Fiquei internada na ala medica durante três dias, ate a minha perna melhorar.
Com isso pude observar que: eles abrem as portas 2 vezes por dia, as 10 da manhã e as 5 da tarde, provavelmente sejam patrulhas, para ver se aquelas coisas estão por aí, e que, sempre quando eles voltam das patrulhas, trazem mais pessoas.
No meu terceiro dia, o doutor Smith veio me visitar, para me dizer que já estava pronta para começar o treinamento, na verdade, ainda sentia minha perna doer um pouco, mas não posso dizer nada, a final, são ordens do coronel, eu tenho que continuar dançando conforme a musica, senão nunca terei noticias da minha familia.
Depois disso, tiraram a faixa que enrolava minha perna e o doutor chamou um soldado que devia ter a minha idade (17 anos), para me levar ao meu esquadrão designado.
- Este é o soldado Peter Anderson, ele é o líder do seu esquadrão, ele vai leva-la e apresenta-la aos seus companheiros. Soldado Peter, esta é Victoria Muller, uma nova combatente.
-Prazer Victoria, vamos?
Fomos até a sala onde estavam os outros membros do esquadrão, passamos por um grande patio, e eu não sabia que uma base militar podia ser tão grande, só tinha visto uma dessas em filmes.
Chegando na sala C23 só pude afirmar uma coisa, eles estão transformando crianças em soldados. Fiquei parada na porta por um tempo vendo as pessoas do meu esquadrão treinarem, mas perdi a cabeça quando vi uma garota de 7 anos treinando.
Me virei para o soldado Peter e falei:
-Vocês acham isso certo? Pelo amor de Deus, ela deve ter o que, uns 7 anos.
- Senhorita, precisamos de todo apoio possível, se essas crianças não aprenderem a lutar agora, vão morrer no mundo lá fora. - Ele falou, não gostei da forma que ele me chamou, senhorita.
- Primeiro: não me chame de senhorita, provavelmente temos a mesma idade, segundo: você sabe que esta enviando crianças para a guerra, onde talvez podem nunca voltar.
- Senhori....Victoria, sinto muito, mas você precisa entender que, ou está conosco, ou não.-Ele fala bem calmo e firme ao mesmo tempo, uma combinação um pouco assustadora.
O que ele falou era verdade, eu não estava na posição de reclamar, por um momento eu esqueci meu objetivo.
Dance conforme a canção- penso.
-Tá, esquece...-falo me rendendo.
- Vamos apresenta-la ao grupo, espere um pouco.- O soldado Peter fala.
-SOLDADOS, SEENTIDO. - ele grita, me assustando.
- Esta é a Victoria Muller, a partir de agora ela vai ser uma cadete deste esquadrão, não quero saber que ela apanhou ou que deu porrada em ninguém- Ele fala me olhando.
- Por isso, sejam amigos dela, a final, vocês vão na linha de frente juntos. Agora, se apresentem um a um.- ele completa, sendo muito autoritário, tanto que eu até me surprendi com essa mudança repentina.
- Eu sou Katie Moore- a garotinha de 7 anos fala.
- Me chamo Andrew Clearwood- um rapaz alto, e que parece ser um pouco mais velho se apresenta, sem dar muita importancia a tudo isso.
- Eu sou a Judy Brown, vai ser legal ter uma outra garota mais velha por aqui- ela fala sorrindo.
-Eu sou o John Thompson, não me atrapalhe, no campo de batalha e nos levaremos bem.- Ele fala.
- Sou Jessica Lewis, bem vinda- Nossa, esse nome, justamente esse... Sem perceber meu semblante muda e eu fico com aparência triste depois de ouvir esse nome.
- Ta tudo bem cadete Muller?- Peter diz.
- Sim, só me deu uma tontura, mas já estou melhor.- eu digo me recompondo, não podia deixar isso me atrapalhar, devo aceitar a situação.
- E, nós já nos conhecemos cadete, eu sou o soldado Peter Garcia, líder deste esquadrão, seja bem-vinda, seu treinamento começa hoje ás 3 da tarde, não se atrase. - o soldado Peter fala, assim completando as apresentações.
E realmente não sei o que pensar sobre tudo isso, mas eu tenho que seguir adiante e não desistir da minha familia, tudo o que eu vou fazer agora e no futuro vai ser pensando neles.
Não deixo de pensar nas palavras horríveis que falei para minha mãe antes de tudo começar, eu realmente sou um monstro.
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Um Brinde A Vida Fodida
AdventureFoi tudo tão rapido, um dia eu tinha tudo, e no outro estava lutando com essas... coisas. Eu só espero que minha mãe e pai estejam bem no meio deste caos, eu temo tanto, temo a morte deles, temo a minha morte, mas eu tenho que seguir adiante, não po...