16 - Como contar a verdade e o plano perfeito...

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Oi gente! Fico muito feliz e surpresa com o número de leitores desta fic tem aumentado. Obrigada!
Estou postando esse capítulo, mas queria muito convidar vocês a lerem a minha outra historia "Como si fuera Lluvia".

https://my.w.tt/S6YUnKNSR5

Eu agradeceria de todo o coração
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12 de Outubro de 1915: Edith Cavel, enfermeira britânica, é executada pelos alemães em Bruxelas, Bélgica.

POV. Cora Mills

Depois de tanto tempo sem nenhuma evidência do possível paradeiro da minha filha unigênita, aquela única frase do livro mais as minhas suposições eram o bastante para me fazer ter certeza de onde ela tinha se enfiado. Se antes estava guardando para mim as conclusões que tirava, era hora de falar para meu marido e para Leopold o que estava havendo, de uma vez por todas. Era hora de fazê-los entender que, infelizmente e para minha vergonha, ela tinha fugido com outro homem. Um homem sujo, nascido da escória.

— Henry. - Chamei, descendo as escadas até a cozinha onde ele estava conversando com Lepold - Posso falar com você um minuto?

— Claro. - Respondeu ele. Nos encaminhamos para o escritório, onde normalmente tínhamos as conversas em particular

— O que houve?

— Eu sei onde Regina está. —Não esperei que sua expressão perplexa se estabilizasse em seu rosto quando já desferi outro tapa da realidade: — Ela fugiu com um homem, um ladrãozinho barato que trabalhava como entregador de jornais.

Henry passou um bom tempo apenas olhando para mim, tentando digerir as informações que lhe dava. Parecia que o mundo ao seu redor estava desmoronando aos poucos. Henry e eu sempre fomos muito diferentes. Ele sempre foi o mais ingênuo - por isso era tão fácil manipula-lo -, o mais incrível da relação. Ele sabia pressionar Regina (quando eu o influenciava, é claro!), mas nunca viu nossa filha como eu via. Eu sempre soube que Regina era tempestuosa, agitada, ousada, insolente e com ideais rebeldes, ou seja, perigosos, demais para serem colocados em voz alta. Já Henry sempre a via como sua filhinha, seu bebê, uma garota inocente que não era capaz nem mesmo de pegar um garfo de forma diferente da qual a sociedade demandava. Quanto mais ele a pressionava para se casar com Leopold, mais ela agia de forma exagerada, com atitudes impertinentes, coisas que saltavam cada vez mais aos meus olhos e que me alertavam de que eu precisava fazer algo sobre. Henry percebera isso também, mas ele havia minimizado demasiadamente. Achava que era uma fase de nervosismo pré-casamento, que isso passaria logo depois da cerimônia. Os seus cabrestos, a sua cegueira foi razão para que a rebeldia de Regina fugisse do controle.
Mas, naquele momento, o momento em que eu contei que Regina havia fugido para casar com um plebeu, algo em seus olhos mudou. Pareciam ter endurecido.

– Acha que devemos contar ao Leopold? – Perguntei.

– Sim. - Disse ele, falando pela primeira vez. Sua voz estava fraca, mas transmitia tamanha força escondida que foi capaz de reacender a chama que tinha me feito apaixonar-me por ele - Devemos. Isso é algo grave. Precisamos saber se ele ainda pretende casar com Regina. Se sim, ele pode nos ser útil na busca; se não, temos que achar logo outro pretendente para quando a trouxermos de volta.

Ouvi-lo falar daquela maneira me deixou surpresa, muito positivamente. Ver Henry raciocinar daquela forma, uma forma extremamente parecida com minha linha de pensamento, me deixou satisfeitíssima.

— Certo. — Foi só o que disse.

A conversa para a qual estava preparada seria da seguinte forma: constrangedora, tensa, complicada e, principalmente, longa. Mas a que tivemos foi exatamente o contrário. Leopold simplesmente ouviu atentamente, levantou-se e disse:

Como se eu fosse te perder...Onde histórias criam vida. Descubra agora