A sexta feira estava se aproximando. A semana passou rápido e a única coisa legal e intetessante que aconteceu foi Lucas ter pedido Carol em namoro. Ela estava muito feliz e marcou um almoço na casa dos pais no fim de semana para dar a boa notícia.
Não,os pais da Carol não se separaram. Eles brigam quase todos os dias,mas não abrem mão um do outro.Já eu,estava muito bem humorada. Inspirada e tudo. Pintei dois quadros,escrevi poemas,mudei um pouco a decoração do ateliê,e não havia nada melhor que saber que amanhã seria meu dia de folga. Ou seja,teria o dia todo para descansar e me arrumar bem para o encontro com o Caio. Tudo bem que só íamos ao cinema,mas manter boa aparência é sempre bom,nem que seja uma única vez na vida.
Senti uma monotonia,um silêncio... decidi colocar uma música para ouvir enquanto cozinhava. Estava só. Carol saira com Lucas depois do experiente. Eu estava muito bem. Até lembrar daquele pesadelo com a pedra da lua. Pensei em ir me certificar como estava a pedra,se ainda estava lá,se aquilo era mesmo real. Fui.
Sai do ateliê e notei a coisa mais linda que os meus olhos podiam ver. A lua. Estava cheia. Parecia me encarar,me convidar. Fui até os arbustos,e sim,a pedra estava lá,brilhando como da outra vez. Peguei-a com cuidado e contemplei meu nome gravado na pedra. Pensei antes. Exitei.
Será?
Não,melhor não...
Mas não passou de um pesadelo. Não custa nada só conferir.
Ah...Não resisti. Passei logo meus dedos sobre o nome na pedra. E BUM! A luz se acendeu como da outra vez,de modo que eu tive que apertar os olhos pra poder suportar o clarão.
Quando abri os olhos,senti o chão frio de madeira. Olhei em volta. Era uma casa linda. Logo levantei para explorar melhor,havia vários corredores,várias portas e móveis lindos,uma decoração perfeita;exatamente do meu gosto. Essa casa seria minha?
Ouvi uns murmúrios bem baixos e decidi os seguir. Parei na terceira porta do corredor em que eu estava. As vozes vinham lá de dentro. Entrei. E como esperado,ninguém notou minha presença.
Pasmei!!!
Eu estava sentada numa cama grande de casal chorando enquanto escutava o Caio gritar comigo.
-- Você precisa entender que fizemos a coisa certa,Madu! Estamos fazendo o que é melhor!-ele dizia muito nervoso
Eu só chorava... Ele andava por todos os lados do quarto inquieto. Depois se aproximou de mim na cama
-- É só por mais um tempinho,meu amor.- eu sei que consegue
Meu amor? Então nós estávamos juntos?
Para minha surpresa,eu estava feliz por saber que Caio e eu ficaríamos juntos. Mas por que ele gritava comigo? E por que eu chorava?
-- Eu não vou repetir esse erro novamente! Eu não posso!- falei,finalmente
Caio bufou e passou as mãos no rosto impaciente
-- Madu,você está complicando as coisas! Já fizemos isso uma vez.- alterou a voz de novo
Voltei a chorar...
-- Eu não posso...
-- Não era isso que você queria,Madu? Publicar seus livros,ser reconhecida. E olha só! Nós conseguimos! Você é uma estrela.
-- Mas não sou feliz.
Fechei os olhos e senti uma grande vontade de sumir dali. O que estava acontecendo?
Caio se aproximou novamente-- Vai dar tudo certo. Vou estar com você.- falou ele,mais calmo dessa vez
-- Promete?- eu olhava pra ele como uma criancinha
-- Prometo.- ele deu um beijo na testa.
Depois pegou seu celular que estava na mesinha de cabeceira e discou um número.
Chamou...
-- Oi.- falou ele com um tom aliviado na voz- ela vai aceitar,sim. Amanhã às 20:00h você vem buscá-la aqui.
Eu realmente gostaria de entender o que acontecia ali. Por que eu chorava tanto? Mas,uma coisa era óbvia: eu estava sendo obrigada a fazer algo que não queria.
Caio desligou o celular e disse:
-- Descanse. Amanhã precisa estar linda e sem essas olheiras. Engole esse choro. Vai ser melhor pra nós,Madu. Principalmente pra você e sua carreira. Depois vai me agradecer.
E saiu do quarto. Fiquei imóvel me observando chorar desesperadamente. Era angustiante não poder fazer nada. Decidi me aproximar. Eu estava segurando um pequeno caderninho com algumas coisas escritas. Eram nomes de pessoas (nomes masculinos) e um preço em dinheiro ao lado.
Eu tinha medo de tentar descobrir o aquilo significava. Então senti um desespero enorme para sair dali. Peguei a pedra lunar e deslizei meus dedos sobre ela...
Tentei sentir o ambiente antes de abrir os olhos. E,que bom,era grama. Abri os olhos. Era minha casa. Escondi a pedra novamente e entrei depressa em casa. Minha respiração estava curta,eu não sabia mais o que fazer. Como Caio podia ser assim? Ele não é assim! Passei mais de uma hora pensando no que acontecera. Depois tomei um calmante e peguei no sono.
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A Lua e Eu
Science FictionMadu vivia sua vidinha solitária e, nunca havia parado pra pensar o quão difícil era viver tão sozinha. Além de sua amiga Carol, não tinha mais ninguém para conversar e dividir momentos. Sem relacionamentos, sem família e sem nada de novo pra fazer...