Capítulo 1

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Heloisa

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Heloisa

Aquela era uma segunda-feira típica de segunda onde nada deveria existir, na verdade, as segundas não deveriam ser dia, deveriam ser sei lá, o dia de entrar em torpor e passar o dia todo na cama hibernando feito um urso, e era exatamente assim que eu me sentia jogada em cima da cama na casa de praia do Deputado Zé Renato, na Costa Esmeralda, como era conhecida Angra Reis. Já falei que sou assessora dele? Bom é isso. Para ajudar, era uma segunda-feira, vésperas de ano novo. O quarto ainda estava escuro graças as persianas, e se existia algo para fazer naquela manhã preguiçosa eu havia deletado de minha mente.

Estava sonhando com um fotógrafo lindo, que por coincidência tinha os traços do meu patrão, o corpo do meu patrão e o sorriso dele também. No sonho eu caminhava na passarela indo sorridente em direção a ele, mas uma interferência externa teve uma influência negativa em meu sonho e eu simplesmente despenquei de cima do meu salto 15 e cai em cima do fotógrafo. Até no sonho minha vida era um desastre.

— Helôooooo! — aquela voz reverberou dentro do meu cérebro em torpor e me fez despencar no sonho, o bom é que foi em cima do Renato, ou melhor, do fotógrafo.

A persiana foi aberta e o Sol forte incidiu diretamente em meu rosto, o que me fizera tapar os olhos rapidamente com o braço de forma instintiva.

— Eu me recuso acreditar que você ainda esteja em cima desta cama! — Julia rugiu nervosa em meu ouvido. —, é meio-dia, o dia está lindo lá fora, e não reclame, pois foi o Renato que pediu para eu vir ver se você ainda estava viva.

— Pelo amor de Deus! Pare de gritar no meu ouvido criatura. Porque você não paga aluguel dele. — respondi bocejando e tapando minha cabeça com o travesseiro.

— Estou decepcionada com você! — disse minha amiga Julia que dividia apartamento comigo. — Estamos no paraíso e você está dormindo ao invés de apreciar.

— Decepção é acordar e perceber que existe segunda-feira, e o pior é lembrar que ela caiu em 31 de dezembro, o mundo nem deveria existir nesse dia, e ainda de quebra você vem me acordar nas primeiras horas do dia.

— É meio-dia criatura, as primeiras horas do dia já se foram faz é tempo. Hoje é a festa do Renato, seu patrão, lembra? Que por sinal está lá embaixo cuidando de tudo enquanto a assessora dele está jogada em cima da cama.

Tapei os ouvidos, resmungando:

— Não fale o nome desse homem, tenho até urtiga. Já não basta passar o dia todo com ele e agora o Réveillon também?

Havíamos bebido demais no domingo e tudo que eu queria eram só mais alguns minutos na cama macia e enorme em que eu me encontrava naquele momento.

Julia se sentou na cama dizendo:

— Você gosta que eu sei, adora passar o dia cultivando sua paixão platônica por ele, vai negar?

— Tão clichê isso, não é? Pena que ele não me vê como uma pretendente.

— Tem certeza mesmo? Ele te olha de um jeito Helô que fico toda arrepiada, já te falei isso ontem enquanto estávamos tomando Sol.

— Bobagem!

— Não acredito que perdi horas e horas com você no shopping escolhendo roupas de praia e de final de ano. Você gastou uma fortuna, lembra?

— Não me lembre desse meu momento empolgação porque ele já passou, quero minha casa. — respondi com o travesseiro abafando minhas palavras.

— Você sabe que o Renato preza muito essas festas e que faz questão de que todos os funcionários do gabinete dele estejam nela, você nem tem mais como fugir, já estamos aqui.

— Eu odeio essas festas, são sem graça, mesmas pessoas todos os anos e ainda de quebra o Renato some antes da meia-noite todos os anos.

— Bom, ele já explicou que não curte o momento da meia-noite, ele não gosta porque se lembra de coisas tristes e tal.

— Santo Deus! Ninguém merece estar de folga e ter que sair da cama.

— Pare de reclamar e saia logo desta bendita cama. — intimou-me a linda morena jambo. — O dia está lindo lá fora, se troque e vamos tomar um banho de mar.

Levantei dura como um robô, jurei que nunca mais ia beber tanto, claro que essa promessa eu já havia feito antes, mas não custava ressaltar.

Quando apareci na sala, dei logo de topo com o Zé que me disse debochado:

— Bom dia bela adormecida! — disse o homem dos meus sonhos, na verdade o homem do meu sonho, o fotógrafo que não é fotógrafo. Ah! Vocês entenderam bem.

Credo que delícia! Pensei assim que bati meus olhos na figura masculina ali na minha frente.

Lindo demais para ser o patrão de alguém, deveria ser proibido uma mulher trabalhar para um homem daqueles. Ele tinha um rosto perfeitamente simétrico com traços másculos e duros, cabelos castanhos escuros e curtos nas laterais e um pouco mais cheio em cima. Seus olhos também eram castanhos. Zé Renato tinha um corpo maravilhoso, ombros largos e esguio. Estava irresistivelmente sem camisa ostentando um corpo milimetricamente modelado, quando digo milimetricamente entenda como a perfeição da natureza esculpida em um corpo másculo onde uma desgraça de abdômen torneado, ombros e peitos fortes se mostravam a mim com a maior naturalidade do mundo. Claro que já o vi naqueles trajes, mas todas às vezes era um choque novo. Eu estava chocada com tanta delícia. É... Sou louca e apaixonada pelo meu patrão, e isso vem de longa data.

O dia passou rápido demais, aproveitamos um pouco do mar naquele paraíso paradisíaco de águas cristalinas, passou rápido porque eu já havia perdido boa parte dele na cama. Entre um olhar e outro eu me dava o direito de admirar o Renato enfiado naquela sunga box preta com uma etiqueta marrom escrito Calvin Klein, juro que não fiquei tentando imaginar o tamanho da delicia que estava escondida dentro daquela sunga. Só de imaginar ele em proporções dobradas ou talvez triplicadas meus pelos se arrepiavam.

— Está com frio, Helô? — ele me questionou parado na minha frente assim que saiu do mar com a bendita sunga que grudou ainda mais e deixou marcada toda sua potência. Como não consegui evitar de olhar, acho que ele percebeu e se animou um pouco além do que deveria, pelo menos na minha frente ele deveria se comportar, afinal de contas era o Deputado Zé Renato, meu patrão.

— Frio? Ah! Não, por que a pergunta?

— Você está toda arrepiada. — disse tocando em meu braço fazendo os pelos se eriçarem mais ainda.

— Acho que foi essa brisinha que me fez arrepiar.

— Jurava que tinha sido outra coisa. — respondeu com um meio sorriso malicioso.

— Que outra coisa?

— Esquece, Helô, vou entrar para descansar, hoje à noite é uma criança. — piscou para mim e saiu caminhando na areia fofa ostentando aquela bunda firme e aquelas coxas deliciosamente fortes.

— O que foi isso, Helô? — perguntou Julia me tirando-me a concentração.

— Isso o quê?

— Essa coisa toda do arrepio?

— Deus! Que calor minha amiga, vou dar um mergulho.


Boa noite amores! 

Beijo da meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora