Capítulo 41 - Um anjo negro sofrido.

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"Se você acreditou quando eu era uma falha
Eu acreditarei em mim quando o mundo estiver contra mim
E você conhecerá  tudo oque sou"

¤¤¤RITA¤¤¤

       Bem desde ontem tentamos falar com Flemin, mas ele tem nos ignorado, ele não quis comer nada depois da mensagem, ele literalmente se fechou para todos nós, eu segurava uma bandeja com uma xícara bem quente de um chá de maçã com camomila para acalmar os nervos e subia as escadas em uma tentativa de fazer ele conversar.

     Eu bato na porta, mas sem resposta novamente e tento girar a maçaneta e para minha surpresa estava destrancada e entro no quarto, vejo tudo revirado como se tivesse sido jogado com brutalidade no chão, e realmente foi; Percebo os cabelos ruivos no canto do quarto abraçando os joelhos segurando o pergaminho com uma mão e na outra o tapa olho:

"Flemin...."

     Deixo a bandeja do meu lado e me ajoelhei perto dele meio nervosa e toco seu braço e ele apenas se encolhe soluçando sem me olhar:

— E - Ele está vivo e - eu sei...Ele não...Ele não... — Ele começou a soluçar sem conseguir falar mais nada e o abraço — Me deixa sozinho Rita, por favor eu não quero mais...Não sei mais o que fazer...Ele era meu pai, eu odiava falar sobre trabalho, meu dever e essas coisas, mas eu amava aquele velho e nem tive chance de me despedir e - eu, nem tive chance de tentar ser um orgulho para ele eu...Sou um fracasso como filho...

      Eu já chorava junto com ele não conseguindo me acalmar:

"Eu quero te ajudar...Por favor Flemin"

        Ele finalmente levanta a cabeça mostrando olhos vermelhos e inchados de tanto chorar e rosto igualmente vermelho enquanto as roupas estavam amarrotadas e o cabelo bem bagunçado, não era o mesmo Flemin que conhecia...Eu respiro fundo puxando ele com toda minha força o ajudando a levantar e o coloco sentado na cama e pego meu caderno para tentarmos conversar:

— Rita...Me deixe sozinho...Eu não tenho mais nada para falar...Eu só... — Ele olhava o pergaminho nas mãos com um olhar sem vida, sem brilho, sem esperança.

      Conhecia esse olhar mais que qualquer outro para saber que se o deixasse sozinho ele iria fazer algo muito ruim e me nego puxando o pergaminho das mãos dele depressa me afastando:

— RITA ME DEVOLVE ISSO!!! — Ele grita comigo com um tom que nunca vi, mas continuo me negando escondendo o pergaminho dele enquanto ele tentava pegar.

"Sei que está sofrendo e vou aceitar qualquer coisa menos que se machuque assim"

— Rita...Eu estou mandando me entregar esse pergaminho — A voz dele soou áspera.

"Esse não é meu Flemin...Quero ele de volta"

    Eu nego sentido o que ele iria fazer quando levanta a mão ameaçando:

"EU TE AMO E NÃO QUERO TE VER SOFRER!!!"

     Abro os olhos vendo Flemin me olhando e logo olha o que iria fazer percebendo assustado e ele se afasta de mim abaixando a cabeça:

— Eu...Rita.. — Ele cai de joelhos no chão se curvando com a testa contra o piso tremendo — Desculpa...Desculpa...Desculpa...Eu não queria...Eu...

        Largo o pergaminho tremendo e ando até ele e me sento à sua frente tocando seu ombro e ele me olha e em seguida apenas me abraçava pedindo mil desculpas:

"Pode me machucar, eu sei que está doendo...Vamos carregar isso juntos..."

¤¤¤FLEMIN¤¤¤

"Eu sinto muito, eu sinto muito, eu sinto muito"

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