Capitulo II de IV - Hank Anderson

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Hank Anderson


"— Você fica tão fofo quando você começa a falar do seu irmão. — Markus colocou uma mão sob o queixo enquanto encarava Connor.

— Markus! — Brigou meio constrangido e o namorado se fez de desentendido enquanto arrumava o enquadramento pela milésima vez.

— Eu só disse a verdade. — Riu mais um pouco da cara emburrada do menor. — Enfim, já sabe a próxima pessoa?

— Já. — Assumiu uma postura mais séria, era um trabalho da faculdade do mais velho então não poderia ficar brincando. Se arrumou olhando para a câmera, que agora estava em um tripé e esperou o outro dar algum sinal.

— Espera. — Markus mexia em alguma funcionalidade da câmera que Connor não enxergava. — Pronto, já pode ir.

— Hank Anderson."


xOx


Hank estava em casa, mais especificamente no quarto do filho caçula que vivia, até pouco tempo, consigo. O homem sabia que não lhe faria bem ficar naquele quarto, mas ele estava perdido e sem saber o que fazer.


Em sua mão esquerda se encontrava uma garrafa de cerveja cheia, Hank não conseguia beber, não tinha coragem de ficar bêbado no dia do funeral de seu filho.


E sem o álcool ele se lembrava de tudo.


Da mini festa que fizeram no departamento há uma semana atrás comemorando um ano de Connor trabalhando para a polícia.


Do caso que Connor tinha ganhando para resolver sozinho como presente.


De encontrar o filho na cozinha, no dia de sua morte, trabalhando no caso.


Da animação do rapaz ao dizer que tinha encontrado o suspeito.


De si mesmo se oferendo para acompanhar o mais novo.


Do jeito que Connor disse que só precisava do carro emprestado.


Do filho lhe informando que ligaria quando chegasse como último recuso para conseguir o carro emprestado.


E de si mesmo falando que sim.

Essa sequência se repetia em sua cabeça com um loop gritando e jogando em sua cara o que tinha feito de errado. Se tivesse dito não, se tivesse o acompanhado... Oh céus, ele já estava devastado o bastante, não precisava ficar sendo torturado pelos próprios pensamentos.

Desde a ligação informando sobre um corpo que poderia ser do rapaz e de ir ao necrotério fazer a identificação, Hank não teve a menor paciência de resolver qualquer coisa ligada ao velório do filho, quem cuidou de tudo, voluntariamente, foi Markus e o tenente sabia precisava agradece-lo depois.

Mesmo sem vontade o dono dos olhos azuis se levantou e se dirigiu em direção ao carro, o mesmo carro que Connor pediu emprestado para ir de encontro a sua morte, e foi até o velório. 

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