México, 1959!

Capítulo 17

Botei a música da Celine Dion, porque eu amo e porque ela me fez ter inspiracao para escrever esse capítulo lindo. 💛🌻

Beijo, sedução!

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Ruby estava acordada desde o nascer do sol. A insônia que atingiu-a foi tão forte, que se ela olhasse no espelho iria perceber as olheiras que havia de baixo de seus olhos. A família toda ainda estava deitada e apenas ela estava na varanda de frente para a piscina.

Ruby aprendeu a acordar e ir para a varanda depois que Donna havia ido morar em outro continente. A distância entre as duas era notável desde que a menina ia crescendo e se parecendo mais ainda com Fernando. A genética foi realmente bem distribuída, o corpo de Donna era que nem a da mãe, magra de mais como Ruby e o rosto totalmente de Fernando.

- Mãe? - Ruby virou para o lado e sorriu. Ela não havia mudado, estava a mesma, apenas mais velha. - Você está cuidando de Sophie? Ouvi dizer que eu vou ser avó. - ela tinha o mais lindo dos sorrisos e estava sentada no banco que era delas. Quando Donna era menor elas viviam sentadas naquele banco conversando ou até mesmo em silêncio, olhando um para a outra.

- Estou sim, meu anjo. - Ruby se sentou ao lado dela e ficou a olhando. - Se for menino será chamado de Dommy e se for menina, Sophie ainda não decidiu.

- Fico feliz que estaja com ela, mãe, obrigada por cuidar dela agora, nesse momento. - Donna segurou a mão da mãe e olhou o nada.

- Seu pai está aqui, junto com o Sam, comigo e com a Soph. Me desculpa não ter te falado antes, filha. - Donna a olhou sorrindo.

- Mãe, está tudo bem, eu sabia que ele era o meu pai quando vi você mexendo em uma de seus álbuns de fotos. Fernando, não é?! Eu só não entendo porque você se privou da felicidade, mãe.

- Por você, filha, mesmo eu sendo uma mãe tão presente, foi pra te ver formando a sua vida sem a ajuda de ninguém. Seu pai, não pode te conhecer, mas estará sempre contigo, minha filha.

- Eu sei, mãe, eu te agradeço por isso. - Donna olhou para o lado e sorriu. - Está na minha hora, foi bom te ver, mãe. - As duas se abraçaram e Donna se foi.

Quando Ruby abriu os olhos, olhou diretamente para a foto das duas na escrivaninha ao lado da cama, Ruby foi aos prantos. A saudade da filha era algo que a machucava, mais que os sapatos de salto alto.

Ruby ainda chorava quando Fernando e Sophie entraram no quarto para acordá-la. Todos já estavam a mesa do café e Ruby ainda não tinha aparecido. Sophie sabia que a avó teria um processo para se acostumar com a ideia de deixar ou ficar na cidade. Ninguém sabia a decisão dela ainda.

Fernando quando a viu aos prantos na cama, correu até a amada e a abraçou forte. Ruby afundou o rosto no peito de Fernando tentando esconder o rosto choroso da neta. A diferença era que Sophie entrou antes da avó perceber e a viu frágil, destruída.

- Vovó? - Sophie estava com a mão na barriga a olhando perto da porta. Fernando olhou a neta e alisando o cabelo de Ruby a olhou e viu a amada levantar o rosto olhando para a neta ainda soluçando.

- Po..sso falar com..... você depois, Soph? - quando terminou a fala um soluço irrompeu em sua garganta a fazendo colocar as mãos na boca. Sophie ascendeu e saiu do quarto atordoada indo em direção dos pais e das tias na mesa do café.

- A vovó está mal, ela vem depois. - ela falava em um fio de voz enquanto se sentava na cadeira. Todos presentes naquela sala se olharam e Tanya e Rosie sabiam que algo havia mudado.

Já no quarto, Ruby estava com a cabeça encostada no peito de Fernando olhando a foto das duas Sheridan's mais velhas. O choro agora era silencioso, não tinha desespero mas a dor estava ali presente, em cada cantinho do corpo de Ruby.

Fernando ainda não sabia o que havia acontecido, mas tudo o que sentia era que tinha que estar ao lado dela. Ruby se sentou na cama suspirando e o olhou. Ele viu uma Ruby que escondeu o que aconteceu e não iria adiantar alguém pedir.

- Vou me arrumar! - ela simplesmente levantou e foi em direção do banheiro tomar banho, fazer sua higiene e esconder toda aquela dor que sentia. Fernando estava sem entender mas levantou abriu o quarto dela e arrumou a cama pensando.

Ruby saiu do banheiro apenas de roupão e já com o cabelo arrumado, ondulado e solto, maquiagem feita e sem nenhum vestígio de choro. Ela olhou o quarto e sorriu indo se vestir. Fernando ficou sentado a esperando acabar de se vestir e olhando a foto dela com a filha deles.

Quando Ruby voltou pronta, Fernando não pode acreditar, ela estava toda de preto e com um colar que ele nunca havia visto. Ela estava um gata, podemos dizer. Ela o olhou e sorriu fraco.

- Vamos tomar café? - abre a porta e o espera. A diferença agora era que Ruby escondeu tudo, nao havia mais um traço de fragilidade nela, não havia nada. - Vou para o estúdio hoje, quero ver a minha nova música e depois disso terão apenas meus últimos show's, pelo menos dessa temporada, depois verei o que eu irei fazer.

Fernando ascendeu e saiu do quarto com ela. - Nossa neta está preocupada com você, ela te viu mais cedo aos prantos, deveria falar com ela. - Fernando falou caminhando pelo corredor cheio de espelhos e portas de vidro.

- Vou falar com ela sim. - ela estava caminhando entre a parede e ele, intercalando o olhar nos quadros e no chão. - Ela viu muito? - parou e o olhou, aflita e nervosa.

- Ela não viu muito, mas viu o suficiente pra ficar te observando como agora e com receio de te ver machucada. - olhou para o final do corredor e viu a neta os observando de braços cruzados. Sophie sorriu fraquinho para eles e foi para a sala de estar com o celular na mão olhando o chão.

Ruby olhou a neta antes de sair e suspirou. - Vou falar com ela depois que eu fazer o meu desjejum. - Fernando ascendeu e segurou a mão dela. Todos que os viam podiam perceber a vibração amorosa que saia dos dois, podia sentir a necessidade que tinham um do outro, isso estava começando a mudar, a aproximação dos dois estava se tornando mais e mais forte. Isso é bom, afinal!

- Só toma cuidado, ok? Não quero te ver mais daquele jeito, se tu tivesse se visto a si própria teria ficado assustada. - alisou carinhosamente o rosto dela. - Quando precisar, podes contar comigo sempre! - ela sorrindo o abraçou forte e o beijou.

- Obrigada, por me segurar mesmo quando eu não mereço. - beijou mais uma vez ele e foi para a sala de jantar tomar café da manhã. Ele ficou parado no mesmo lugar, olhando uma pintura na parede de um novo amanhecer. As cores misturadas eram um caminho para a apreciação da pintura. Por um dia inteiro.

O objetivo da manhã para Fernando, foi fazer com que tudo ficasse pronto para Ruby chegar do estúdio e descansar para o show. Ela não iria parar tão cedo, ela iria fazer essa turnê a mais linda de todas, se ela parar, irá fechar com chave de ouro, mas se ela continuar, coisas mais lindas virão pela frente.

Todos esperam que Ruby Sheridan continue, mas naquela cabeça cheia de cabelos loiros esbranquiçados ela não ia deixar a neta de novo, não aquela família. Se fosse para deixar eles, seria unicamente pela morte e não pela carreira. Esse era o pensamento dela naquela manhã que começou com a filha em seus sonhos.