Capítulo 5

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Sou uma estrela da música e estou em um show lotado, no que parece ser um estádio de futebol.

Estou cantando uma música autoral, mas não é nenhuma das que escrevi até agora. O violão que  estou tocando não é o que era de minha mãe (um  Tagima antigo num tom degradê do preto a um laranja). Este é todo preto. Não consigo ver a marca.
Quando termino a música, a grande platéia à minha frente começa a gritar meu nome e aplaudir.

....★....

Acordo às 6:30. Escovo os dentes e tiro meu pijama. Visto uma camiseta cinza, com o desenho dos óculos do Harry Potter em preto e um short jeans preto um pouco desfiado.

Não vi quando Emilly chegou ontem, e a essa altura, acho que ela nem voltou ainda.
Isso é estranho, Emilly sempre foi tão certinha, nunca a imaginei saindo de casa no meio da noite, sem autorização, para encontrar o namorado. Até porque, Daniel também é o cara mais certinho que eu conheço. Mas entendo os dois, vai ser difícil ficarem longe um do outro.

De repente, lembro do sonho que tive. Tento lembrar a melodia e a letra da música que eu estava cantando. Após vários minutos tentando, meu cérebro está prestes a entrar em colapso. Posso até ver a fumaça saindo de minha cabeça como nos desenhos animados.
Depois de todo o esforço, só consigo lembrar a melodia. Tudo bem, já é alguma coisa. A melodia é muito bonita e posso colocar uma letra legal depois, caso não me lembre nunca da letra que eu cantava no sonho.
Procuro cada nota no violão e passo para o meu caderninho onde estão minhas letras e tudo que eu aprendi de música no pouco tempo que fiz aulas.

Depois de escrever tudo, desço para tomar café da manhã. A mãe de Emilly está sozinha à mesa.

— Bom dia querida, sente-se. – Sra. Benson me recebe com um belo sorriso no rosto.

— Bom dia Sra. Benson. – Digo sentando-me à mesa.

-Já disse que pode me chamar de Elizabeth, Samantha. - Me repreende e toma um gole de seu chá.

— Tudo bem, desculpe. – Falo um pouco sem graça. Começo a tomar meu café e fico feliz quando provo e vejo que está do jeito que eu gosto: forte e com pouco açúcar. — Onde está o Sr. Benson? – Pergunto. Estou curiosa, já que ele sempre faz questão de tomar o café da manhã junto com a família.

— Ele precisou sair mais cedo para o trabalho hoje. - Faço um sinal afirmativo com a cabeça Mas percebo certo desconforto em Elisabeth. — E a Emy, por que ainda não desceu?

Quase engasgo com a torrada que estou comendo. Não pensei em nenhuma desculpa para isso.

— Ela quis ficar mais um pouco na cama. Fomos dormir tarde ontem. – Foi o melhor que pude inventar na hora.

— Espero que ela não seja assim na faculdade. – Elizabeth ri e eu faço o mesmo, tentando disfarçar a mentira que acabei de contar. — Agora preciso ir trabalhar. Até mais tarde Sam. – Ela sai e fico sozinha à mesa.

Termino meu café e subo para pegar meu violão e seguir para mais uma manhã na estação de trem.

Quando estou me preparando para sair, recebo uma ligação.

"Emilly"

— Emy, onde você está? – Pergunto preocupada.

Compondo Minha Felicidade [HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora