Capítulo IV de IV - Connor Anderson

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Connor Anderson

— Vamos, é um trabalho da faculdade. Preciso que me ajude, é só um vídeo rápido, não precisa trocar de roupa nem nada é só falar um pouquinho. — Com a câmera já em mãos, Markus praticamente implorava.

— Ok! Diga o que eu preciso falar. — Connor riu com a insistência do namorado, e cruzou os braços fingindo irritação.

— Eu quero que fale sobre três pessoas que você gosta, pode ser qualquer pessoa. — Ele focou e ajustou um enquadramento enquanto colocava para gravar.

— Já sei por quem vou começar.

— Certo, eu já estou gravando. Agora, você vai olhar para câmera falar o nome dele ou dela e começar.

— Nines Anderson. Então... O que eu falo? — Riu nervoso em frente a câmera.

— Fala o que você quiser e não se preocupe com pausas ou gaguejos eu ainda vou editar. — Assegurou. — Mas olhe para câmera.

— Certo... Nines é o meu irmão mais velho e antes dos nossos pais nos adotarem ele era a única pessoa que eu tinha. — Sorriu com algumas lembranças. — Ele é fantástico, a pessoa mais inteligente e talentosa que eu conheço. Ele resolveu vários casos em tempo recorde antes de fazer o primeiro ano trabalhando no departamento, foi o primeiro da turma todos os anos, mas... Ele é terrível com pessoas. — Riu lembrando-se da inabilidade do irmão com relacionamentos. — Tirando a mim, nunca o vi conversando normalmente com outras pessoas, então eu sempre o arrastava comigo para os lugares tentando o fazer socializar, ele brigava, mas isso nunca me impediu.

— Eu tenho certeza que não. — Ambos riram com o comentário.

— Nines sempre foi muito super-protetor comigo, ele ficava louco quando eu fazia alguma coisa minimamente imprudente, uma vez ele até ficou uma semana sem falar comigo quando eu disse que queria trabalhar como policial, mas independente disso ele me apoiou. Ele disse: Esse trabalho é muito perigoso, mas eu confio em você e eu sei que enquanto ficarmos juntos nos vamos ficar bem. — Com a lembrança do dia o olhar de Connor se perdeu um pouco, mas ele logo se endireitou. — Não tem como descrever, é aquela coisa de irmão. Não importa o quão independente nos sejamos a gente ainda precisa um do outro, indiretamente ou diretamente. — Parou por um tempo e Markus não sabia se ele havia terminado.

— Você terminou? — Externou a dúvida.

— Acho que é tudo, será que ficou bom?

—Ficou ótimo, pode relaxar. O objetivo é capturar em vídeo emoções nos olhares de uma só pessoa enquanto ela fala de outras três pessoas diferentes. Mas tem uma coisa. — Fez suspense.

— Que coisa?

— Você fica tão fofo quando você começa a falar do seu irmão. — Markus colocou uma mão sob o queixo enquanto encarava Connor.

— Markus! — Brigou meio constrangido e o namorado se fez de desentendido enquanto arrumava o enquadramento pela milésima vez.

— Eu só disse a verdade. — Riu mais um pouco da cara emburrada do menor. — Enfim, já sabe a próxima pessoa?

— Já. — Assumiu uma postura mais séria, era um trabalho da faculdade do mais velho então não poderia ficar brincando.

Arrumou-se olhando para a câmera, que agora estava em um tripé e esperou o outro dar algum sinal.

— Espera. — Markus mexia em alguma funcionalidade da câmera que Connor não enxergava. — Pronto, já pode ir.

— Hank Anderson. — Respirou um pouco para começar. — Hank sempre foi um pai presente e sempre tentava deixar a mim e a meu irmão longe dos problemas de casa inclusive o alcoolismo dele após a morte da mamãe, mas não aguentou fazer isso por muito tempo. — Connor tinha um olhar bastante abatido ao falar dessa época e Markus por um momento pensou se era uma boa ideia continuar a gravação.

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