27. Derrotados

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— Temos que levar ele daqui. — Disse Stephenie, concluindo que o seu velho amigo só sobreviveria se um médico o atendesse, e eles conheciam muito bem o único médico que poderia fazer isso sendo discreto, mas para isso acontecer teriam que retornar de onde vieram, e isso não era para ser uma sugestão. — Deixe-nos ir, tem um homem ferido aqui. — Pediu ela para o comandante Flynn, mas o homem estava implacável, decidido a não deixar isso acontecer. Ajeitou seu corpo, olhando bem nos olhos de Stephenie.

— Ele poderá ser atendido no centro das Forças Especiais.

— Não temos tempo para isso. — Disse Vanessa de forma automática. Era a primeira vez que ela falava desde o ocorrido com André. Ergueu a mão, transformando todo seu braço em um espectro negro, o esticou velozmente passando por Flynn indo de encontro a garganta de Diana, que foi pega desprevenida pelo ato de Vanessa.

Bastaram dois segundos para Vanessa ultrapassar o espaço que as separavam, as duas ficaram face a face. Vanessa empurrou Diana contra a parede de metal, sufocando-a.

Diana sentiu o ar sendo sugado de seus pulmões, elevou suas mãos ao braço de Vanessa, tentando impedi-la, mas não conseguia tocá-la. Deu dois socos contra a parede, como se isso pudesse de alguma forma aliviar o que estava sentindo. Sentiu uma leve tontura, enquanto se debatia.

— Vanessa, eu não quero te machucar. — Disse ela. Pequenas ondas de choque foram liberadas de seu corpo, mas Vanessa em sua forma de espectro não poderia ser atingida. Diana percebeu isso imediatamente.

— Vanessa? Quem é Vanessa? — Perguntou o comandante. E então Vanessa usou sua mão livre para alcançá-lo. O velho homem se desviou em uma velocidade impressionante para um humano, encarou Vanessa, agora disposto a desmascará-la.

— Solte-a, Vanessa! — Agatha se intrometeu, pensando que ela seria uma das poucas pessoas que, a amiga poderia escutar naquele momento. Vanessa ignorou-a, mesmo assistindo Diana quase desfalecer, então um click chamou a atenção de todos. Olharam para o comandante, que acabara de engatilhar sua arma, apontando-a em direção a Max. O garoto tinha um sorriso debochado no rosto.

— Você está presa por tentativa de assassinato contra uma agente. — Disse ele, com tamanha autoridade.

— Não é uma tentativa, mas o ato vai ser consumado. — Disse ela, então um disparo foi feito, mas a bala ricocheteou ao bater contra uma parede invisível.

Os olhos de Vanessa faiscaram, sentiu a conexão que a envolvia, seu braço tomou forma, soltando-se do pescoço de Diana, que deslizou na parede, desfalecendo-se no chão. Sentia-se tonta, como se a qualquer momento fosse perder todos seus sentidos.

Com os olhos semicerrados, olhou para o pai, que ainda estava com a arma em mão. Ainda achava correto matar pelas Forças Especiais. O velho comandante deu uma varredura pelo local, seus homens, todos eles, caídos, derrotados por quem eles deveriam derrotar. Olhou agora para o homem que impediu mais um assassinato, mais um que ele diz cometer em nome da lei, mas a verdade, é que ele sentia prazer em matar. Gostava de ver seus inimigos rendidos aos seus pés. Gostava de vê-los implorar por perdão.

André ainda fraco abaixou sua mão, o campo de força que protegera Max desapareceu.

— Sinto como se algo tivesse me queimando por dentro. — Disse André com a voz rouca. Vanessa foi até ele, envergonhada. Estava mesmo disposta a acabar com a vida de Diana, não somente por causa do que ela fez a André, mas também por causa de todo o resto.

Ela inclinou-se sobre André, acariciando sua face, sentiu o tecido da máscara ao tocá-lo, mas o que ela queria mesmo era sentir a sua pele. Queria ver a expressão do seu rosto, se ele estava se fazendo mais forte do que poderia ser. Ele sempre agia dessa maneira. Quando esteve em coma comunicou-se com Vanessa por algumas vezes, assim como fez com Diana, usava a telepatia para fazer isso, e era dessa mesma forma que ele passeava pelas Forças Especiais, desvendando seus segredos mais obscuros.

(Completa) Sopro Congelante (Todos os passados)Onde histórias criam vida. Descubra agora