Capítulo 11

61 12 3
                                    

Nathan e os pais de Amy deixaram o local, afinal não havia nada que pudessem fazer ali. O carro foi levado para que pudesse ser periciado e tentar descobrir o que havia acontecido com ela.

Alguns quilômetros de distância dali...

Jack estacionou seu carro em um lugar afastado no Pelham Bay Park. Naquele horário, o local estava deserto, dificilmente alguém o surpreenderia enquanto realizava o seu trabalho. O assassino apagou todas as luzes do carro para que não chamasse a atenção de possíveis curiosos. A lanterna seria o suficiente para que finalizasse o seu ritual. Ele pegou Amy nos braços e a colocou sentada em um dos bancos que existiam ali. O corpo de Amy estava começando a ficar rígido, Jack colocou o corpo na posição desejada e segurou por alguns minutos. Para garantir que não cairia ele amarrou uma fita ao redor do corpo e a prendeu na madeira do encosto. Nas mãos fixou o buquê com as rosas vermelhas. Amy parecia olhar para as flores, qualquer um a confundiria com uma mulher viva se olhasse a distância e era isso que ele realmente queria.

Desta vez, Jack achou melhor não avisar a polícia. Ele olhou no relógio e viu que marcava três da madrugada, logo o dia começaria a clarear e Amy seria encontrada. Antes de sair, Jack ainda tirou uma foto para guardar de lembrança, esta noiva tinha ficado ainda mais linda que a anterior. Em seguida, o assassino verificou o local para ver se não havia deixado nenhuma prova e voltou para sua casa. Afinal, depois de todo aquele trabalho, ele merecia um pouco de descanso.

**********

Assim que chegou ao departamento naquela manhã. Scott foi até a sala de Alfred para falar sobre o caso Isabele.

— Bom dia, Alfred!

— Bom dia, Scott! Alguma novidade sobre o caso Isabele Finley?

— Nenhuma! Não consegui nada de novo visitando os locais em que Isabele frequentou recentemente.

— Tenho más notícias para lhe dar, mas não é sobre esse caso. Ontem à noite uma moça possivelmente foi raptada. Encontraram apenas o veículo abandonado em uma rua, nada foi levado, não havia sinal de violência. Nada indica que foi um acidente.

— Isso não é nada bom. Acha que pode ter sido o mesmo assassino de Isabele? — apesar da pergunta, o detetive já desconfiava disso.

— O carro foi enviado para a perícia. No entanto, já tive acesso aos registros preliminares do caso. A moça se chama Amy e está noiva, o rapaz se chama Nathan, foi ele que encontrou o veículo abandonado depois de não conseguir contato com a moça.

— Apenas uma coincidência! Não, eu não acredito nisso. Acho que nosso homem atacou novamente. O que pensa sobre isso, Alfred?

— Concordo com você. Lógico que a cidade de Nova Iorque possui milhares de noivas, mas mesmo assim seria muita coincidência. Provavelmente ela foi raptada pelo mesmo bandido. Precisamos levantar algumas informações e tentar encontrar algumas pistas, Amy ainda pode estar viva. Lembra que a última vítima ficou em cativeiro e só foi encontrada na noite seguinte depois de desaparecer? Amy também pode estar em algum lugar sendo mantida prisioneira.

— Vou entrar em contato com o noivo, talvez ele tenha alguma informação que possa ajudar nas investigações. Não sabemos para onde ela pode ter sido levada, seria quase como procurar uma agulha dentro de um palheiro.

Ainda enquanto o detetive terminava de falar, o telefone de Alfred começou a tocar.

— Departamento de polícia! Sim, é ele quem está falando.

Alfred ouvia atentamente a pessoa do outro lado da linha, enquanto isso anotava algo em um pedaço de papel. Sua cara ao desligar o telefone não era de boas notícias. Scott já imaginava o pior.

— Esqueça o noivo, por enquanto. Encontraram uma moça morta no Pelham Bay Park. Antes que me pergunte se é Amy, ela está vestida de noiva. Acho que isso já explica tudo.

Scott e Alfred saíram no mesmo carro em direção ao parque. Não era a primeira vez que o lugar tinha sido escolhido para ser a cena de um crime. Dá última vez a cena era terrível, uma mulher mutilada foi deixada ali sobre o gramado, seu corpo estava coberto de formigas quando foi encontrado. Não que a cena de uma mulher morta vestida de noiva fosse bela, mas era menos impactante aos olhos de qualquer pessoa.

No local estavam carros da polícia e da equipe de perícia. Um pequeno grupo de curiosos acompanhava o trabalho a distância. Os dois cruzaram a fita de isolamento depois de se apresentarem. Scott caminhou até onde o corpo fora encontrado. Para Scott, não havia a menor dúvida de que era a segunda vítima do assassino das noivas.

Amy estava sentada em um dos bancos de madeira que existiam no local. Seu vestido branco se misturava ao branco da madeira de onde ela estava sentada. Qualquer um diria que estava viva, não fosse pelo seu estado imóvel e pela palidez de sua pele. O corpo havia sido colocado ali durante o processo de rigidez cadavérica, apenas uma fita foi passada ao redor para garantir que o corpo não cairia no chão. O vestido branco era muito parecido com o anterior, Scott até mesmo poderia dizer que ele veio do mesmo lugar de onde foi confeccionado o anterior, aquele que Isabele vestia.

Luvas escondiam as mãos e os sapatos brancos estavam colocados nos pés. Possivelmente também eram da mesma marca da outra cena de crime. As mãos de Amy seguravam um pequeno buquê de rosas vermelhas, tudo praticamente idêntico. O rosto estava maquiado e o cabelo tinha um penteado que se completava com um lindo arranjo. Os olhos abertos olhando fixamente para o buquê, uma cena muito triste para ser vista por qualquer ente querido. A única grande diferença entre os dois crimes era o fato de Amy estar sentada em um banco, enquanto Isabele estava sentada sobre o gramado. Um simples detalhe que não deixava dúvidas sobre a autoria do crime. O assassino era o mesmo que matou Isabele.

— O que você acha, Scott?

— Temos um serial killer à solta. Um assassino de noivas. Sou capaz de apostar que Amy também se casaria em poucos dias.

— O noivo pode confirmar isso, quando dermos a notícia perguntaremos a ele — completou Alfred.

— Ted! Não vejo basicamente nenhuma diferença entre esta cena e a cena da morte de Isabele. Há algo que eu não percebi?

— Tem razão, Scott. Tudo praticamente idêntico, ao que tudo indica, ela também não foi estuprada. Parece que também foi aplicado formol no corpo dela. Assim que tivermos os resultados da perícia eu te aviso.

— Tudo bem! Enquanto isso quero ver se consigo mais alguma pista.

Scott retornou para o departamento, coube a ele avisar a família de Amy sobre o corpo encontrado, bastava que fizessem o reconhecimento do corpo para confirmar a identidade da vítima. Para o detetive isso nem mesmo era necessário.

O assassino das noivas (degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora