O segundo motivo

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Queria poder afirmar que Park Jimin tornou-se fácil de se compreender. Que, com a nossa convivência, eu aprendi a entendê-lo como ninguém. Mas isso seria uma mentira.

Mesmo com os nossos cinco meses de amizade, eu ainda era incapaz de compreender o significado da maioria de suas ações.

A única coisa que eu conseguir entender, em todo esse tempo, é que eu estava gostando dele. Sim, aquele gostar mesmo, coração acelerado, estômago embrulhado, mãos suando mesmo quando estava tão frio ao ponto de sair fumaça da boca. Eu estava vivendo o típico amor platônico adolescente. E eu gostava nada disso.

Teve um dia que Jimin apareceu as oito da manhã na porta da minha casa, me arrastando até um parque qualquer, apenas porque queria ver as crianças brincando perto do chafariz. Eu quis socar todo o seu belo rostinho, contudo eu fui acariciado com seu sorriso maravilhoso, coisa que mesmo não querendo assumir, acabou derretendo meu coração.

Eu não sei se foi por causa do baixinho, ou se eu apenas me conformei com o universo, mas a quantidade de vezes que eu pensava um "Queria estar morto" diminuiu drasticamente. Obviamente ainda pensava, mas era só umas três vezes por dia, não a cada minuto.

As vezes, quando eu soltava essa frase perto do loiro, ele fechava a cara e dava um tapa em minha nuca. Quando eu o questionava sobre isso, ele apenas dizia "Não é nada, babacão". Minha mente cismava de dizer que é porquê ele sentiria minha falta, porém eu sempre soube que mentes de pessoas apaixonadas têm tendência a serem iludidas. E não, eu não me tornaria um daqueles adolescentes idiotas que no lugar dos olhos tem corações rosas, que só sabem falar "Me note, senpai". Por favor, eu tenho o meu orgulho.

Eu apenas suspirava quando ele sorria, me perdia na beleza de seu rosto e me encantava na riqueza de seu intelecto. Eu ainda tenho salvação — ou assim eu espero.

E nós estávamos sentados no banco da praça, vendo as crianças correrem para lá e para cá. Na verdade ele observava elas enquanto eu estava fascinado com seu rosto, até que ele me olhou com a cara fechada.

— O que tanto você está encarando no meu rosto?

— Nada. Você só é muito bonito.

Não sei se o que assustou o loiro foi o fato de eu ter sido direto ou de apenas ter sido honesto, mas ele acabou se engasgando com o ar.

Meio desesperado, me aproximei do seu corpo, dando tapinha em suas costas e dizendo coisas como "calma hyung" ou "respira, é importante respirar". Também não sei dizer se foram segundos ou minutos em que ele permaneceu engasgado, porque para mim pareceram milênios desesperadores.

Quando ele finalmente conseguiu pegar ar, ele virou o rosto rapidamente em minha direção, nos pondo em uma situação um pouco desconcertante. Seu nariz encostava no meu e eu sentia sua respiração ofegante bater em meu rosto. Eu apenas paralisei, como se estivesse entrado em estado de choque. Acho que ele também, visto que ficou da mesma forma que eu fiquei.

— Hyung... Tenta não morrer. Quem aqui quer estar morto sou eu, não você.

— Ai Jeongguk! Seu idiota, retardado! — me empurrou, se afastando de mim.

Não que isso fosse alguma novidade, já que sempre que eu estava com o Jimin eu me encontrava nesse estado, mas eu estava entendendo nada.

— O que eu fiz?

— Nada! Simplesmente nada. Agora cala a boca e assiste a porra das crianças. — Se acomodou no banco, com um bico no rosto maior que o de um pato.

Me ajeitei, encarando os mini demônios que todos chamavam de crianças. Eles brincavam com um jatos de água que saiam do chão, indo em direção ao céu até perder força e cair. Berravam e corriam, fazendo a verdadeira bagunça que pirralhos sempre costumam a fazer.

5 motivos para continuar vivo .•°[Jikook]°•.Onde histórias criam vida. Descubra agora