Drunk

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Michael acordou com batidas insistentes na porta de seu quarto, aparentemente sua mãe estava preocupada se ele ainda estava dormindo ou se tinha morrido.

— Michael? — Chamou pela segunda ou terceira vez.

— Oi. — Respondeu ainda sonolento.

— Achei que tivesse entrado em estado vegetativo, já viu as horas? Vê se não dorme de novo, menino! — Disse antes de se afastar da porta do quarto do filho e sair.

Michael sentou em sua cama, procurando por seu celular, o encontrou no chão, em cima de sua calça jeans. Aparentemente tinha sido cuidadosamente colocado ali e não sofrido uma queda até lá.

Verificou as horas; quatro pra às três da tarde. Quase caiu da cama, não acreditando que havia dormido tanto. Como isso era possível? Não se pode passar tanto tempo sem comer, foi o que ele pensou.

Começou a pensar sobre a noite anterior, pra ser exato, tentou lembrar do que aconteceu. Tentou lembrar das coisas em ordem cronológica.

Flashes, muitos flashes e não era de lembranças e sim de câmeras, isso era nítido. Crystal e seus amigos; não é que Michael não fosse amigo de todo mundo ali, mas era uma relação diferente, não era os amigos que ele gostaria que estivessem ali com ele.

Em algum momento, entre as fotos, felicitações, danças e 'carícias', veio as bebidas. Clifford sabia que não deveria fazer, mas pareceu tão tentador beber até esquecer o próprio nome.

A verdade é que não foi a bebida que fez Michael cair, foi a culpa que lhe consumiu sem aviso prévio. Ele simplesmente se embriagou e foi embora, não sem antes se certificar de ter tido uma comemoração boa aos olhos alheios.

Era sempre assim, os olhos alheios eram tão mais importantes que o seus próprios; não era algo que pudesse controlar, foi algo que já estava quase enraizado em seu ser.

Ok, ele não lembrava ao certo em que momento se despediu de todos e pegou um táxi para casa, não lembrava nem se quer de ter tirado a calça e a blusa, na verdade, lembrava da sensação de lágrimas quentes rolarem por seu rosto até finalmente apagar.

Sem sonhos, apenas apagou e foi acordado horas depois, não pareceu uma noite bem dormida.

Seguiu para o banheiro, tomando um banho demorado. Ao sair colocou o celular no carregador antes de descer para a sala. Para a sua surpresa, os pais estavam sentados ali, parecendo dois bonecos de cera.

— Eu vi as fotos. — Daryl começou. — Você fez uma boa escolha, apesar de ter bebido mais do que se é considerado saudável, mas estou orgulhoso de você.

Não pareceu que estivesse, Michael pensou, seu pai parecia tão automático que nem se quer parecia ter emoções sinceras. O mais novo assentiu, evitando falar qualquer coisa.

— Isso mesmo, você fez o que deveria. — Karen reforçou.

Deveria. — Repetiu a palavra com negação — Como uma obrigação, não é, mãe?

— Michael. — Daryl o olhou feio, o repreendendo pelo tom que o mesmo usou.

— Eu posso ir pra piscina? — Michael desviou o assunto.

— Vai, mas não pense que esqueci o que acabou de fazer.

Clifford foi no quarto pegar uma toalha e esconder sutilmente seu antigo celular na mesma, logo em seguida indo para a parte externa da casa. Não era a piscina que ele tinha interesse, mas no silêncio e sossego longe dos pais.

Michael pegou seu antigo iPhone 5, rezando para que ainda tivesse carga, era através dele que ele tentava manter algum tipo de contato com Calum, se seus pais ao menos sonharem com isso, ele estaria morto.

Daryl e Karen acham que Michael só tem o iPhone X que deram a ele há algum tempo atrás, telefone esse que eles sempre dão um jeito de ver se o filho está "cuidando" bem das coisas. Às vezes era frustante ser Michael Clifford, filho único do grande empresário Daryl Clifford.

•°•°•

Hey Everybody

Vou dedicar esse capítulo ao Michael do meu Calum GirlOfShipps <3 porque Malum é a amizade mais linda desse mundo todo!

E eu tô vendo esse panelaço pra me xingar mentalmente hein!?

(Minzinha, seu capítulo é o próximo )

BlackBlood || MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora