Capítulo 9

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Em seguida Scott foi até a loja de vestidos de noivas onde Isabele havia escolhido o vestido dela. Era um local muito bonito, na vitrine havia alguns modelos que estavam expostos em manequins, nas paredes grandes quadros com mulheres vestidas de noiva completavam a decoração, que em cada detalhe lembrava o sonho de grande parte das mulheres deste mundo.

Não demorou muito tempo e uma moça veio lhe atender. Certamente que sua presença naquele local era bastante estranha, possivelmente Scott seria confundido com um noivo querendo ver o vestido da amada antes da hora.

— Olá! Em que posso lhe ajudar? — perguntou a moça educadamente.

— Olá! Sou detetive Scott, departamento de polícia de Nova Iorque. Deve estranhar muito a presença de um homem por aqui, mas não estou aqui para encomendar um vestido, nem para ver o vestido antes da hora. Gostaria apenas de fazer algumas perguntas.

— Sou a gerente da loja. Talvez eu possa lhe ajudar.

— Vocês ficaram sabendo que uma de suas clientes foi assassinada recentemente?

— Sim! Foi um crime terrível, já tivemos cancelamento de pedidos por vários motivos, mas nunca pelo fato da noiva ter sido assassinada poucos dias antes do casamento. Recebemos a notícia com bastante tristeza.

— Vejo que todas as funcionárias são do sexo feminino, tem mais alguém que trabalha aqui e que não seja?

— Não! Realmente só temos mulheres em nosso quadro de funcionários. Mas por que essa pergunta?

— Isabele frequentou este local antes de ser morta, então qualquer um pode entrar na lista de suspeitos, embora ainda não tenhamos nenhum. É comum que homens frequentem a loja pedindo informações sobre vestidos, ou simplesmente querendo saber quem será a próxima noiva a se casar?

— Olha! Realmente não é algo comum ver um homem entrando na nossa loja, quando vi o senhor, logo achei estranho e vim atendê-lo. E mesmo que alguém pedisse essas informações, elas não seriam dadas, nós preservamos o segredo sobre os vestidos e não disponibilizamos informações sobre as noivas a quem quer que seja.

— Eu já esperava por isso, mesmo assim precisava checar o local. Apenas quero que confirme que não viram ninguém suspeito por aqui nos últimos meses?

— Isso mesmo, senhor detetive. O senhor é o único homem a entrar aqui nos últimos meses, portanto, não imagino que o responsável pela morte de Isabele esteve por aqui. A menos que tenha sido uma mulher?

— Ao que tudo indica o crime foi cometido por um homem, talvez com a ajuda de uma mulher, mas pouco provável que tenha sido exclusivamente por uma mulher.

— É uma pena que não possamos ajudar, mas espero que consiga prender logo o responsável.

— Também espero, obrigado e até mais.

Imediatamente Scott foi para o outro endereço, demorou um pouco até que finalmente encontrou o lugar. O detetive já estava conformado de que esgotaria todas as opções sem encontrar ao menos um suspeito. Naquele local, Isabele havia encomendado o bolo e os doces para a festa, assim como toda a decoração. Era possível que ao menos um homem trabalhasse no local.

Scott entrou no recinto e viu que ali era apenas a sala de recepção. Aos fundos através das paredes de vidro era possível ver várias fotos mostrando festas já realizadas, assim como uma mini decoração montada para que os clientes tivessem uma ideia de como era o trabalho da empresa. Na parede também existiam quadros com fotos de belíssimos bolos e doces, certamente de eventos já realizados pela própria empresa.

— Bom dia! Seja bem-vindo! Em que posso ajudar o senhor? — perguntou a mulher loira que o atendeu.

— Sou Scott, detetive de polícia de Nova Iorque.

— Nossa! Algum problema com a empresa, senhor detetive? — a mulher ficou bastante assustada ao ouvir a palavra polícia.

— Não se assuste, não é nada com a empresa. Alguns dias atrás uma de suas clientes foi assassinada. Ela se chamava Isabele Finley.

— Claro! Ficamos sabendo do ocorrido, não costumamos rescindir contratos, mas neste caso fizemos isso. A noiva já tinha pago uma parte das encomendas, fizemos um acordo com a família e ainda devolvemos a maior parte do dinheiro.

— Fizeram bem. Mas vamos logo ao assunto, Isabele esteve aqui algumas vezes antes de ser morta, eu imagino.

— Sim! Duas ou três vezes até escolher todos os detalhes da decoração e os doces que seriam servidos na festa. Mas por que a pergunta?

— O problema é que ainda não temos nenhum suspeito pelo assassinato de Isabele. Gostaria de saber se durante essas ocasiões, Isabele foi atendida por algum homem que trabalha aqui, ou até mesmo conversou com algum cliente enquanto esperava para ser atendida?

— O senhor suspeita que o assassino trabalha aqui na loja ou esteve com ela aqui?

— Não estou afirmando isso, primeiro preciso de suas respostas. Com base nelas é que poderei investigar os possíveis suspeitos.

— Não me lembro de Isabele ter conversado com alguém que esteve aqui, principalmente no mesmo dia em que ela escolhia o bolo e a decoração. Nós costumamos trabalhar com horário marcado para essas ocasiões, portanto, acho que isso não aconteceu.

— E quanto ao funcionário?

— Temos dois funcionários que trabalham ajudando na confecção dos bolos e doces, mas eles não trataram diretamente com Isabele. E eu conheço David e Michael o suficiente para acreditar que eles não têm nada a ver com a morte de Isabele. Eles seriam incapazes de fazer mal a uma mosca. Olhe aqui uma foto dos dois — ela pegou o celular e mostrou uma imagem onde os dois estavam uniformizados decorando um enorme bolo.

— Certo! Quem fez aquilo com Isabele é bastante cruel, imagino que seja alguém sem sentimentos. Não tenho motivos para acreditar que seus funcionários sejam culpados, mas se eu acreditar que é necessário, vou interrogar os dois.

— Sem problemas, apenas me avise para que seja um momento em que estejam disponíveis. Eles não podem deixar um bolo no forno e saírem antes de ficar pronto — falou a mulher descontraidamente.

— Pode deixar. Eu aviso com antecedência caso seja preciso.

Scott deixou o local desapontado. Assim como a mulher, ele também não acreditava que o culpado pela morte de Isabele fosse um dos funcionários do local. A situação era muito pior do que isso. Não havia nenhum suspeito, nenhuma prova que pudesse identificar o assassino. Scott estava sem saber qual o próximo passo a seguir. Ainda poderia interrogar os familiares da vítima e amigos, mas não acreditava que algum fato novo pudesse surgir desses interrogatórios. O que ele não sabia, era que em breve uma nova vítima seria encontrada.

O assassino das noivas (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora