Just a Chance - JIKOOK

Capítulo três ― Não deixe de brilhar.

  Entro na minha sala, infelizmente não encontrei Jimin no pátio de frente do colégio, será que ele faltou hoje? Sento no meu lugar de sempre e logo Taehyung vem até mim com um sorriso debochado.

  ― Ei dente de coelho!

  ― O que é, Taehyung?

  ― Sabe aquele menino de cabelo esverdiado? - aponta pro Yoongi ― Ele está na seca faz um tempo, e percebi que você anda muito com o Jimin. Quanto você paga pra ele na hora de fuder?

 Levanto da minha cadeira batendo as minhas duas mãos na mesa, ao escutar tamanha besteira sobre meu menino.

  ― Não fala assim do Jimin, você não o conhece.

  Ele rir zombando da minha atitude e logo chama os outros. Era tanta bagunça perto de mim que acabou por chamar atenção das meninas da mesa ao lado.

  Agradeço a mim mesmo por ter tamanha maturidade por não se deixar levar por esses olhares cheios de julgamentos e até curiosidade, meu eu adolescente iria se deixar levar por esses comentários de Taehyung e se afastar do Jimin. Então apenas respiro fundo e sento de novo, pego meu livro que iria ser usado nesta aula e meu caderno.

  ― Você vai se juntar a nós Jungkook.

  Sussurrou Hoseok antes de voltar pro seu lugar.

  Como um milagre a professora de redação entra na sala fazendo todos irem pro seu lugar e me deixando em paz, pelo menos por enquanto.

  Sinal toca e eu saio correndo para a sala do Jimin, meu sorriso murcha ao ver sua cadeira vazia. Se eu tivesse dado meu número para ele, talvez ele me avisaria o porquê de não ter vindo hoje, não é? Eu tenho medo de ter algo ruim acontecendo com ele... Como você é burro Jungkook! Com certeza tem algo ruim acontecendo, eu só não sei, mas queria tanto ajudá-lo.

  Vou até o refeitório se fico no mesmo lugar que ficava com Jimin todos os dias nesse horário; uma mesa debaixo de uma árvore repleta de flores amarelas, ele sempre fala que a cor amarela se tornou sua favorita, pois representava felicidade. Sorrio com a lembrança dele na minha cabeça e começo a comer meu lanche.

  ― O que um moço bonito faz lanchando sozinho?

  Escuto a voz da IU e reviro meus olhos mentalmente. Dou um breve sorriso falso e respondo: ― Minha estrela não veio hoje.

  ― Ah... - ela sorri completamente sem graça. ― E quem seria ela?

  ― Ele. - corrijo ― É o Jimin.

  Na mesma hora a morena revira os olhos e faz uma cara de desgosto sentando na minha frente.

  ― Olha Jungkook, não quero dar uma de fofoqueira, mas você já ouviu o que falam do Jimin? Melhor achar alguém melhor, não é mesmo?

  ― IU, eu olho pra você, e não há brilho! Como você poderia ser minha estrela?

□

  Estava tão tédio em casa, decido sair em busca de algo para me entreter, talvez vou ao parque e brincar no balanço, ah quem estou enganando? Eu quero ir ver o Jimin, mas não posso aparecer lá na casa dele, eu o conheci hoje.

  Caminhando pelo parque, por ironia do destino, encontro Jimin com uma pessoa (que parecia ser mais velha que ele). Pelo jeito que estavam, pareciam estar brigando, o homem ao seu lado pegava seu braço e apertava, sem contar o dedo que ele apontava para sua cara; quando dou um passo para ir até lá, ele o solta, empurrando e fazendo o loiro cair. Corro até Jimin e o levanto, ao olhar o seu físico, deu para notar bem que ele estava chorando antes disso acontecer.

  O pergunto o que tinha acontecido e ele não me responde só fecha os olhos com força, parecia que estava lutando contra a própria vontade de chorar, sem pensar duas vezes puxei-o para um abraço apertado como se eu tivesse dizendo "calma vai ficar tudo bem". Eu não sabia se estava fazendo certo, não tinha vivido esse dia no 'passado-um', queria que o Jimin se sentisse seguro comigo, eu quero ser seu porto seguro novamente.

  ― Por favor, não conte a ninguém sobre o que viu... Seria uma dor a menos.

  Ele diz baixinho suspirando entre as frases, sua voz estava tão desanimada quanto seu rosto.

  ― Eu não vou contar, não se preocupe.

  Digo encarando seus olhos, era tão notável a tristeza que carregava, tantas dores para uma pessoa incrível como Jimin, mas prometo eliminar todas.

  Ao o levar para casa, percebo que ele hesita em entrar, era como se tivesse com medo que algo ou alguém pudesse lhe fazer mal, com receio de que algo poderia acontecer dei o meu número a ele, pedir para que o mesmo me ligasse, se caso estivesse com pressentimento ruim.

  Cheguei em casa, dei um beijo na testa da minha mãe e fui para o meu quarto; deitando na minha cama sentindo o aroma doce do Jimin na minha camisa olho para o teto e sinto o celular tocar, era um número desconhecido ― que não estava salvo ― e torci para ser do Jimin, mas ao mesmo tempo fiquei preocupado de que algo realmente havia acontecido.

  Atendi e ansioso, falei: ― Oi Jimin, como você está?

  ― Eu achei que estaria esperando uma ligação minha, vi pela sua cara que estava preocupado comigo quando me levou para casa e só quero te assegurar que estou bem.

  ― Ah eu realmente fico aliviado com isso!

  Sorrio e espero ele dizer mais alguma coisa.

  ― Uh... Boa noite Jungkook.

  ― Boa noite Jimin... - e quando estava quase desligando. ― Ei!

  ― O que foi?

  ― Tu és a estrela mais brilhante e magnífica que já se existiu, brilhastes o meu mundo, então não se deixes apagar. - a ligação ficou com um silêncio tremendo, mas eu sabia que ele estava sorrindo, pelo menos um pouco. ― Tenha uma boa noite Jimin.

  Encerrei a ligação.