3 - Lose you

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Março de 1915 – Noticias: Grã Bretanha declarava bloqueio dos portos alemães.

POV. Robin Hood

Vi Regina lá, no alto da janela, lendo um livro com aquele sorriso que custou tanto para sair da minha mente. E, para minha maior surpresa, consegui distinguir a capa do livro na mão dela: O Morro dos Ventos Uivantes. Um dos meus favoritos de todos os tempos.

Estava com uma caixa de jornais, olhando incrédulo para a janela que estava acima de mim. Sentia o olhar de Killian na minha direção, e sabia que ele iria falar algo – mas antes que ele o fizesse, soltei a caixa e peguei uma pedrinha que estava no chão. Sempre fui um homem que agia por impulso; agora, diante daquela mulher tão intrigante, por que seria diferente?

– Ei, ei, ei, Robin, o que diabos? Solte essa pedra.

– É ela, Killian. Regina Mills. Ela está aqui.

– Quem? Onde? Você está louco companheiro?

– Olhe. – Apontei para a janela onde a mulher que me deixara tão curioso estava – É ela.

– É, ela é bem bonita. – Ele ergueu as sobrancelhas e arqueou a boca – Não me parece louca daqui.

– Pois para mim parecia. Mas talvez ela seja, talvez não. Não consegue ver? Essa é a questão. Eu não sei nada sobre ela. Isso que me deixa intrigado.

– É, é, é, ok, mas isso não quer dizer que você pode simplesmente jogar uma pedra na janela dela. Talvez ela nem mesmo lembre de você. Como poderia explicar para ela? "Oi, eu sou aquele camponês que você encontrou na rua tem uma semana e te viu só uma vez, então fiquei com vontade de bater aqui na sua janela pra poder dar um oi. Como vai?", não é assim que funciona.

– E eu faço o quê? Simplesmente desperdiço essa chance?

– Chamar a atenção dela aqui e agora não é a melhor solução.

Relutante, coloquei a pedrinha de volta no chão. Uma coisa muito engraçada sobre a minha amizade com Killian era que ambos éramos muito impulsivos. Mas, sempre que íamos agir por instinto, um tentava chamar o outro a razão. Na maioria das vezes funcionava.

– Pelo menos agora sei onde ela mora. – Soltei um muxoxo – Vamos terminar logo esta entrega.

POV. Regina Mills

Estava completamente imersa no plano de vingança de Heathcliff – ele tinha acabado que conseguir toda a fortuna de Hindley, para a minha alegria – quando percebi uma perturbação logo abaixo, pela janela. Quando olhei, vi de relance uma dupla de camponeses deixando o jardim; cheguei à conclusão de que estavam deixando o jornal. Notei que um deles tinha uma lustrosa tatuagem de leão no pulso.

Estava prestes a voltar para a leitura quando a discussão com a minha mãe voltou à minha mente. Ela jogara em mim uma verdade que eu tanto custava a acreditar: eu era uma mulher na década de 10, quase 20. Eu era feita para nada além de casar, ter filhos e servir ao meu marido até o fim de minha vida. Mesmo que eu lutasse contra isso, mesmo que eu quisesse ser mais, mesmo que eu me recusasse a me submeter a um homem debaixo de meu próprio teto, esse era o destino que estava selado sobre mim no momento em que nasci com um útero.

Como isto podia ser justo? Eu não queria casar, pelo menos não agora. Eu queria atingir minha independência. E, se fosse para realmente firmar matrimônio, que fosse com quem eu escolhesse. Com quem eu quisesse. Um homem como Leopold, independentemente de ser uma boa pessoa ou não, não era quem eu queria. Estava, mais uma vez, me permitindo ter o futuro moldado e manipulado por outros.

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