Olá muchachos! Tudo bem? Ok, eu vi as fotinhas do Hyuck com o rádio e do Mark com aquelas roupinhas meio vintage e isso me deu muito uma vontade de escrever algo nesse estilo. Por fim, plotei isso aqui e vou fazer o que meu coração mandar kkkkkk
Boa leitura :)CAPÍTULO 1
Nova York, 2 de agosto de 1972Os olhos de Mark Lee estavam semicerrados, ele tentava analisar o caminho de uma joaninha pelo batente da janela. Não sabia como ela tinha entrado ali, mas gostava de observar os movimentos curtos que o inseto fazia, agora subindo na janela e batendo as pequenas asas, numa tentativa de voar.
Sorriu quando a joaninha caiu no batente de novo, aquilo nunca perderia a graça.
— Mark, dá pra parar de perturbar a pobre joaninha? — pediu a mãe, entrando no quarto com várias peças de roupas dobradas e limpas. — Guarde essas roupas. E por favor, separe as cuecas das meias.
O garoto rolou os olhos, sem que ela visse, e se levantou do chão para ir na direção da mulher. Ela era muito bonita, sempre usava vestidos e os cabelos estavam perfeitamente penteados.
— Obrigado, mãe. — Disse e pegou as roupas.
Quando ela saiu, não antes de se dirigir a ele e depositar um beijo no topo de sua cabeça, ele separou as peças, uma por uma, e as colocou perfeitamente dobradas dentro da cômoda. O quarto era simples, as paredes tinham cor bege, o carpete era vermelho, os móveis eram de madeira. Tinha uma janela de vidro que no momento estava aberta. Fazia um calor surreal.
Mark correu para a cozinha, ignorando os gritos da mãe: Mark Lee, não corra dentro de casa!, onde pegou um copo de vidro. Retornou para o quarto e capturou a joaninha que continuava tentando sair dali.
— Vá, agora você pode voar para onde quiser — disse, colocando a cabeça para fora da janela, dando uma grande inalada no ar. Uma onda de calor o pegou.
Mas ele não se importava com isso. Queria um dia ser como aquela joaninha, que tinha em suas asinhas a chance de voar para qualquer lugar do mundo. Era o que ele queria fazer quando crescesse: explorar.
Voltou para dentro do quarto e pegou o livro de zoologia que ganhara no ano anterior, procurou pela letra J e logo encontrou.
Joaninhas. Tem sempre sete pintinhas. Se alimenta de outros insetos. Hibernam durante o inverno. Vivem até 180 dias.
Naquela calorenta manhã de sábado, Mark sublinhou com um lápis, as curiosidades sobre a joaninha, e assim que terminou, colocou o livro de volta em seu lugar.
Quando a tarde chegou, ele desceu as escadas. Subitamente, havia sentido vontade de analisar a coleção de discos que seu pai guardava na estante da sala.
— Filho, o que está fazendo? — Perguntou a mãe, somente a cabeça pendendo na porta da cozinha. O cheiro de massa de bolo de chocolate se espalhou pela sala
Em resposta, o garoto sorriu, olhando fixamente para a capa do álbum do Chuck Berry.
— Seu pai vai chegar logo, ele vai trazer seu presente — ela falou.
Ah. Sim. Era seu aniversário.
Não que ele ligasse para isso. Na escola, Mark não era o aluno mais popular, apesar das notas boas, os colegas de sala tiravam sarro do sotaque que ele carregava. Era americano de nascença, mas fora criado por pais coreanos. Uma vez, quando ainda estava no fundamental e lhe faltavam os dois dentes da frente, um veterano do colegial o puxou para trás do ginásio e o queimou na barriga, com a ponta do cigarro. Mark nunca disse a ninguém e semanas depois o rapaz que o machucou, foi transferido de escola. Um alívio.
Em todo caso, Mark Lee não fazia questão dos seus aniversários, mas seus pais sempre faziam alguma coisinha para comemorar.
E naquele sábado as coisas não seriam diferentes.
A mãe de Mark estava preparando o bolo, seu pai estava lhe trazendo um presente. O que seria?
Rezava para ser uma câmera. Ele realmente havia se interessado por fotografias nos últimos meses, já até imaginava as coisas que poderia fotografar: todos os tipos de flores, insetos, Holly, seu cachorro.
Se demorou analisando os álbuns do pai, quando um em especial lhe chamou a atenção. The Who.
— Posso colocar este para tocar? — perguntou.
A mãe apareceu de novo, batendo o bolo.
— Sim — suspirou. — Mas não vá estragar.
O garoto mordeu o lábio inferior e voltou para o quarto, correndo, fingindo não ter escutado a mãe protestar "eu já falei pra não correr dentro de casa!".
Retirou o disco de vinil de dentro da capa e o posicionou no centro do toca-discos. Baixou a alça e ouviu um som seco, então a música começou a tocar.
People try to put us down
(Talkin' 'bout my generation)
Just because we get around
(Talkin' 'bout my generation)
Things they do look awful cold
(Talkin' 'bout my generation)
Hope I die before I get old
(Talkin' 'bout my generation)
De cara ele gostou do som. Aquilo era rock and roll! O som da bateria contrastando com os solos da guitarra e do baixo. A voz rouca do vocalista lhe causou um sentimento de euforia, Mark sentiu vontade de levantar e dançar, imitar a guitarra, o baixo e a bateria ao mesmo tempo, mas se limitou a sorrir, balançar a cabeça e bater um dos pés no chão repetidamente.
Pela primeira vez em anos, seu aniversário havia ganhado um sentido especial: ele descobriu que gostava de rock.
Horas mais tarde, quando seu pai chegou do trabalho, todos os quatro (Holly era parte da família!) se reuniram na mesa da cozinha para cantar os parabéns.
— Faça um pedido, garotão! — disse o pai.
Mark olhou para as velas à sua frente, agora tinha 16 anos, então mordeu o lábio inferior e fez um pedido, assoprou a vela logo em seguida
— O que pediu? — indagou a mãe, curiosa.
— É segredo — respondeu com um sorrisinho simples.
— Deve ter pedido por uma namorada — o pai lhe deu tapinhas nas costas, aos risos.
— Jun! — protestou a mãe. — Ele ainda é muito novo para essas coisas.
— Querida, ele tem dezesseis anos agora.
Mas Mark Lee não queria uma namorada. Ele tinha pedido, seja lá a quem fosse, um amigo.
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ʙᴏʏs ᴏɴ sᴛᴇʀᴇᴏ | ᴍᴀʀᴋʜʏᴜᴄᴋ
Romansa2 de agosto de 1972; Mark Lee, que mora em Nova York, ganha de presente um rádio antigo dos anos 40 e tenta, todas as noites, encontrar alguma estação. E um belo dia Lee Donghyuck, que mora em Seoul, acorda ouvindo alguém falando em inglês no rád...