Informações

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Passei dois meses treinando, cada dia foi mais difícil que o outro, cada dia mais duro que o outro, mas isso me fez ficar mais forte, e me sentir em casa. Meus companheiros de esquadrão me tratavam como uma deles, por um tempo eu estava em paz. Já fazia rondas de patrulhamento externo, e o que eu via todo dia não era tão fácil de esquecer, nosso mundo, ele sucumbiu, está tudo destruído, e tudo o que sobrou foram aqueles.......infectados.
Depois de receber o titulo de soldado, o doutor Smith me chamou a sua sala, a fim de falar comigo a respeito da localização da minha familia. Eu esperava esse dia ansiosamente. Eles não me deram nenhuma informação, não sabia se estavam vivos ou mortos, e comecei a achar que talvez assim fosse melhor. Mas a curiosidade me matava, e eu me sentia culpada por pensar desse jeito. Fui até a sala do medico, precisava saber, simplesmente precisava.
Logo quando chego, o medico começa a falar:
- Soldado Victoria, já faz um tempo.
- Deixemos as formalidades e vamos ao que interesa- falo ríspida.- fiz o que você pediu, sou uma soldado, inclusive de patrulhamento externo e parte da elite de extermínio de infectados, vai me falar o que eu quero saber ou não?- Concluo perdendo a paciência.
- Ousada como sempre Victoria.- Ele começa, fazendo revirar meu estómago pela ansiedade- Sua familia está viva Victoria, eles estão na base militar Atlas, á 700 kilometros daqui.
Lagrimas saltam dos meus olhos sem minha permissão, era muita informação, mas era tudo que eu precisava ouvir.
Vivos? Meu deus, eles estão vivos!-penso incrédula.
O primeiro pensamento que tive foi a felicidade que sentia, o segundo foi como ia fugir dali.
- Tem mais uma coisa, nossos registros indicam que algum parente seu também está na  base militar Atlas. Por mais algumas pesquisas concluímos que o individuo é filho de sua irmã Amanda Muller, e consequentemente, seu sobrinho.
-Impossível- penso alto.
Não sei se estava feliz ou triste, se chorava ou se sorria, por isso decidi só ficar séria.
Era muita informação, se essa criança está viva, então eu teria que encontra-la. Ela foi a ultima coisa que minha irmã deixou para trás, e eu acho que essa escolha seria a certa, e também a deixaria feliz.
Ao ver meu silencio e perceber que minha cabeça estava cheia de ideias, o medico Smith fala:
- Soldado, sabe que não tem permissão de abandonar esta base, independentemente da situação.
- Eu sei- falo.
Mas não era isso que eu pensava, eu ia fugir dali, de um jeito ou de outro, preciso encontrar minha familia.

Um Brinde A Vida FodidaOnde histórias criam vida. Descubra agora