Vanessa entrou agitada no quarto onde eu estava na casa dos Leicam. Veio até mim com uma sacola em mãos. Já fazia dois dias que eu estava aqui, e ela ainda não tinha aparecido para me visitar, mas agora ela além de me visitar, tinha ordens explicitas de André para me levar embora. O mais rápido possível. Ela era assim obedecia sem questionar.
— Já chega de descanso. — Disse ela, e estendeu uma sacola para mim, a peguei com a mão do braço bom. Olhou para os terríveis pontos em meu braço. — Espero que isso não te prejudique.
— Logo eu ficarei boa. — Respondi, apesar de não ter absoluta certeza disso, o que eu sabia era que doía muito.
— Trouxe algumas roupas para você. — Observou a camisola que eu vestia, que pertencia a mãe de John. — Quer ajuda para se levantar? — Seu tom de voz era preocupado.
— Acho que consigo fazer isso.
— Tenha cuidado, Agatha. Sem muitas extravagâncias.
A única pessoa que estava na casa naquele momento era Francine, mas a sua mente parecia estar em outro lugar, e eu sabia muito bem aonde. Ela conversava com Vanessa, mas as suas repostas eram curtas e superficiais, as vezes eu me perguntava se ela realmente estava escutando Vanessa.
Francine estava sentada em uma cadeira de fio trançado na cor vermelha, fitava o portão, eu sei que ela tinha esperança de que Valéria a qualquer momento poderia entrar por ele.
Vanessa se recostou na coluna do hall de entrada ao perceber que Francine não respondia com muito animo ao seu papo superdescontraído.
— Por que você acha que ela fez isso? — Eu e Vanessa nos entreolhamos, não sabendo para quem ela realmente estava fazendo a pergunta. — Valéria tinha os seus defeitos, mas ela era uma menina boa, não consigo acreditar que sempre esteve envolvida com criminosos.
— Tenho certeza que foi alguma coisa momentânea. — Disse eu, não sabendo se era o certo eu dizer isso.
— Você quer dizer que ela pode ter tido um surto?
— Sim.
— É o que estamos tentando provar. É o que ela nos disse. Mas Valéria sempre me pareceu uma pessoa equilibrada, não a nada que possa comprovar isso. Nenhuma ida a algum médico. Não sei mais o que fazer. — Lamentou.
— O que a senhora pode fazer nesse momento é descansar. — Pus minha mão em seu ombro, o afagando.
— Sério mesmo? — Vanessa sussurrou para mim. — Descansar?
Francine deu dois tapinhas de leve em minha mão, então se virou ligeiramente para trás. Seus olhos negros me encararam com intensidade.
— Sua mão está fria. — Uma forte tensão cresceu em meu peito. Como eu ainda não tinha aprendido, eu não deveria tocar nas pessoas assim sem antes controlar a temperatura do meu corpo. Compartilhei um olhar com Vanessa, seu rosto estava pálido, como se todo o sangue de sua face tivesse evaporado. — Você tem certeza que está melhor para ir embora? Meu marido pode continuar cuidando de você sem nenhum problema. — Soltei um suspiro de alivio, e o sorriso de Vanessa se espalhou pela sua face.
— Não já estou bem melhor. — Tirei minha mão do seu ombro, a deixando aonde ela deveria estar, ao lado do meu corpo.
— Fiquei muito triste quando você e o John terminaram. Torço muito para que vocês dois se acertem.
— Acho que o André está preocupado com a nossa demora. É melhor nós irmos. — Disse Vanessa, me livrando do rumo constrangedor que essa conversa estava tomando.
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(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)
Fantasía(Livro 2) Depois que a identidade do Homem Mascarado foi revelada, agora Agatha não tem apenas que se preocupar com o seu antigo pesadelo. Ela sabe que as Forças Especiais estão agindo para descobrir a identidade de cada um daqueles presentes na bat...