touch

181 23 128
                                    

Relacionamentos são complicados, principalmente se não souber o que a outra pessoa está de fato pensando. Seria muito fácil simplesmente falar tudo, mas não, ela deduz o faz o que quer, deixando a outra confusa.

Tomar uma decisão em relação ao que vai acontecer é algo estranho, porque algo que você decidir vai afetar não só a sua vida, mas também a do outro.

Michael sabia o que tinha que fazer, mas não parecia preparado para isso. Era o certo, mas nem por isso significa que seria fácil.

Luke estava com ele, o que só tornava a situação ainda mais complicada, porque tudo levava a pensar naquele assunto do qual Michael estava fugindo: Crystal.

— Mike, eu não sei se você sabe, mas nem o Calum e nem o Ashton estão bem. — Luke disse, com uma expressão triste.

— O que aconteceu?

— Eles terminaram. — A voz saiu baixa, quase como se não pudesse acreditar no que ele mesmo dizia.

— Eles o quê? Mas por quê? — Clifford perguntou, ainda sem acreditar.

— Eu não sei. O que eu vi é que o Calum está extremamente triste, ele não quer falar sobre o assunto. E parece que o Ashton nem sai mais de casa, disseram que ele fica o dia inteiro no quarto.

— Droga! O Ashton estava tão feliz com o Calum, e eles pareciam se gostar tanto.

— Parece que foi o Ashton que terminou.

— Eu queria tanto falar com eles, mas eu sou tão estranho que nenhum deles vai querer me ver. — Michael lamentou.

— Você não é estranho, e mesmo que fosse, isso não é um defeito. Você é especial. — Hemmings disse, segurando a mão do outro.

Michael não sabia como reagir, em outras circunstâncias, ele iria rir e dizer que Luke era muito bobo, mas agora as coisas tinham mudado. Então, apenas apertou a mão de Luke e sorriu.

— Eu tenho que romper com a Crys. — Clifford disse baixo, quebrando o contato visual.

— Eu sei como isso é difícil, são três anos e imagino como deve ser complicado. Talvez o coração dela se quebre pela primeira vez.

— Isso não está ajudando.

— Desculpe. Sabe que eu quero ficar com você, mas você precisa querer isso também. Tem certeza do que vai fazer?

— Eu nunca tenho certeza de nada, mas eu não quero enganar ninguém, muito menos trair. Eu preciso acabar meu noivado antes de fazer o que eu quero, mas também sei que a partir do momento que eu romper, estarei assinando minha sentença de morte com a minha mãe.

— Ei, quer ir a um lugar comigo? Vai te ajudar a relaxar e pensar com mais calma. — Luke perguntou, já levantando da cama do outro.

Michael levantou, sabia que continuar pensando sobre não iria ajudar e talvez Luke pudesse ter razão ao dizer que ele poderia relaxar.

Luke avisou que poderia demorar um pouco até chegar lá, então assim que entrou no carro do mais alto, teve a idéia de ligar para Ashton. Sabia que eles não eram amigos, mas dá última vez que viu Irwin, ele não se importava muito com isso. Ele atendeu no quinto toque.

"Oi."

— Oi, Ashton. Aqui é o Michael, sabe Michael Clifford.

"Oi, Mike. Como está?"

— Eu estou bem. — mentiu. — Hm, como você está?

"Luke te contou, não foi? Pelo menos vocês estão se vendo, espero que estejam bem."

— Por que fez isso? Você o amava mais que tudo.

"Eu o amo mais que tudo, e isso está me matando, mas era o certo. E-eu..."

— Como pode ser o certo? Vocês não estão nada bem. Não tem como ser o certo.

"Eu lembrei do acidente, lembrei o motivo. Isso implica em eu saber porque te odeio, mas você é tão fodido que eu nem conseguiria tentar te foder mais ainda."

— wow, obrigado! Acho que é agora que eu desligo e esquecemos que tentamos ser amigos, certo?

"Na verdade, nem precisa. Desculpe por tudo, eu sou tão sujo quanto você nessa história. Bom, o Calum tinha terminado comigo antes do acidente mas como eu não lembrava, ele resolveu manter as coisas como eu me lembrava. Não foi justo com ele, entende agora?"

— Eu sinto muito.

"Não sinta, pelo menos estou lembrando de algumas coisas. Eu preciso desligar, tenho remédio e umas coisas pra fazer... Depois te ligo."

— Sim, sim. Se cuida.

"Valeu."

Michael não ficou melhor depois da ligação. Agora que Ashton lembrava, não tinha mais como tentar construir uma amizade, principalmente por que parecia que o outro ficou com pena, e isso era um sentimento horrível.

— Mike, estamos chegando.

— Onde exatamente? — Clifford perguntou, voltando a realidade.

— Ok, tá vendo aquela casa amarela ali?

— A com uma árvore do lado e flores na frente? — Perguntou, observando bem.

— Essa. — Luke riu, pois era a única casa ali. Ela era afastada e por isso que era tão especial.

— Tá, mas o que tem ela?

— Ela é minha. Você é a primeira pessoa que eu trago aqui. — Estacionou o carro, sem ligar muito para se estava onde deveria ou não. — Ela está quase pronta. Eu sinto que você também está, e eu posso te contar tudo agora. Vamos entrar.

BlackBlood || MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora