She is a problem {Rose Weasley X Scorpius Malfoy}

efeitos

Efeitos.

Produtos resultados de uma ação.

Os primeiros raios de sol invadiam os dormitórios de Hogwarts naquela manhã gelada de sábado.

Scorpius, mesmo já estando acordado há algum tempo, se incomodou com a claridade repentina que invadia o quarto. Cobrindo os olhos com o cobertor, ele suspirou.

Isso era o efeito de uma noite mal dormida, causada por uma certa garota de cabelos vermelhos.

Se remexeu na cama, tentando achar uma posição confortável e tentando parar de pensar em Rose.

Inútil.

Não achou uma posição confortável.

Não conseguiu parar de pensar em Rose.

Fechou os olhos com força, respirou fundo, dando-se por vencido, e levantou.

Do lado de fora do castelo tinham alguns poucos alunos espalhados pelos jardins.

O vento gelado batia contra o rosto dele e as árvores balançavam. Colocou as mãos nos bolsos do moletom azul que vestia, enrugou o nariz, que provavelmente já estava vermelho por conta do frio e suspirou olhando o Lago Negro e o reflexo das árvores na água.

Estava tão frio que Scorpius já estava cogitando a ideia de voltar para o calor aconchegante da sala comunal da Sonserina.

Isso até ver uma cabeleira vermelha encostada em uma árvore.

As mãos de Scorpius começaram a suar dentro de seus bolsos, suas pernas ficaram bambas e as palavras simplesmente desapareceram de sua boca.

Isso era o efeito de estar apaixonado por Rose.

Era isso que Rose causava nele, mesmo estando a quinze metros de distância, ele era fácil e fortemente afetado por tudo que vinha dela. Não que achasse isso ruim... ele só... tá, tudo bem, ele achava ruim, estupidamente ruim, mas toda vez que olhava para aquele rosto salpicado de sardas, esquecia de tudo.

É por isso que era estupidamente ruim, parecia que quando estava perto dela não tinha total controle de suas ações. E isso era péssimo, porque ela era uma de suas melhores amigas e, ele querendo ou não, eles passavam muito tempo juntos.

O problema era; ele estava distante, e ela percebeu, não entendia o porquê de ele estar assim, não sabia o que passava pela cabeça dele, não tinha como saber. Só sabia que ele estava distante.

Estava preocupada, ele nunca estivera assim antes, e o fato de ele não lhe contar o que estava acontecendo só piorava tudo.

Ela não entendia o que passava na cabeça dele, mas não imaginava que ele estava assim por culpa dela.

- Scorp! - ela chamou o garoto gesticulando com as mãos, quando o viu.

- Oi. - tinha um meio sorriso no rosto quando se aproximou dela.

- O que você faz acordado tão cedo?

- Eu... - "não consegui dormir pensando em você" pensou, mas não o disse. - só perdi o sono. - e, de certa forma, não estava mentindo, estava apenas omitindo fatos, perdera mesmo o sono, só não disse o por quê. Isso não era uma mentira, era? - E você? O que faz acordada tão cedo? - perguntou.

- Eu... bem, eu acordei para estudar. - mentiu. Isso era realmente uma mentira. Não acordara para estudar, nem havia dormido, na verdade.

Estava tão preocupada com Scorpius que seu sono fora embora. Passara a noite toda se revirando na cama pensando no garoto loiro e em como ele estava distante ultimamente, e quando o sol estava nascendo ela pegou um de seus livros e foi para os jardins em busca de distração.

O que não funcionou muito, já que não conseguira se concentrar em uma palavra que lera.

- Você... quer sentar? - ela perguntou e ele logo sentou-se ao lado dela. - Nós...

- Não temos nos falado muito... - o loiro completou a fala dela. - É que com todas essas aulas...

Ele sorriu sem graça.

Isso era mais um efeito de estar apaixonado por Rose.

Sabia que era mentira e sabia que ela tinha percebido. Mas o que ele poderia fazer? Não pensava direito quando estava com ela.

- É... e isso é uma pena, porque... eu adoro conversar com você. - ela continuou, depois de alguns segundos.

Olhando para baixo e mexendo na grama, ele sorriu.

Outro efeito.

E ela corou batucando os dedos na capa dura do livro em seu colo.

Rose encostou sua cabeça no ombro de Scorpius, como se dissesse "eu senti sua falta" e, por mais que pareça estranho, ele se sentiu leve naquele momento, leve como nunca havia se sentido antes.

Ele não tinha total controle sobre suas ações quando estava perto dela, mas, uma coisa não podia negar, ela o fazia bem.

Muito bem.