A viagem dos sonhos (Causados por Ícelo)

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Certo... Dylan tem pego a maior parte dos flashbacks... Acho que é minha vez de bagunçar a linha temporal desta história...  Mas não agora!

Antes acho que merecem algumas explicações e um melhor desenvolvimento sobre esse jantar. E para isso vou partir de minha oferenda.

-Er... Senhor D. - murmurei, tímida, sentindo o cheiro de carne assada subir da pira. - sinto por tê-lo irritado mais cedo. Mas fique tranquilo. Não causarei problemas por aqui... Afinal nenhum poder é de fato incontrolável. - ouvi o comentário de Dylan, sorrindo de canto antes de queimar um pouco mais de comida - Mãe... Espero estar à altura do que parece esperar de mim... E obrigada por me esclarecer sobre o problema com ele. - senti o cheiro subir novamente, contente ao notar que era o de pountine... Do pountine daquela minha vizinha que gostava de agradecer os favores de meu pai com nossos pratos favoritos quando eu era pequena.

Contive a lágrima, evitando me afogar na onda de nostalgia que me atingiu como um tsunami e me encaminhei de volta para a mesa, me sentando ao lado de Amélia, na ponta do banco, e percorrendo o refeitório com os olhos, me detendo no sátiro e no ruivo por um pouco mais de tempo do que nos outros, especialmente quando o corvo pousou perto desse último, o que me fez franzir a testa. Certo... Corvos dourados não deveriam existir, então provavelmente era ela. Estava oficialmente nos seguindo... E eu descobriria o motivo. provavelmente junto com o significado de pousar justamente no ombro daquele garoto em específico... Minha graciosa irmã havia me falado sobre algumas pessoas depois de me entregar a camiseta que eu vestia no momento e pedir desculpas um tanto desnecessárias por ter saído tão irritada do chalé... Ou ao menos achei desnecessárias, já que tinha motivos para se irritar. O filho de Esculápio não parecia ser mais do que um garoto facilmente considerado "na dele"... Mas eu também não era lá grandes coisas e aparentemente alguns seres incrivelmente poderosos andavam colocando fé em mim, então resolvi não julgar o ato. Também já tinha muitos mistérios para desvendar para perder tempo com algo que talvez sequer tivesse a ver comigo.

-Parece que o romano não atrai apenas garotas exóticas - soltou o rapaz sentado a minha frente, aparentemente sendo chutado pela Lambert e praguejando em grego, o que iniciou algo que me pareceu uma competição de caretas.

_Se você soubesse... - pensei comigo mesma, logo voltando à comida após enxotarem a garota transformada em pássaro do refeitório, me forçando a ignorar a sensação de seu olhar sobre mim.... Sensação essa que vinha se tornando uma velha conhecida.


Sentir o vento em meu corpo, a leve pressão do capacete em minha cabeça... E aquela estranha sensação de estar sendo vigiada. Tudo aquilo era agravado pelo pânico por estar em uma moto tecnicamente roubada, com um sátiro incrédulo na garupa, a moto claramente grande demais para mim. Mas precisava aguentar o peso dela... Era mais fácil sem toda a tralha do homem que correra atrás de nós por bons metros, que eu havia transportado até ele pelas sombras. Ignorei os protestos de Dylan para que eu parasse... Não o faria até meus braços começarem a doer. Era quase questão de honra. Já havia pilotado motos pesadas em fuga... Mas aquela era pesada DEMAIS. E o peso extra fornecido pelo sátiro não me ajudava, assim como o cansaço por ter exagerado um pouco no uso de meus poderes.

Então deixaria a adrenalina pilotar por mim ate onde fosse possível, o que rezava ser distância o suficiente. Acho que deveria focar as preces em Hermes, não? Deus dos viajantes E dos ladrões... Sim. Me encaixava em ambas as categorias naquele momento.

_Pare de me distrair! Por acaso quer ir pro chão a aproximadamente 113 qui... - Bufei ao lembrar que estava nos EUA e precisaria converter as distâncias - 70 milhas por hora? Porque vou acabar derrubando a moto se continuar brigando comigo.

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