•12• Aurélio Dumbledore

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A brisa gelada de Londres fazia com que todas as pessoas se escondessem em suas casas se enrolassem nos seus cobertores, aproveitando a companhia de outros seres humanos ao som do crepitar da lareira. Mas nem todos estavam bem e felizes.

– NÃO!

– Não há outra maneira!

– NÃO... N-não... E-eu não p-posso permitir i-isto!

– Então o que sugere fazer!? Ela está louca! E ele também!

Lágrimas corriam pela face de Tina. No calor da casa de Newt, ela sentia-se mais fria do que nunca. Aquelas palavras que Theseus acabara de lhe dizer eram irreais... Impossíveis...

– Queenie tem de ir para Azkaban! Tal como o garoto! -exclama Theseus pela milésima vez naquele fim de tarde.

– Não não não! Vamos arranjar uma outra maneira! Qualquer coisa! -suplica Tina rouca de tanto gritar.

Enquanto isso, Newt vigiava Quennie e Credence, que ainda estavam atados mas agora já se encontravam no quarto do ruivo. Um silêncio desconfortável para todos assombrava aquela divisão da casa, ouvindo-se  apenas o som do vento a chocar contra a janela.

– Queenie para por favor -pede Newt, depois de Queenie ter tentado ler-lhe a mente pela quinta vez consecutiva.

– Dominas-te a arte da oclumência, esperto -disse ela com uma voz fria.

– O que te aconteceu? -pergunta Newt, mais se perguntando a si mesmo do que à sua amiga... Se é que se podia chamar de amiga...

– ELA NÃO VAI PARA AZKABAN!

Os gritos impiedosos de Tina chegavam até aos ouvidos de Newt e dos outros bruxos presentes naquele quarto. Aquilo agustiava o magizoologista e um pouco Queenie. Credence parecia imparcial, o que assustava ainda mais Newt.

De repente, Tina entra no quarto onde eles estavam. Tinha os olhos vermelhos e o cabelo meio despenteado. Olhava fixamente para Queenie, não deixando a mesma ler-lhe. Novamente, Tina recomeça a chorar, abraçando Newt à procura de conforto. O ruivo abraça-a de volta, não tirando os olhos dos dois reclusos.

– Dumbledore nem tem coragem para estar aqui -murmura Credence.

Tina olha para Credebce preplexa.

– Credence... -disse ela tentando se aproximar do garoto.

– Eu não sou Credence! -responde o garoto, não deixando Tina se aproximar- Meu nome é Aurélio, Aurélio Dumbledore!

Agora era a vez de Newt falar:

– D-Dumbledore?

– Sim Scamander, o senhor ouviu muito bem!

– N-não... Tina fique de vigia, eu volto já.

Dito isto, Newt sai a correr e aparata em Hogsmead. Abranda o passo para não dar nas vistas e encaminha-se para Hogwarts. Sem pedir autorização, Newt avança pelo castelo até à sala de Transfiguração. Antes de entrar, ele espreita e repara que o professor está a lecionar uma aula.

E agora... Espero a aula acabar ou...

Isto é urgente

Muito urgente

Credence...

Newt entra na sala mesmo estando Dumbledore ocupado. Ele olha para os alunos que o olham com curiosidade e até alguns o reconhecem como o autor do livro Animais Fantásticos e Onde Habitam, mas a atenção deles volta-se para Dumbledore:

– Newt?

O Scamander desvia a sua atenção para o bruxo. Os seus olhos mostravam desconfiança e receio:

– Credence.

Dumbledore mostra-se confuso.

– Urgente.

O professor vira-se para a turma e, com um sorriso, anota uma coisa no quadro de giz.

– Estão dispensados, mas não se esqueçam do trabalho de casa.

Dito isto, todos os presentes arrumam as suas coisas e saem da sala apressadamente, deixando Newt e Dumbledore sozinhos para conversarem sem que ninguém os incomode.

– É mesmo importante? Acabei de dispensar alunos de uma aula importante.

– Eles estão agradecidos.

Dumbledore cruza os braços. Newt apenas encolhe os ombros.

– Credence? O que tem Credence? -retoma Dumbledore.

– Não tem um irmão... ou-ou... Parente Dumbledore chamado Aurélio? -pergunta Newt.

O professor pondera sobre a pergunta.

– Não. Porquê?

– Credence é Aurélio Dumbledore!

– O quê? Que disparate é esse? -questiona Dumbledore indignado, achando que Newt havia eloquecido.

– Eu também fiquei assim à primeira, mas depois pensei sobre o assunto. E se Grindelwald está usando o Obscurus do Credence para chegar a você, já que com o pacto não deixa ele atacar pessoalmente?

O outro bruxo fica pensativo.

– Mas Credence tem uma varinha...

– Mesmo com uma varinha, o Obscurus ainda está presente no garoto, talvez mais fraco, mas deve estar.

– Então tens de retirar o Obscurus do rapaz!

– Isso o mataria... Como aconteceu com uma garota que eu salvei.

– Temos de correr esse risco Newt. Grindelwald está por aí, provavelmente pronto para se vingar e recapturar o obscurial para me atacar, se essa teoria estiver correta.

– Não sei...

–Newt, é para um bem maior.

No Meio Da Guerra  - Crimes Of Grindelwald (DESCONTINUADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora