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Fui preenchida pela luz, antes de ouvir o Garoto gritar, pedindo para correr rápido. Levantei, percebendo que estava em outro lugar. Era o mundo dos mortos, estávamos sendo perseguidos por um cara de capuz preto. Corri mais que minhas pernas mortas permitiam, totalmente assustada. Na minha cabeça estava assustada. Não tinha sensações, esquecia dessa fato.
De repente um buraco enorme na terra se abriu. Por reflexo gritei alto, temendo que caísse ali e fosse morta no mundo dos mortos. Um tanto irônico devo dizer, mas não quero ir ao purgatório. Quero encontrar a luz, a talvez a luz não fosse Minnie. Senti alguém me agarrar, antes que eu caísse. Vi os fios brancos do Garoto voar, tampando boa parte de seus olhos. Sorri, me sentindo confortável. Ele conseguiu me puxar de volta para terra. Suspirei, olhando para os lados.
— Uh! – exclamei – essa foi por pouco. Quem era aquele homem?
— O Ceifeiro dos mortos... – respondeu, parecia brabo. O Garoto começou a andar, e eu o acompanhar.
— Agora vamos para onde? – perguntei, observando o lugar escuro com várias folhas e árvores secas.
— Pense em alguém que fazia parte de sua vida, antes da morte, que era muito importante. Minnie não é sua luz. – murmurou, olhando para frente.
Fiquei pensativa. Resolvendo excluir por vez Soojin e ir para outra. Estava claro que não seria ela.
— Você não respondeu minha pergunta mais cedo. – começo, tentando acompanhar seus passos. – Você encontrou a luz?
O Garoto soltou um suspiro longo e exaurido, parando de andar repentinamente, fitando-me com os olhos pretos demais.
— Não... – falou tão baixo que mal pude ouvir –, ninguém era minha luz, infelizmente. Seungyeon me salvou vendo que seria útil. Não é todos que tem esse privilégio. – deu uma pausa longa. – Vamos, Yuqi, certifique-se de pensar rápido nas pessoas.
— E-eu já pensei...
Então, o Garoto segurou minhas mãos, e dizendo as mesma palavras de antes, nos levara para o estúdio de dança de Soojin. A qual a ruiva treinava arduamente o jazz. Soojin amava jazz, tanto quanto eu amava doces. Sorri, observando a firmeza de seus pés, a precisão de como ela fazia os passos, a formosura em sua postura e a forma que transformava a dança em algo mais extraordinário. Parecia flutuar diante o assoalho.
— Dança demais – exclamou, contemplando ela. Assenti, inerte em sua dança hipnotizante – você também gosta... de dançar?
— Não sou muito fã, mas as vezes Soojin insistia. Claro, quando não estava se gabando de toda sua riqueza e classe e tudo que uma pessoa rica frescurenta tem. – explico, histérica demais. Soojin causava isso em mim. – Como se chama, Fofinho?
De repente, Soojin caiu no meio da sala, assustando a mim e ao Garoto. Nos entrolhamos, percebi que Soojin chorava, enquanto curvada segurava firme seu tornozelo. Sussurrava alguma coisa, e novamente, recebi uma pontada, lembrando daquela cena, em algum lugar da minha vida.
Naquela noite Soojin insistia demais para que acompanhasse em seus passos para uma apresentação no dia seguinte. Relutante, concordei, pegando os passos rapidamente. Estava indo tudo bem, até que Soojin erra um passo, torcendo o tornozelo e caindo. Seu choro baixinho ecoava na sala silenciosa. Desesperada tentei ajudá-la. Soojin sorria para mim, enquanto pousava o gelo em cima do tornozelo inchado. Observou todo o cuidado que tinha para ela. Envergonhada perguntei o que tanto me olhava. E ela disse baixinho que nunca ninguém cuidara dela tão bem como agora. Naquela noite pediu-me desculpas por ser um tanto, bobona comigo e as vezes com as outras meninas. Eu aceitei, porque sentia que era de coração. Foi a primeira vez que nos abraçamos.
—"Sinto sua falta, Yuqie... – murmurou, indo para frente e para trás, ainda apertando o tornozelo. Meu coração morto e inexistente enfraqueceu. Senti pena dela e sequer havia alguém para cura-la da dor. Aproximei, tocando seu ombro, mesmo sabendo que ela não me sentiria. – "porque fez isso, huh? Não se importa com suas amigas? Está me ouvindo? Eu sinto tanto, tanto sua falta. Me ajuda a cuidar do machucado. Não em meu tornozelo, mas em meu coração."
Oh, Soojin, eu te escuto perfeitamente. E gostaria demasiado te ajudar com a dor, em ambos lugares.
Eu queria ir embora daquele lugar. Olhei para o Garoto, que fitava tudo em um silêncio profundo. Esperei que a porta surgisse ali, bem na frente de Soojin para entramos. E foi isso que aconteceu. Desta vez seria rápido e não deixaria os ceifeiros me levar. Queria encontrar a luz. Então entramos, começando a correr.
Enquanto corríamos, Garoto olhou para mim rindo e dizendo seu nome de um jeito divertido.
— Meu nome é Yanan!
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;; after death | yuqi [(G) I-DLE]
RandomYuqi não sabia que a morte não era uma opção tão boa assim, e para poder ter a paz que desejava em seu interior, precisaria descobrir quem é sua luz ao rever e relembrar de momentos únicos com suas amigas. Sendo uma delas, sua luz para o descanso et...