1x25 - When a Stranger Calls

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Um dia havia se passado

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Um dia havia se passado. O choque foi previsto, e a notícia da morte de Emma abalou todos os jovens. Agora, as esperanças pareciam perdidas. Ninguém se prontificava a fazer alguma coisa. Cada um tentava seguir com suas vidas da maneira mais fácil encontrada, não se dando ao trabalho de procurar alternativas para chegar o fim daquele terror. Mal imaginavam eles que estavam mais próximos do que pensavam de um final definitivo para aquilo tudo.

Sentado sobre a cadeira almofadada, Sean observava o exterior da cafeteria pela vitrine ao lado. A noite caía intensamente, e tudo estava molhado, úmido, pela chuva que havia despencado minutos antes. As árvores estavam tomadas por gotas que pingavam a todo momento, formando grandes poças no asfalto. Os carros levantavam água ao andar pela rua, e nem mesmo os bueiros pareciam fazer efeito, pois grandes linhas de água estendiam-se ao lado das calçadas, arrastando folhas e pedras até atingir algum ponto em que se espalhavam. O vento forte retumbava o vidro e balançava os arbustos, e os poucos pedestres que restavam fora das casas batalhavam contra a ventania e o frio, andando rápido e com as cabeças encapuzadas por tocas de blusas grossas, pisando frequentemente em poças d'água espalhadas pela calçada.

Diferente do lado de fora, o interior da cafeteria era quente e confortável. Estava pouco movimentado, provavelmente por conta do clima. Os poucos clientes que haviam espalhavam-se pelas mesas disponíveis, mas boa parte delas encontravam-se vazias. Os funcionários e garçonetes mantinham-se atrás do balcão, do lado paralelo à porta de entrada, esperando algum sinal para que mostrassem-se úteis. Um deles auxiliava um casal que pagava as contas, já outra trazia um prato de misto-quente para um grupo de amigos ao lado. Sean estava na mesa em frente à vitrine, sentado ao lado da mesma. À frente do nerd, Julia e Jordana conversavam sobre alguma coisa nada interessante para ele, que estava perdido nos próprios pensamentos.

Trocava de mão de apoio constantemente, colocando o queixo sobre o punho fechado. Por algum motivo, sentia-se diferente depois da morte de Emma. Foi como se tivessem apertado um botão no garoto, transformado-o em outra pessoa, alguém diferente e com pensamentos diferentes. Todas as razões lógicas haviam se esvaído dele, e mesmo que não conseguisse pensar e não tivesse ânimo em desmascarar o assassino, sabia que não conseguiria se controlar caso algum novo encontro viesse a acontecer.

Raiva era a única coisa que sentia. O medo tinha sumido, arrastado pelo vento. Faria de tudo para pegá-lo. Isso, é claro, somente se visse-o diante de si, pois não tinha vontade ou forças para fazer algum tipo de investigação ou intervenção. Na verdade, todos estavam daquele modo, prontos para a guerra, mas não fazendo esforços para ir ao campo de batalha.

Julia e Jordana conversavam somente para que o ambiente não ficasse tão monótomo. Estavam sentadas lado a lado, bebericando de uma xícara de café cada uma. Mesmo assim, não conseguiam sorrir, apenas conversando sobre as aulas, o que pretendiam fazer dali um ano, que seria quando se formariam, qual carreira seguiriam e coisas assim. Não tocavam no assunto que mais aflorava suas vidas no momento. Na verdade, tentavam manter-se longe dele o máximo possível.

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