Sayonara, Usotsuki

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A delegacia naquela tarde em Seoul parecia estar mais agitada do que o normal. Telefones tocando sem parar, homens e mulheres aos prantos, suplicando para que a justiça seja feita diante do desaparecimento de suas filhas, além de policiais correndo de cima para baixo para tentar apaziguar toda a algazarra. NamJoon estava ainda em solo americano com YoonGi. Hoseok e Taehyung haviam saído com Park Jimin algumas horas atrás. SeokJin o deixava nervoso, por mais que estivesse agora com bom comportamento. E JungKook se encolhia em sua sala ao pensar sobre todos os seus colegas de equipe e aquele híbrido. Engolira em seco e se perguntava de que maneira poderia ser útil num crime tão extremo quanto aquele que estava vivenciando. Ninguém havia gritado por seu nome em um pedido de auxílio até então, e isso o deixava nervoso.

Levantou-se da cadeira de seu escritório, apertou um pouco mais sua gravata e endireitou sua postura, estufando o peito. Fez careta. Olhou para um pequeno espelho de sua sala ao ver sua feição e riu baixo de si mesmo. Pegou seu celular e em seu bolso depositou. Saiu daquela sala rapidamente e desceu as escadas enquanto ajeitava também os óculos redondos em seu rosto. Não poderia ir a lugar algum sem eles, sua pobre visão o dificultava no quesito de ver coisas mais distantes, como estrelas ou um belo horizonte.

Chegara enfim na porta da sala da velha oficial japonesa Minami Morikawa, e bateu na madeira, esperando ouvir o costumeiro berro da mulher ordenando que entre. Quando ouviu este tal berro, adentrou lentamente na sala em silêncio, até que ouviu uma frase um tanto quanto grosseira desta;

-O que está fazendo aqui, Jeon JungKook?

-E-eu vim procurar por um trabalho para fazer. -Respondeu nervoso. Sentiu suar frio.

-Está numa entrevista de emprego por acaso? -Ironizou.

-O que? Não, não, a senhora não me entendeu bem! -O garoto se aproximou da mesa qual a moça estava.

-Acho que foi você quem não se expressou corretamente. Volte para seu posto.

Fardo de ser motivo de chacota e incapacidade por Morikawa, o garoto moreno cerrou suas mãos em punhos e se pôs a falar mais do que devia - e do que estava acostumado a questionar.

-Mas é exatamente disso que eu estou falando, senhorita Morikawa. Eu quero fazer algo beneficie a delegacia, mas como eu posso se não dão um trabalho complicado para cumprir?

-Você é fraco demais. -Ela respondia sem o encarar nos olhos, mexendo sem parar no computador na sua frente.

-Mas senhorita, eu não tenho mais dezoito anos! Não acha que já está mais do que na hora de eu fornecer ajuda à algum departamento mais complicado?

-Acontece que você é mole demais, JungKook. -Ela o encarou e se levantou, batendo as palmas da mão contra a estrutura de madeira. -Se fosse como Kim NamJoon...

-Eu quero ser como ele! -Kook a interrompeu. -Na verdade, eu quero ter a coragem que ele tem. Isso não é motivo para me comparar com NamJoon, uma pessoa bem mais velha que eu.

-Você tem muito o que aprender, garotinho. Até lá será como uma presa fácil nessa vida complicada.

Eles ficaram em silêncio por um tempo, JungKook se encolheu e enrijeceu os ombros. Olhando para o piso liso por um tempo, se lembrou de algo que não podia simplesmente deixar passar facilmente;

-E quanto ao Jimin?

-O que tem ele, garoto?

-Por que a senhora o mandou junto com dois policiais? Sabe que ele é um psicólogo. Ele deveria estar aqui agora para atender as pessoas hoje!

-Eu confio muito mais nele do que em você. -Esta frase foi o suficiente para cortar o coração de JungKook.

-M-mas... -Seus olhos lacrimejaram. -Mas todos nós aqui temos funções específicas! No mundo não se pode jogar uma pessoa qualquer numa sala de cirurgia, e não se pode afastar um psicólogo de seu cargo diante de uma crise tão gigante quanto esta! Por que fez isso? Eu ainda tenho muito a aprender, mas não significa que não possa ajudar alguém!

Like a Bandit CatOnde histórias criam vida. Descubra agora