A Dama ordenou que o criado convocado levasse Harry para uma ala da mansão que parecia estar localizada em uma parte mais distante da sua enquanto ela e seu tio ficavam lá, provavelmente agora falando sobre o que duas pessoas horríveis conversaram. Ela foi horrível. Harry tinha certeza de sua primeira impressão dela.
Vernon anunciou que falaria com a Dama e discutia com ela os detalhes do que poderia ser oferecido pelo tempo de Harry. Ele tinha indignado Harry pelo fato de seu tio estar tentando tirar ouro da Dama enquanto Harry era levado por um criado de aparência assustada como se estivesse relutante ao acompanhar Harry, mas ele tinha sido empurrado pela Senhora na direção em que estava agora.
Depois que Harry foi deixado em certa parte do lugar, o criado fugiu. Harry supunha que ele teria que encontrar o enteado da senhora, mas a mansão era grande e ele ficou sem um guia.
Aquela parte da mansão em que Harry fora abandonado era diferente do resto da mansão bem decorada. Não havia ouro, mas sim tijolos sem adornos e paredes vazias.
Harry pensou então, em uma casa que parecia bem mobiliada e limpa por causa da imagem vã e cuidadosa que uma dona de casa tentava projetar com um lugar que continha plantas verdes, não muito exóticas, arte emoldurada de bom gosto e papel de parede encantador; mas se alguém olhasse para o armário sob as escadas daquela mesma casa, não era como o resto da casa, porque não havia plantas, nem arte emoldurada, nem papel de parede, mas sim poeira, teias de aranha e muito sombrio.
Para Harry, toda aquela ala desolada da mansão poderia ser igual a um pequeno armário. A sensação era semelhante e ele sentiu o peso da tristeza.
Harry explorou. Algum tempo depois, ele chegou a uma porta e não teria sido capaz de explicar por que a escolhera dentre as muitas que havia, mas o fizera. Não estava bloqueada. Há uma rachadura entre a porta e a armação na qual ela não estava totalmente fechada.
Um olhar dentro revelou que era uma enorme biblioteca, cheia de prateleiras, mas estranhamente vazia de pessoas e bastante escura, exceto por uma pequena lamparina acesa.
Todas as janelas estavam estranhamente cobertas por um tecido pesado e escuro.
Porque suas mãos estavam inquietas e ele só queria algo para fazer, Harry entrou e impulsivamente se sento ao lado da janela mais próxima.
Estava ensolarado quando Harry entrou na mansão e ainda estava ensolarado então.
A luz solar ampliada que se refletiu na neve, perfurou seus óculos, surpreendendo-o. Harry gemeu em complacente.
Sua reação foi leve em comparação com a reação do outro ocupante da sala.
Houve o som de um corpo batendo no chão e um grito agonizante, de um garoto que parecia estar sendo queimado vivo. Era alto comparado ao som mais fraco de um diário caindo no chão, suas páginas tremulando.
-"Feche!"- O menino gritou, alternando entre gesticulando descontroladamente na direção da janela,enquanto segura a pena nessa mesma mão, enquanto a outra mão apertava o rosto.
Harry fez isso rapidamente, fazendo pleno uso de seus reflexos rápidos e devolvendo a sala à sua antiga escuridão.
Harry se sentiu horrível e culpado, sem saber como abordar a outra criança, embora soubesse que precisava. Harry estava com medo de tocá-lo, não por causa do que o menino poderia fazer, mas porque Harry tinha o medo irracional de que, se ele tocasse o garoto, a carne continuasse a queimar e a sofrer agonia.
Isso era improvável, mas Harry não tinha acabado de lhe causar sofrimento? Embora aquela fosse a luz do sol, Harry tinha certeza. Mas ele abriu a janela. Era bizarro para ele, tal reação à luz do sol.
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The Ouroboros
Fantasy[CONCLUÍDO] Era uma vez uma mulher que desejava ter um filho com o homem que amava, que teria sua pele de porcelana branca como a neve, suas bochechas rosadas vermelhas como sangue e seu cabelo negro preto como ébano. A criança não nasceu com as boc...