Após um ataque inesperado, um casal desatento encara a morte pelas mãos de um assassino, e as consequências tornam-se maiores do que o imaginado. Com isso, rumores começam a recair sobre a pequena e isolada cidade de Oakfield, no estado de Ohio.
O...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
TREZE ANOS ANTES
24 DE DEZEMBRO DE 1999 - VÉSPERA DE NATAL
A casa estava vazia, desde que os parentes ainda não tinham chegado para a ceia. Do lado de fora, a neve podia ser vista caindo lentamente em direção ao chão, cobrindo a grama do quintal da frente e o asfalto da rua. Todos estavam dentro de suas casas, aconchegados ao lado da família, talvez embaixo de vários cobertores para se proteger do frio. Nem mesmo o sol forte fazia com que a temperatura subisse, o que tornava tudo aquilo frustrante. Não que estivessem esperando algo diferente, afinal, era véspera de Natal.
Na casa da família Farinacci não era diferente. O aquecedor ligado a 17 ºC era o bastante para deixar o ambiente um pouco menos frio, nada comparado com os 08 ºC que fazia lá fora. A lareira acesa aconchegava a garotinha ruiva deitada no sofá com um cobertor por cima. A apenas um cômodo de distância, os sons da avó preparando a comida eram ouvidos, mas não era mais alto que a TV, que passava um episódio aleatório de Vila Sésamo, com os sons exagerados ressoando pelo cômodo.
Emma assistia com divertimento. Mesmo que não gostasse tanto assim daquele programa em específico, era bastante engraçado ver o grande pássaro amarelo conversando com o restante de seus amigos. Adoraria estar lá com eles. Seria bem melhor do que sua vida atualmente. Faria de tudo para se ver livre daquela realidade.
1
A moça levou a bandeja com biscoitos para dentro do forno, tomando cuidado para não queimar as mãos nas grades ferventes. Saiu de frente do vapor quente e fechou a porta, logo indo até a bancada, onde pegou o cronômetro e marcou trinta minutos. Com uma olhada para cima, encarou o calendário. 24 de dezembro de 1999.
Chloe Farinacci estava exausta de todo aquele trabalho. A sorte era que o restante da família traria outros pratos para a noite, e só teve que fazer alguns biscoitos e uma torta de frango que não poderia faltar. Mas tirando todo aquele cansaço, a mulher gostava daquele dia em específico. Preferia a véspera de Natal, do que o próprio dia de Natal. Era tudo mais calmo, mais tranquilo, sem toda aquela agitação e aquele pensamento que nunca saía de sua cabeça que dizia "Meu Deus, esse ano passou rápido mesmo!". O dia tinha um clima menos festivo, o que ela gostava.
Foi quando a porta da frente abriu de repente, fazendo-a levar um susto. Chloe virou-se na direção do som, a tempo de ver a mulher que entrou. Lori olhou de um lado para o outro, desorientada. De primeira impressão, parecia bem, e Chloe até pensou em não fazer nada, não desferir nenhuma pergunta, e deixá-la fazer o que quer que quisesse fazer, mas foi um simples cambalear da moça que fez a mais velha se alarmar.
Largando o pano de prato sobre a mesa, agilmente se encaminhou até Lori, pegando-a pelo braço grosseiramente antes que a morena tivesse tempo de ir até a sala.
- Você andou bebendo, não andou? - perguntou Chloe, direta.
Lori puxou o braço e se livrou do aperto, encarando-a. O cheiro de cerveja invadiu o nariz da senhora de 74 anos. Ela observou a maneira miúda que os olhos da filha estavam.
