Coletânea de one-shots baseadas em obras da História da Arte, envolvendo universos alternativos do mundo literário/televisivo.
Porque toda pintura tem uma história por trás. E então, aceita mergulhar nesses devaneios artísticos comigo?
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The Black Brunswicker, 1860
Autor: John Everett Millais
Estilo: Romântico
Pintura de Gênero
Óleo sob tela
Localização: Lady Lever Art Gallery, Reino Unido
Alemanha, 1815
Draco sabia que seria difícil a despedida, mas precisava partir nos próximos minutos. Já havia postergado a sua saída o máximo que pudera, desfrutando o máximo da presença de sua esposa, porém não podia mais se dar esse luxo. Toda vez era o mesmo sofrimento e por mais que tivesse uma patente alta em seu emprego nada disso adiantava. A dor sempre seria a mesma.
Draco Lucius Malfoy fazia parte dos Brunswicker Negros - o exército alemão que tentava a todo custo impedir o avanço do Império Francês durante as Guerras Napoleônicas. Eles haviam falhado alguns anos antes, quando tiveram o Ducado de Brunswick-Lünenburg tomado por Napoleão e dado para o seu irmão. Aquilo havia mexido com toda a operação - justamente por seu motivo ser impedir a dominação francesa em seu Ducado. Porém os Brunswicker não estavam sozinhos naquela batalha: eles conseguiram apoio austríaco e inglês com a parte financeira - destinada à importação de armas, uniformes e a volta do trono do Ducado de seu devido sucessor.
Eles seriam eternamente gratos a Inglaterra por darem todo o suporte necessário, porém Draco tinha um ponto a acrescentar. Ele tinha sido um dos enviados para negociar o pedido de ajuda à tropa alemã e, além de ter tido sucesso em sua missão, havia conhecido sua esposa - Hermione Jean Granger. O rapaz tinha ficado tão encantado com a beleza da garota que havia perdido a compostura de oficial por alguns segundos, assemelhando-se a um adolescente inexperiente. Seu comportamento não havia passado despercebido, sendo logo notado tanto por Hermione quanto por seu pai. Quando beijou sua mão a cumprimentando, Hermione jogou os ombros levemente para trás, assim como seu torso - o que indicava que ela tinha gostado dele.
Surpreendentemente para a época, eles haviam se casado por amor. Tiveram mais dois encontros após aquele dia - obviamente sempre com a premissa dos Brunswicker, fato este bastante observado durante a discussão do pedido de casamento com o Sr. Granger. Ah, porque nesta época os casamentos ainda eram arranjados pelos pais das moças, como uma forma de troca de benefícios. Seu pai não era nada bobo, sabia ser um homem de negócios quando bem entendia: dava a mão de sua filha em casamento ao homem que amava, sendo correspondida a altura - mas em contrapartida Malfoy era um oficial renomado dos Brunswicker Negros, que até então tinham tudo para derrotar a França e acabar com aquela expansão. Um excelente partido, sem a menor dúvida.
Casaram-se menos de dois meses após se conhecerem - o que acreditem, era muito tempo para os padrões da época. Embora Hermione não soubesse falar muito bem o alemão, tinha aulas particulares com o marido em seu tempo livre - o que acabava por contribuir com seus estudos e ajudava a cultivar seu relacionamento. Felizmente Draco não fazia parte do conjunto machista e sexista que se importava com a esposa letrada. Não, ele gostava de poder discutir com ela sobre todos os assuntos possíveis ao invés de tons de cortina e a decoração da sala de estar.
