Capítulo 14

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Os meninos chegaram e eu fui surpreendida com um vaso de orquídeas que Caio trazia nas mãos.

-- Soube que são suas favoritas.- disse ele com um sorriso.

-- São. Obrigada!- retribui o sorriso.

Ficamos nos olhando por alguns segundos. Carol e Lucas inventaram uma desculpa esfarrapada e saíram.  Fiquei morta de vergonha.

-- Você quer ir no ateliê?- sugeri

-- A Carol e o Lucas não estão lá?

-- É... estão. Pensei que fosse um programa entre nós quatro.- falei confusa.

-- E é. Mas eu pensei que a gente podia... Ah, não. Deixa pra lá.

-- Tá. Vamos?

-- Vamos.

Puts, será que eu fiz certo? Deveria ter perguntado se ele queria algo. Ou ficado um pouco com ele... ai, Madu!

Encontramos Carol e Lucas sentados na varanda do ateliê.

-- E aí? Vamos pedir a comida?- perguntou Lucas

-- Vamos!- Caio e eu falamos ao mesmo tempo. Nos olhamos. Rimos.

-- Tô morrendo de fome.- ele disse.

O programa rolou como os outros. Muita conversa boa, muita risada, as horas passando rápido e a gente sem perceber. As vezes eu olhava discretamente pro Caio e tentava entender o porquê daquelas visões da pedra da lua. Como ele poderia ser alguém ruim? Ele levantou e olhou pro Lucas como se fossem cúmplices de um acontecimento. Eu e Carol também nos olhamos confusas.

-- Atenção, gente!- caio falou formalmente batendo uma colherzinha no copo de vidro.

Ficamos todos em silêncio. Ele continuou:

-- Gostaria de aproveitar esse momento entre amigos e falar sobre os meus sentimentos. Há um certo tempo eu estou apaixonado por uma garota, que na verdade é uma mulher incrível, que tem um sorriso encantador e cabelos loiros.- por que ele estava olhando pra mim?- desde que começamos a conversar melhor, eu pude conhecê-la e descobrir que eu quero muito mais que a amizade dela.

Ele chegou perto de mim e pediu:

-- Namora comigo, Madu?

Eu olhei pra Carol, ela estava radiante. Lucas não parecia muito surpreso, mas sorria feliz. Eu estava ficando vermelha de vergonha.

-- Caio, para de brincadeira!

-- Por que eu brincaria com algo tão sério?- ele falou preocupado

-- É sério?- gaguejei

-- Claro que é! Namora comigo?

Nossos amigos permaneceram em silêncio. Olhei pra um lado e pro outro tentando correr dali. Mas meu coração estava batendo de felicidade e minha boca abriu sem meu consentimento e, enfim respondeu:

-- Sim!

Caio olhou pro amigo e sorriu. Depois olhou pra mim e me deu um beijo. Eu ainda estava intacta. Todos aplaudiram e gritaram. E eu fiquei ali, parada.

Passei alguns minutos para absorver, depois voltamos a conversar normal. Até que os meninos decidiram ir pra casa. Nos despedimos deles e eu voltei pro ateliê pra arrumar a bagunça. Carol insistia em falar no assunto toda entusiasmada. Eu apenas sorria e só dei respostas curtas.

-- O que houve, Madu? Não está feliz?

-- Ué, estou. Por que?- disfarcei

-- Tá tão calada...- falou desconfiada

-- Estou com sono. Tive uma semana cheia. Só isso.

-- Te entendo. Vamos dormir?

-- Pode ir. Vou daqui a pouco.

Ela assentiu, me deu um beijo de boa noite e foi pro quarto. Fui pro jardim, sentei na grama e olhei pro céu. Pensei nas minhas inseguranças e na minha vidinha sem graça. Em seguida, olhei pra os arbustos e me surgiu uma coragem imensa. Uma mistura de ódio e determinação. Desde que aquela maldita pedra aparecera, eu não tive paz. Está na hora de pôr um fim nisso tudo. Peguei a pedra e enterrei num pequeno buraquinho que eu fiz na terra. Pronto! Acabou. Tirei a terra das mãos e entrei. Conversei um pouco com o Caio pelo whatsapp, depois tomei um banho e deitei. Não demorei para dormir, realmente estava cansada.

A Lua e EuOnde histórias criam vida. Descubra agora