6 - Terror Mental

44 11 22
                                    

Enquanto estávamos na caverna, eu havia adormecido, por causa do cansaço de tanto caminhar e acabei sonhando com alguma coisa que, até aquele momento, não sabia. A única parte que me lembro foi de uma voz feminina falando algo, como se ela estivesse se referindo a muita gente e algo sobre se vingar.

Esse mundo deixou-me enlouquecido. Já que estava de madrugada, resolvi voltar a dormir, porém aconteceu alguma coisa comigo, enquanto dormia. Escutei um barulho estranho vindo do final da caverna. Andava a passos lentos para evitar algum barulho, enquanto eu olhava para trás, para garantir que Legado e Serpe estavam descansando profundamente.

Me aproximava mais e mais, até que algo me apagou, como se fosse um pancada de panela em minha cabeça. Não fazia a mínima ideia de quanto tempo fiquei desacordado, porém eu havia me levantado com uma certa dificuldade e acabei percebendo que eu estava no mesmo lugar da caverna e então, olhei ao redor e reparei que Legado e Serpe haviam desaparecido.

Gritei pelo nome dos dois, saí da caverna para ver algum resquício de pegada ou alguma outra pista, mas nada. Estava desesperado, não sabia o que fazer, apenas surgia vários questionamentos como sempre aconteceu durante esse percurso. Eu estava sem saber o que fazer, eu estava... começando a ficar sobrecarregado de tanta pergunta sem resposta!!

Resolvi sentar no chão da caverna e fechar os meus olhos, respirando profundamente, para tentar manter a calma. Mas quando fechei os meus olhos, escutei algo diferente, portanto eu os abri e vi um outro lugar. Eu estava em casa, mais especificamente na sala, observando tudo ao redor, sem conseguir me mover. Via a televisão, o sofá, meu quarto, a cozinha, a mesa de jantar, a varanda, e o quarto de meus pais.

A diferença era que eu não via ninguém. Não via minha mãe, não via o meu pai e nem a minha irmã com meu cachorro. Andei pela casa, estatelado com o que eu estava vendo diante os meus olhos. Eu não tinha certeza se era real, pois eu encostava nas coisas, eu sentia os objetos em minhas mãos. Era tão confuso... Eu comecei a chorar, me perguntava o que eu estava fazendo nesse mundo, eu me sentia tão impotente, sem nenhuma força, cansado. Findei sentando no sofá, com meus olhos marejados, sentindo medo de tudo... sentindo saudades do meu verdadeiro mundo, da minha família.

Enquanto chorava, pressentia uma presença familiar, então olhei para o lado esquerdo e, para minha surpresa, era o LordFerris, ou melhor, eu. Fiquei desnorteado sem saber o que fazer, a única alternativa que surgiu foi ir atrás desse outro eu. Foi uma loucura? Com certeza. Abri a porta que dava passagem a área de serviço de minha casa, olhei para todos os lados e fui andando quando, do nada, o outro eu apareceu e partiu para cima e mim:

- O que é isso?? O que é você? - Pergunto desesperado.

- Eu sou você, eu sou a sua outra personalidade, aquela que deveria tomar o controle e não você! E eu estou aqui para te matar! - Exclama o outro eu.

LordFerris me jogou a sete metros de distância. Eu estava sentindo dor no braço direito e me questionava: "Se ele sou eu, como eu tô sentindo dor e o meu clone não?" Eu, então, resolvi ficar o encarando. Eu sabia como ele irá reagir, por isso eu esperei o momento certo para minha reação. Eu o soquei no meio do seu estômago, fazendo com que ele fosse jogado contra a parede da minha casa, destruindo uma grande parte dela. Fui em direção ao LordFerris. Ele havia se levantado e falou:

- Você é fraco, sentimentalista. Você tem que ser eu, um ser poderoso, corajoso, justiceiro...

- Não. - o interrompi - Eu não sou que nem você e, é claro, você está errado. Ser sentimental não é uma fraqueza. É no sentimentalismo que eu encontro a humildade no coração, é no sentimentalismo que eu encontro a coragem, é no sentimentalismo que eu encontro A MINHA FORTALEZA!

Portanto, a batalha mental começou. Lutamos um contra o outro. LordFerris era brutalmente forte, mas eu era uma outra pessoa. Estava com uma outra energia, eu me sentia diferente. Estávamos nos batendo sequencialmente, juntamente com defesas corporais e assim sucessivamente.

Após um tempinho, a parti para cima e do nada apareceu a minha espada e, quando eu estava chegando perto, eu parei com centímetros de distância do peito dele.

- O que? Por quê não me matou? - pergunta sem fôlego LordFerris.

- Não é preciso matar para ser forte. Lembra do que eu disse? É no sentimentalismo que eu encontro a minha fortaleza. Você deveria sentir o mesmo. Não precisamos lutar. Precisamos ser apenas um só. Junte-se comigo, somos mais fortes tendo uma só mente, em um só corpo.

Diante disso, eu apareço na caverna novamente, eu olho para os lados e me deparo com Legado e Serpe dormindo ainda. Foi aí que eu comecei a analisar que tudo isso que aconteceu... era apenas um sonho, mas daquela vez, eu me sentia melhor, mais renovado, mais firme no meu objetivo e esse era salvar os jogadores do D.R.O.

D.R.O.: Devil Rises OnlineOnde histórias criam vida. Descubra agora