-VAMOS SOLDADOS, SE LEVANTEM- o coronel fala, assustando a mim e aos outros.
Porra, o que faltava, não pode nem dormir aqui. - penso.
Olho para o relógio e vejo que são 9:00 da manhã, os membros do meu esquadrão que estavam nas rondas de patrulhamento diurno já haviam saído e sobraram eu, Judy, Peter e Andrew, que, aparentemente, era do patrulhamento externo, eu precisaria falar com ele sobre isso mais tarde.
-SEENTIDO- o coronel fala, fazendo todos se assustarem novamente e ficarem cada um em sua posição.
-VOCÊS IRÃO LIMPAR O QUARTEL, PODEM IR.- o coronel fala.
-SENHOR, SIM SENHOR.- todos falam me deixando surda.
Depois disso fomos limpar o quartel, deixamos aquilo alí brilhando e logo após nos dirigimos ao refeitório, para podermos almoçar.
Confesso que nunca provei uma comida pior que essa, mas estava morrendo de fome, então devorei.
Sem perceber, vejo que os membros do esquadrão que estavam em suas rondas chegam.
- Nossa, vai com calma cadete- John fala.
- Se soubesse um pouco mais de mim, saberia que eu fico uma fera quando tô com fome.- Falo, ainda pausando a minha mordida naquela gosma branca.
- Deixa a moça comer John- Judy fala.- ela parece que ta com fome.
- Parece não, eu tô.- Falo fazendo todos rirem.
- Por que veio pra cá cadete Victoria?- Andrew pergunta.- se puder dizer, é claro.
- Por que quer saber?- Falo.
- Desculpe, é que todos aqui compartilhamos nossas historias, só queremos te conhecer melhor- Judy fala.
- Primeiro, eu não vim, me trouxeram, depois de terem matado a minha melhor amiga- falo com raiva por lembrar a cena- mas ela estava ''contaminada'', então acho que foi o melhor pra ela.
E vocês, por que estão aqui?- pergunto curiosa.
- Vim para cá pelo aviso na radio, perdi minha familia e namorada para aquelas coisas, aqui foi minha ultima esperança.- Andrew fala.
- Eu e meu irmão viemos para cá, mas ele morreu em uma missão depois de uma semana aqui, tentei escapar, mas precisava proteger o que sobrava da humanidade.- Peter fala.
- Vim com meus pais pelo aviso da radio, mas eles morreram pelo caminho, fiquei alí fora por três dias, que foram os mais longos da minha vida, e logo fui resgatada por soldados da base militar. Aqui é minha casa agora.- Judy fala.
-Já que estão todos sofrendo, vou me juntar também- John fala. Ele é completamente diferente do que aparentou nas apresentações.- Vim sozinho, nunca tive ninguém, minha familia adotiva ficou pra trás, não que eu me importasse muito. - Ele termina meio chateado.
Nesse momento chegam Jessica e Katie.
- O que estão fazendo?- Jessica pergunta.
-Falando nossas histórias para a novata.
- Ahh, o ritual - Jessica fala rindo, parecia ser uma garota simpática- Então aproveitando o momento, eu vou me apresentar formalmente. Fui criada por uma familia rica, e nunca tive amigas de verdade, meus pais estão mortos, quando tudo começou, eu estava na escola, e fugi com uma ''amiga'' que me usou depois pra distrair aquelas coisas, eu consegui sobreviver, matei aquela coisa com um golpe na cabeça, até me surpreendi com minha força, e no fim, vim parar aqui, onde encontrei um lar.
- Nossa, deve ter sido dificil- falo.
- Acho que agora é minha vez- fala Katie- meus pais me trouxeram pra cá, mas no caminho eles foram infectados, e se transformarão em infectados, tive que fugir deles, e, como estávamos perto, pude correr até aqui, mas vi os soldados os matarem, por muito tempo não entendi, mas agora eu entendo o motivo, se eles não os matassem, meus pais me matariam.
Pobre Katie, era a que mais sofreu entre todos, tendo que carregar tudo isso sendo só uma criança.
- Sinto muito por suas perdas- falo.
- Quer saber, eu vou pegar uma cerveja para todos,- Andrew fala. Mas logo olha para Katie e fala:
- Menos pra você mocinha, pra você é suco de laranja- Ele fala fazendo Katie bufar e todos rirem.
Essa parecia ser realmente uma cena familiar.
- Trás logo a cerveja, preciso beber- Judy fala.
Como eu pensei, todos aqui carregam uma cruz, todos já passaram por coisas horríveis, obrigados a se acostumarem ao ''novo mundo''.Todos aqui precisam ser fortes.
Andrew chega com as cervejas e eu proponho um brinde.
- Um brinde a fodida vida- falo fazendo os outros concordarem comigo.
- Um brinde a fodida vida- falam todos.
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Um Brinde A Vida Fodida
AdventureFoi tudo tão rapido, um dia eu tinha tudo, e no outro estava lutando com essas... coisas. Eu só espero que minha mãe e pai estejam bem no meio deste caos, eu temo tanto, temo a morte deles, temo a minha morte, mas eu tenho que seguir adiante, não po...