Ponto de Vista - Camila
- Alô.
- Oi. Onde você tá? Estou te esperando a horas!
- Me desculpa. Mil desculpas, Mila. Eu estou meio enrolado por aqui.
- E não podia avisar? É exigir muito do seu tempo, pegar o celular e enviar uma mensagem? Estou aqui, feito besta te esperando.
- Eu sei, me desculpa por isso, mas um cliente muito importante...
- Todos os seus clientes são muito importantes Matthew! Todos eles são amigos de amigos, que direta ou indiretamente influenciam e são inestimáveis para o futuro da empresa. Eu já sei!
- Se sabe não deveria me cobrar tanto, Camila!
- Eu não cobro do Dr. Matthew Hussey. Longe de mim entrar nessa guerra, porque entre mim, e os seus importantíssimos clientes, eu perco feio e isso já está mais do que provado. Eu cobro, se bem que, cobrar nem é a palavra correta, na verdade, eu espero. Eu espero e ainda anseio é pelo Matt que a cinco anos atrás, fazia das 24horas do dia, 25, e com o único objetivo de está ao meu lado.
- Nós estamos casados agora, Mila! Por favor, não somos mais o um jovem casal, nutrindo sonhos, agora é real!
- Se fazer presente só era necessário na época do namoro?
- Não! Não, tem nada haver com isso. Não coloque palavras em minha boca, Camila. Eu to atolado de trabalho aqui, depois a gente se fala.
- Você sempre está.
- Passo as 20:00 para te levar pra jantar. Prometo!
- Não faça promessas que não vai cumprir, Dr. Matthew Hussey.
Desliguei, antes mesmo de ouvir uma resposta para minha grosseria. Existe uma crise ao cincos anos? Se não existe, eu acabei de inventa-la. Alguns especialistas em relacionamento, na verdade quase todos, afirmam que a rotina é o grande vilão e a causa de muitos términos. Mas, que com amor e algumas parcelas de esforço, tudo pode ser resolvido. Eles só esquecem de afirmar, que sentimento não é moeda de troca.
(...)
Hoje, aquele sábio ditado de "Tudo no começo são flores" se faz uma realidade. Mas, claro que não foi sempre assim, nunca foi um fardo a ser carregado, cheio de desculpas e impercilhos. Era mágico! Sempre foi. Desde do primeiro momento, em que meus olhos se cruzaram com os dele naquele barzinho em frente à Universidade, eu o sentir em mim. Pode até parecer loucura, e devo conversar que por um certo momento eu também achei que fosse, mas o sentimento existiu de imediato e perdurou, se transformou e nós modificou.
O problema da modificação, é o rumo que ela toma. Cada ser é um ser. Cada um sabe do seu sentir e por mais que você conheça o outro, pertence a ele e somente a ele, o seu estar, e com o nosso relacionamento, não podia ser diferente. Nossos moldes se fizeram de formas opostas, mas no início incrivelmente se completavam. O tempo se fazia maior, as horas se prologavam, está ao lado do outro era uma prioridade sentida, não criavamos horários, não nos vestiamos de desculpas para mascarar as falhas e tudo só era.
"Passo ai em 10 minutos, esteja pronta! Te amo hoje e sempre."
O que aconteceu com o "sempre"? O que fizemos de errado? Será que existe o jeito certo? Não se pode prever o amanhã, não se aprende na escola como lidar com as adversidades, principalmente quando essas estão diretamente ligadas ao o afeto. Quem explica o amor? Quem sabe o porque do coração acelerar? Da voz falhar? Da garganta secar? Não existe explicação coerente, quando o assunto é amar, e nem para a súbita tendência a fechar os olhos para situações de desagrado. Um amor tão puro e fascinante não pode se desfazer assim, deve existir um jeito de recuperar o Matt que me trazia flores com a intenção de vê o meu sorriso, e não com o único propósito de me perdi, desculpas.
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Sensações - Camren Version
Fanfiction"É o meu eu, desejando no íntimo. É um querer sem porquê. É um infinito de emoções que se aglomeram, e que misturadas ficam tão forte quanto um só sentir. É um sentimento que ecoa mais alto que qualquer som. É um emaranhado que vêm para fazer o bem...