O novo é superestimado

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Enquanto a noite passava, eu questionava o que estava fazendo da vida, que era tão planejada aos dezesseis. Nada. Vazio. Era como se tivesse me acostumado a mesmice e ficado tranquila enquanto tudo desmoronava ao meu redor.

Pensei. Pensei. Ainda nada.

Presa a coisas antigas é difícil de respirar, de sentir, de querer coisas novas. Não adianta de nada pular sete ondas, se não conseguir virar a página de um livro quando se apegar a um poema. E neste caos, deu ano novo e permaneci com meu coração travado. Sem nada.

Deve ser o desanimo fazendo essas coisas com a nossa mente, estagnando. Permanecer aqui é cansativo demais para pensar em tantas coisas que eu poderia viver. Tomar decisões, ficar inquieta, refletir sobre a existência, julgar o certo e o errado.... É informação demais para quem tem algumas décadas nas costas e almoço para fazer. É a confusão feminina que me diziam em casa.

Como menina eu até podia querer aventura, mas como mulher eu desejo linhas retas. Está difícil demais nesta estrada sinuosa. Com sorte, eu teria um feliz ano novo. Todos sabemos que viver já é ter uma ferida constantemente aberta, não me culpo por pular alguns passos e obter curativos. Não quero um manual, só quero paz.

BREVES CONTOSWhere stories live. Discover now