Shiro: desculpe, como você está Matt? (Ele pergunta quando o abraço acaba)

Matt: eu? Um machucado aqui, um arranhão ali. Você me conhece, precisa mais que isso pra me derrubar. (O ruivo diz sorrindo e Shiro devolve o sorriso)

Shiro: e então? (Ele aguarda pelas respostas)

Matt: ah para com isso! Essas questões vão ser discutidas no centro de operações, não no corredor dos dormitórios. (Matt diz sério)

Shiro suspira.

Shiro: certo...vamos. (Ele diz caminhando na frente)

Matt: credo, como todos mudam e você continua o mesmo? (O rapaz pergunta seguindo o paladino)

O homem permanece calado, caminhando em direção ao centro de operações, com várias perguntas surgindo em sua mente.

Matt: a propósito. Eu vi a princesa saindo do dormitório que você estava, ela estava completamente encharcada. Sabe o motivo? (Ele pergunta inocente)

Shiro se engasga e cora.

Shiro: não...eu não sei o motivo. (Ele diz evitando o assunto e o olhar insistente de seu antigo parceiro)

Matt dá de ombros.

Matt: quem diria, minha irmãzinha de 16 anos, paladina do Voltron. (Matt diz orgulhoso)

Shiro sorri de lado, se lembrando da pequena Pidge que nessa guerra sempre foi uma chave mestra para quase todos os seus problemas.

Matt: nossa mãe deixou ela de castigo.(Matt solta e Shiro a encara)

Shiro: castigo? (Ele pergunta incrédulo)

Matt: bom...sim, ela salvou o universo e por aí vai, mas continua sendo uma adolescente que saiu de casa sem avisar a ninguém. (Matt diz coçando a nuca)

Shiro sorri. Aquilo era verdade.

Os dois homens adentram a sala e avistam Allura.

Ela já estava com roupas novas e uma feição renovada.

A Alteana conversava com os generais sobre métodos de defesa mais eficazes para a terra, e sobre o decorrer da guerra antes da mesma chegar no planeta.

Todos ouviam a mulher atentamente, não olhar para Allura naquele momento não era opção. Todos estavam presos nela, como insetos observando uma luz no escuro.

Shiro se senta em uma das cadeiras e quando Allura o encara, o mesmo fecha os olhos e a cumprimenta com um aceno de cabeça.

Allura: como eu estava dizendo, gostaria que vocês permitissem que Voltron montasse uma base na Terra, poderíamos manter contato e compartilhar informações no decorrer da guerra. Estamos a um passo de por um fim em tudo isso, as tropas galras estão recuando, estamos mais perto ainda de destruir a resistência galra e restaurar seu governo. (Allura explica)

: por que deveríamos confiar em você, Princesa? Sabemos que você foi de suma importância para podermos estar tendo essa conversa mas, quais garantias você tem de que seu plano irá funcionar? (Um dos generais pergunta, sério e direto)

Allura suspira.

Allura: Voltron é um conjunto de cinco espíritos em apenas um corpo, ele pode já ter tido dificuldades, mas nunca falhou! (Allura diz decidida)

Shiro se arrepia com a liderança que Allura estava impondo.

Todos os presentes na sala se sobresaltam e encaram espantados a Alteana tomar partido daquele assunto com tanta maestria.