Capítulo VI

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O que temos pra hoje? Ah, sim! Vou contar pra você a história de como Thor conseguiu beber parte do oceano e nem percebeu.

Foi assim. Thor e Loki foram acompanhados de Thjálfi e Roskva, amiguinhos humanos que eles encontraram no que seria uma breve aventura em Midgard, para Jotünheim. E vocês pergunta pra mim: mas por que isso, hein? E eu te respondo: por pura masculinidade frágil e vontade de se mostrar. E sabem por que? Simples, os dois eram mega fãs dos deuses, e queriam ver do que eram capazes os donos de sua fé.

Caminharam por dias em busca de um teste à altura dos deuses, para se provarem dignos de suas divindades aos moleques. Tava tudo tranquilo, até eles sentirem um terremoto horrivelmente grande. Montanhas se mexeram, ventos poderosos e barulhos ensurdecedores os assustaram. Decidiram ficar em um lugar mais seguro, e encontraram uma caverna estranha. Passou-se a noite, Loki foi o primeiro a acordar e procurar por comida. Só que, ao invés de encontrar o rango, encontrou a fonte de todo esse alvoroço: um gigante dormindo, chamado Skrymir. As montanhas eram seu corpo, e os ventos e os barulhos eram seus roncos. Situação complicada essa.

Depois de acordar (ou provavelmente ser acordado por Loki), ele pegou a sua luva (aka. a caverna estranha do quarteto fantástico) e perguntou se eles gostariam de ser sua companhia. Skrymir estava indo para a imponente fortaleza de Utgard-Loki, e foi aí mesmo que eles encontraram a oportunidade de se provarem para os jovens, justamente porque esse mesmo lugar tinha rumores de ter sido construído para competir com Asgard, além de ser governado por um mestre de encantos e runas. Só que, obviamente, um passo do gigante eram 50 passos deles, fazendo-os perdê-lo de vista. A sorte era que eles corriam rápido e conseguiam seguir a trilha de àrvores caídas, porque senão...

O grupo deu uma paradinha para descansar, comer e dormir, mas o gigante Skrymir estava mega cansado da viagem, e decidiu dormir antes, avisando que a comida estaria em sua mochila se precisassem. O lance era que a mochila estava atada com um nó apertadíssimo, e ninguém conseguiu abrir, nem mesmo o poderoso Thor, o que o deixou bem furioso. Para descarregar a ira e acordar Skrymir, tentou bater no gigante algumas vezes, mas nada. No máximo um ronco e umas bufadas. Mas nada o acordava, e o quarteto precisou dormir com fome.

Chegando lá, encontraram um lugar enorme. O que era para ser um portão de ferro, não passou de uma porta de barras acima de suas cabeças, porque assim né, eles eram pequenininhos comparado aos gigantes, e tudo nesse mundo era gigante para eles. Sem problemas, passaram por baixo das barras, observando o local. Estava infestado de gigantes, maiores do que o Burj Khalifa (que, por sinal, é o maior prédio do nosso mundo), todos rindo, se divertindo, e olhando para eles. Pareciam formigas perto daqueles caras.

Ao avistarem o dono das estalagens, reverenciaram e pediram por acomodações. Este era Utgard-Loki. Tradução: Loki de Utgard. Super criativo (leiam em tom de ironia), mas tudo bem. Ele ficou intrigado com a visita, dizendo que só se ficavam ali pessoas que fossem as melhores em alguma coisa, e quis se divertir um pouco, oferecendo alguns desafios aos mini hóspedes (menos Roskva, porque machistas como eram, não deixaram a pobre garota competir, coitada).

Primeira lição do dia: não desafie o ego de um deus. Quem iniciou as rodadas de provações foi Loki (de Asgard mesmo), em uma competição de comida. Ele, por mais estranho que isso possa soar, era o que comia mais e mais rápido dos três. E, além do mais, estava já morrendo de tanta fome. Seu adversário, Logi, foi seu concorrente, e entre os dois foram postos pratos cobertos com montanhas e montanhas de carne. Era muita carne, pessoal, e quem terminasse sua refeição primeiro, seria o ganhador.

Dada então a largada da competição, Loki começou a devorar todos os tipos de carnes à sua frente. Comeu como se não houvesse amanhã. Comeu com uma voracidade louca. Comeu até que tudo à sua frente tinha se acabado. Mas, para sua terrível e desgostosa surpresa, o tal de Logi parecia tão faminto que tinha terminado de comer tudo antes dele, e ainda tinha abocanhado um pedaço do prato em sua frente. Ele ficou cho-ca-do, e devo dizer, até um pouco desconfiado. O deus trapaceiro conhecia bem as artes da magia e do caos, e sabia reconhecer uma quando via. Ficou pensativo, mas aceitou a derrota.

𝐌𝐢𝐭𝐨𝐥𝐨𝐠𝐢𝐚 𝐍𝐨́𝐫𝐝𝐢𝐜𝐚 - contos e curiosidadesOnde histórias criam vida. Descubra agora