Capítulo 2 - Eu nada temerei

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Cheguei na escola, liguei para minha melhor amiga e esperei no pátio. Enquanto isso revia mais uma vez as imagens gravadas pela manhã. Eu não sei o motivo, mas rever as imagens me fazia ter mais força e desejo de acordar cedo para ver a beleza de Deus. Ainda fascinada com a qualidade das imagens, comecei a sorri, talvez Deus estivesse sorrindo comigo também.

Sai do meu transe quando escutei vozes e gritos, olhei para os lados. Alvo encontrado. Pensei sorrindo. Seria uma ótima oportunidade de ajudar mais uma pessoa. Corri até o círculo de pessoas, abri caminho com os braços  me deparei com um menino jogado no chão, e outro de pé em frente dele rindo alto. Balancei a cabeça, mais um sem limites.

— Julgo que bater nele não vai elevar seu ego e muito menos sua masculinidade, Jorge. — Falei cruzando os braços. Eu já estava cansada de ver aquela cena. Vez por outra, Jorge chegava à escola de mau-humor. O que acontecia é o de sempre, ele batia em alguém para descontar toda aquela raiva, só que ninguém tinha culpa de nada que acontecia na vida dele, acho que ele não entendia essa parte.

— Ella, não enche meu saco! — Ele disse saindo do meio dos meninos.

— Obrigado! Mais uma vez, você me ajudou.

—  De nada, Marcelo, vamos para a aula. — Estiquei o braço para ajudá-lo a se levantar do chão.

Encontrei Mariana na sala, contei tudo que tinha acontecido. Ela não aprovava muito, mas eu sempre iria enfrentar pessoas como o Jorge. Assistimos à aula, conversamos muito, e novamente eu me via sentada na sacada do meu quarto, com as notas das matérias nas mãos, e a câmera em outra. A partir daquele dia eu estaria dando uma nova "cara" a minha vida. Professores novos, amigos novos, tudo novo! Mas o céu estava diferente, naquele dia ele não estava alegre, mas continuava com sua delicadeza aparente.

Não sei bem por que, mas naquele dia eu estava com medo, muito medo. Estava começando um ano diferente para mim, com novas escolhas, novos obstáculos e novos desafios com os "Jorges da vida". Sei que não seria nada fácil. Parecia que o céu me entendia naquele momento, ele ficou um pouco escuro, aos poucos nuvens foram se formando, uma camada rosa, outra branca, e amarelo misturado com abobora. Aquele era o pôr-do-sol que eu tanto queria ver. Talvez Deus estivesse me entendendo naquele momento, e começou a criar uma imagem em sua tela, e isso só para me alegrar!

Eu poderia está "viajando na maionese" por pensar que o mundo, ou melhor, que Deus girava em torno de mim, mas eu tinha certeza que Ele se importava se eu ficasse triste, com medo, chateada ou feliz! A palavra dEle era minha certeza, minha esperança, e meu guia em muitos momentos, mesmo que eu tivesse parado de lê-la por alguns dias por conta das provas, de uma coisa eu sabia, ainda leria ela, pois, Ele era/é meu auxílio.

Olhei novamente para as notas, as notas que mudariam minha vida, seria um longo ano. Respirei fundo, peguei minha câmera e em seguida apertei no botão para gravar, sabia que ia conseguir uma boa imagem, pois era sexta-feira, ou seja, o sábado estava chegando. O que percebi foi que: sempre que o sábado estava chegando, o pôr-do-sol era diferente, sempre tinha uma mistura de cores, o sol brilhava mais e as nuvens faziam sua "dança maluca". Sorri novamente, respirei fundo e falei:

— Senhor, obrigada por se importar comigo e permitir que eu me sinta uma pessoa importante. Oro em nome de Jesus, amém!

Minha oração foi finalizada, o pôr-do-sol teve seu fim e as estrelas me deram aquele Oi animado e brilhante. Deus é perfeito! Pensei. Guardei minhas coisas e fui dormir, um novo ano estava me esperando.

Emanuela  [ SEM REVISÃO] Onde histórias criam vida. Descubra agora