Capítulo IV

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Essa é a história de como Odin perdeu um olho, se enforcou, e virou o queridinho de todos. Menos o meu, porque eu continuo detestando esse cara (desculpa gente, mas são os traumas que a Marvel me deu).

Tudo começou com Mímir, um gigante que era considerado o membro mais sábio dentre o grupo de deuses æsir. Lembra daquela guerra que ocorreu entre æsires e vanires que contei? Vou explicar como ela começou. Senta que é hora da historinha.

Em tempos passados, quando a Yggdrasil ainda era jovem, uma bruxa vanir, chamada Gullveig, chegou a Asgard. Assim, do nada mesmo. O problema é que ela era uma feiticeira ambiciosa, e tudo o que mais amava era grana (e de repente ela me lembra do Tio Patinhas). Não parava de falar em como amava o ouro asgardiano, no dinheiro que tanto queria. Nesse meio tempo, Odin e sua patotinha decidiram que estavam cansados de ouvir aquilo dia após dia (isso eu até entendo), e resolveram tacar a bruxa na fogueira. Tentaram uma, duas, três vezes, mas sempre que o faziam, ela saía intacta, ressurgindo das chamas como uma fênix. Depois de tanto persistir em morrer e ressuscitar, eles decidiram que queriam mudar o nome dela pra Heid, A Cintilante (também não entendi). Ela era uma Bruxa Suprema e mestra da magia, e deste modo, tinha poder para ver o passado e o futuro, encantar varinhas de madeira e lançar feitiços.

Até aí, tava tudo bem. O negócio é que, depois de um tempinho, o povo vanir descobriu que os deuses æsir estavam tratando muito mal sua mais nova hóspede, e ficaram furiosos por isso. Juraram vingança, aprontaram suas armas e blá blá blá. Você já deve saber como uma guerra funciona. Bom, ao final dessa guerra, os deuses firmaram uma trégua, que seria selada com a troca de líderes entre os dois clãs. Mímir e um dos irmãos de Odin, Hoenir, foram entregues aos vanir, e Njord, junto à seus filhos, Frey e Freya, aos æsir. Hoenir era um líder nato, mas sempre consultava o sábio Mímir antes de tomar qualquer decisão. Com essa tomada de status e poder repentina dos dois, os vanir se sentiram traídos e, enfurecidos, deram uma de Rainha de Copas e cortaram a cabeça de Mímir, enviando-a de volta para Odin. O Pai de Todos, ao receber a cabeça, a embalsamou e a colocou na fonte de Yggdrasil.

Essa história se entrelaça com outro conto, onde Odin consegue o conhecimento das runas. Conta-se que o velho deus se enforcou em um dos galhos da Yggdrasil por nove dias e nove noites, sem comer ou beber. E para completar a desgraça, ele foi atingido por uma lança, que ficou cravada em sua barriga durante todo esse tempo. Odin descobriu os mistérios das runas sob gemidos de dor, até que, após esses nove dias de sofrimento, ele caiu na terra, tendo aprendido os nove cantos do filho de Bolthorn. Bolthorn era um gigante e foi o avô materno de Odin, porém, o referido seria um misterioso filho desse gigante. Sabe quem? Exatamente, o gigante Mímir. Até porque a gente já aprendeu quem foram os antepassados de Odin, né galera? Então segue o fio.

Tendo posse dessas palavras mágicas, Odin começou a escrevê-las em certos lugares (ele escreveu runas em escudos, navios, nas patas e dentes de seu cavalo, na sua lança, sobre o ouro, a terra, pedras, ervas, etc.) porque né, coitadinho, já tava ficando velhinho e precisava lembrar de tudo. Em outra época, ensinaria à humanidade esse conhecimento runístico.

Odin, então, utilizando seu próprio conhecimento sobre runas, voltou ao poço de Mímir e conseguiu fazer com que a cabeça transmitisse seus pensamentos e sua sabedoria para a água da fonte e, dessa forma, pudesse ao menos passar seus conhecimentos ...

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Odin, então, utilizando seu próprio conhecimento sobre runas, voltou ao poço de Mímir e conseguiu fazer com que a cabeça transmitisse seus pensamentos e sua sabedoria para a água da fonte e, dessa forma, pudesse ao menos passar seus conhecimentos adiante caso tivesse um surto de Alzheimer. Nunca se sabe né, e como minha mãe sempre disse, "prevenido zomba do tempo".

Um diazinho desses, o próprio deus decidiu que sua sede de sabedoria estava aumentando cada vez mais, então decidiu que beberia do poço de Mímir. Ele permitiu, mas com uma condição: que Odin lhe desse um de seus olhos. Sem hesitar, o deus arrancou seu olho e jogou para que Mímir o possuísse, podendo agora beber da água que continha a sabedoria que tanto almejava.

 Sem hesitar, o deus arrancou seu olho e jogou para que Mímir o possuísse, podendo agora beber da água que continha a sabedoria que tanto almejava

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𝐌𝐢𝐭𝐨𝐥𝐨𝐠𝐢𝐚 𝐍𝐨́𝐫𝐝𝐢𝐜𝐚 - contos e curiosidadesOnde histórias criam vida. Descubra agora