4 - Operação convite Emma.

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Março de 1915 – Batalha de Never Chapelle

Pov Regina Mills.

Como ousa aquele ladrão de livros?! Além de estar na sacada de uma donzela e roubar-me, me convida a um casamento da filha liberal do general do exercito. Pelo pouco que sabia de Emma, ela era uma moça muito corajosa por enfrentar os pais ao ficar com um homem que amava, deixando tudo para trás e vivendo no espaço humilde que seu futuro marido concedia. Sabia também que seus pais não iriam ao casamento, a não ser por Sra. Mary Margaret que iria para ver a filha escolher seu destino, e que o pai de Emma, David Nolan, já não queria mais considera-la como filha. Parecia até mesmo uma história de amor, daqueles que a mocinha perde tudo para ficar com o amado. Uma utopia, mas pelo o que escutava dos mexericos da sala de estar de minha mãe, era que tudo o que Emma vivia era verdadeiro. E pergunto-me se existem realmente amores avassaladores como estes, capazes de mudar o percurso da sua história ou de dar a própria vida. Sabia que desde criança nunca existira casamentos e amores romancistas, mas algo real e duro de enfrentar, já que a maior história de amor, Romeu e Julieta, era uma grande farsa.

Robin tinha me desafiado, e amava desafios. Atiçar-me daquela forma foi a maneira mais genial e irritante que poderia ter feito. Havia passado todo o resto da noite lembrando aquele ocorrido. Ele me dava nos nervos e queria meu livro de volta. Ele só poderia estar louco, poderia ter morrido ali mesmo em minha sacada. E o que as pessoas falariam? – Se bem que não ligava para o que falavam de mim – Um escândalo poderia ter se formado, e eu estava muito animada em pensar daquela forma. Ainda me pergunto como ele entrou em meu quarto, como descobriu onde morava e como teria certeza de que o veria de novo... E já estava pensando na ideia de vê-lo? Não acredito que fare isso!

Eu preciso saber como encontrarei o local desse casamento sem levantar suspeitas! Penso comigo mesma, enquanto penteio meus cabelos. Meus pais ainda não tinham se recolhido, precisava que eles dormissem para falar com Blue, ela seria a única que poderia me informar naquele momento. Levanto-me depressa e abro lentamente a porta, algumas lamparinas já tinham sido apagadas, isso queria dizer que meus pais já iriam se recolher. Corro para debaixo das cobertas ficando quieta e esperando com que Cora Mills viesse dar-me o beijo de boa noite. Era a tradição dela, beijar a única filha como sinal de proteção. E confesso que amo minha mãe, mesmo não concordando com as decisões que tomava por mim, ela era o que tinha de família, pois nunca tive irmãos, primos distantes, apenas Henry e Cora. O que não nos fazia de família perfeita era que nunca acatava as ordens egoístas deles. Não sou soberba, nunca fui e nunca serei. Pensava diferente, eram tantas pessoas que pensavam em si mesmas e nos seus interesses envolvendo riquezas, que se esqueciam dos que precisavam realmente, e poderia até mesmo saber o porquê daquela guerra acontecer.

– Filha?! – Escuto mamãe a porta – Estar dormindo?

Ponho-me em silêncio. Sinto os passos dela chegando à cama espaçosa. Fecho os olhos rapidamente e finjo dormi. Seu beijo repousou em minha bochecha e senti que ela acariciava meus cabelos. Tive vontade de abraça-la e de deixar que fizesse chantagem emocional comigo, mas me mantive fingida como estava. Teria de aprender que não era mais a criança que ela poderia manipular com facilidade.

–Menininha doce e tola, se soubesse o quanto te amo, não faria tudo o que estar fazendo com essa família.

Sua voz saiu em sussurro enquanto sua mão parava de alisar os meus cabelos caídos em um travesseiro branco. Percebi que ela saia em passos pequenos e silenciosos, afim de que não me acordasse. Por um minuto senti pena do que me falara, me senti a egoísta, mas foi só por aquele minuto. Por apenas aquele minuto.

A porta estava aberta e entrei sem pedir permissão. Blue estava em uma camisola branca, o que me espantava, pois só via apenas de azul, ela espantou-se em me ver ali àquela hora pedindo que me sentasse em sua cama.

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