Os meninos chegaram e eu fui surpreendida com um vaso de orquídeas que Caio trazia nas mãos.
-- Soube que são suas favoritas.- disse ele com um sorriso.
-- São. Obrigada!- retribui o sorriso.
Ficamos nos olhando por alguns segundos. Carol e Lucas inventaram uma desculpa esfarrapada e saíram. Fiquei morta de vergonha.
-- Você quer ir no ateliê?- sugeri
-- A Carol e o Lucas não estão lá?
-- É... estão. Pensei que fosse um programa entre nós quatro.- falei confusa.
-- E é. Mas eu pensei que a gente podia... Ah, não. Deixa pra lá.
-- Tá. Vamos?
-- Vamos.
Puts, será que eu fiz certo? Deveria ter perguntado se ele queria algo. Ou ficado um pouco com ele... ai, Madu!
Encontramos Carol e Lucas sentados na varanda do ateliê.
-- E aí? Vamos pedir a comida?- perguntou Lucas
-- Vamos!- Caio e eu falamos ao mesmo tempo. Nos olhamos. Rimos.
-- Tô morrendo de fome.- ele disse.
O programa rolou como os outros. Muita conversa boa, muita risada, as horas passando rápido e a gente sem perceber. As vezes eu olhava discretamente pro Caio e tentava entender o porquê daquelas visões da pedra da lua. Como ele poderia ser alguém ruim? Ele levantou e olhou pro Lucas como se fossem cúmplices de um acontecimento. Eu e Carol também nos olhamos confusas.
-- Atenção, gente!- caio falou formalmente batendo uma colherzinha no copo de vidro.
Ficamos todos em silêncio. Ele continuou:
-- Gostaria de aproveitar esse momento entre amigos e falar sobre os meus sentimentos. Há um certo tempo eu estou apaixonado por uma garota, que na verdade é uma mulher incrível, que tem um sorriso encantador e cabelos loiros.- por que ele estava olhando pra mim?- desde que começamos a conversar melhor, eu pude conhecê-la e descobrir que eu quero muito mais que a amizade dela.
Ele chegou perto de mim e pediu:
-- Namora comigo, Madu?
Eu olhei pra Carol, ela estava radiante. Lucas não parecia muito surpreso, mas sorria feliz. Eu estava ficando vermelha de vergonha.
-- Caio, para de brincadeira!
-- Por que eu brincaria com algo tão sério?- ele falou preocupado
-- É sério?- gaguejei
-- Claro que é! Namora comigo?
Nossos amigos permaneceram em silêncio. Olhei pra um lado e pro outro tentando correr dali. Mas meu coração estava batendo de felicidade e minha boca abriu sem meu consentimento e, enfim respondeu:
-- Sim!
Caio olhou pro amigo e sorriu. Depois olhou pra mim e me deu um beijo. Eu ainda estava intacta. Todos aplaudiram e gritaram. E eu fiquei ali, parada.
Passei alguns minutos para absorver, depois voltamos a conversar normal. Até que os meninos decidiram ir pra casa. Nos despedimos deles e eu voltei pro ateliê pra arrumar a bagunça. Carol insistia em falar no assunto toda entusiasmada. Eu apenas sorria e só dei respostas curtas.
-- O que houve, Madu? Não está feliz?
-- Ué, estou. Por que?- disfarcei
-- Tá tão calada...- falou desconfiada
-- Estou com sono. Tive uma semana cheia. Só isso.
-- Te entendo. Vamos dormir?
-- Pode ir. Vou daqui a pouco.
Ela assentiu, me deu um beijo de boa noite e foi pro quarto. Fui pro jardim, sentei na grama e olhei pro céu. Pensei nas minhas inseguranças e na minha vidinha sem graça. Em seguida, olhei pra os arbustos e me surgiu uma coragem imensa. Uma mistura de ódio e determinação. Desde que aquela maldita pedra aparecera, eu não tive paz. Está na hora de pôr um fim nisso tudo. Peguei a pedra e enterrei num pequeno buraquinho que eu fiz na terra. Pronto! Acabou. Tirei a terra das mãos e entrei. Conversei um pouco com o Caio pelo whatsapp, depois tomei um banho e deitei. Não demorei para dormir, realmente estava cansada.
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A Lua e Eu
Science FictionMadu vivia sua vidinha solitária e, nunca havia parado pra pensar o quão difícil era viver tão sozinha. Além de sua amiga Carol, não tinha mais ninguém para conversar e dividir momentos. Sem relacionamentos, sem família e sem nada de novo pra fazer...