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Sabe aquele ditado "ou você aprende por bem ou a vida vem e te ensina da maneira difícil"? Michael estava aprendendo da maneira difícil a tomar as rédeas da sua vida, mas não porque ele não quisesse ter aprendido como fazer isso antes, mas sim porque não tinha quem o tivesse ensinado.

Ele apenas tinha se revoltado em casa, mas ainda precisava se fazer ouvido por todos. Não tinha como continuar evitando Karen se eles moram na mesma casa, por isso ele queria sair dali, mas não tinha se quer direção. Crystal continuava mantendo as aparências, colocando fotos que faziam questão de mostrar seu anel de noivado.

— Luke, eu não aguento mais. — Clifford disse em um fio de voz.

— Ei, você não pode dizer essas coisas, sabe que isso me mata por dentro. — Hemmings disse, indo de encontro a Michael.

Nos últimos dias, Michael estava pensando sobre como sair de todas essas situações que estava metido, seja o inconveniente de a Crystal achar que pode ditar as regras, ou o problema de querer sair de casa mas não saber se virar sozinho. Ele passava a maior parte do dia com Luke, que era o único que ele tinha para se apoiar.

— Desculpa, não digo pra te machucar, mas sei lá, parece que está indo tudo ladeira a baixo.

— Só se você olhar unicamente para as coisas ruins, por que tem sempre coisas boas mas estamos tão afundados que não notamos.

— Leu isso onde?

— Para de ser bobo, estou sendo sincero com você. Olha só, você não vai mais precisar casar com quem não gosta, descobriu várias coisas que te fazem pensar sobre quem verdadeiramente as pessoas são, e tem a melhor parte ainda... — Hemmings deixou no ar, fazendo mistério.

— E qual seria? — Clifford perguntou, levantando do chão onde estava sentado e andando até Luke.

— Eu, obviamente. — Apontou para si mesmo, exibindo um sorriso que fez Michael sorrir junto.

— Devo concordar que você não é de se jogar fora. Se bem que, não tenho certeza se tenho realmente você.

— É sério isso? Também não vou te contar que você pode vir morar comigo mas isso significa que vai ter que assumir responsabilidades, principalmente sobre a minha pessoa. — Luke disse dando as costas e deixando Clifford ali confuso.

Parecia que Luke escolhia os momentos onde Michael estava mais vulnerável para contar/fazer coisas que tirem toda a atenção daquilo. Isso fazia Michael lembrar da primeira vez  que Luke o havia levado para lá - assim como nos outros dias, Michael e Luke estavam na casa nova de Hemmings, fingindo que estavam arrumando quando na verdade só queriam ficar a sós, mesmo que só para se olharem.

Luke o havia contado que os três anos que passou fora, estava intercalando entre o emprego, trabalho voluntário e a ONG que ajudava crianças órfãs, e durante todo esse tempo ele estava juntando dinheiro para fixar a sua vida, mas não queria fazer isso lá, era legal e tudo mas não era onde ele queria fincar raízes, por isso ele voltou, porque já estava pronto para viver a sua vida.

Mais do que uma casa, ele queria uma família, e ele disse que queria adotar, todo o envolvimento com a ONG o fez perceber que tinha muitas crianças que precisavam de amor, e isso era o que ele mais tinha para oferecer, era só juntar o útil ao agradável.

— Luke, volta aqui, me explica isso. — Michael levantou de onde estava e foi atrás do loiro.

— Qual parte? — Se fez de desentendido.

— Tá me convidando pra morar com você mas eu tenho que te pedir em namoro antes, é isso?

— Não. Você não pode me pedir em namoro sem estar oficialmente solteiro. E eu não te cobraria um pedido de namoro.

— Duas coisas. Primeiro, eu vou para a festa da empresa do meu pai e vou anunciar o rompimento. Segundo, eu não entendi.

— Você vai romper com a Crystal hoje à noite? Tipo, na festa em comemoração a nova parceria? — Luke perguntou, surpreso.

— Eu rompi com ela uma semana atrás lá na casa da Karen, e sim, hoje à noite eu vou falar isso para a imprensa. Aliás, quer ir comigo?

— Mike...

— Você não vai subir ao palco comigo, e nem vou falar de nós, eu sei que esse emprego é importante pra você.

Michael ainda não tinha entendido porque esse emprego era tão importante para ele, sabia que a conta do Luke tinha uma boa quantidade de dinheiro, sua família era bem de vida, era como se fosse uma coisa simbólica mas ainda assim parecia importante demais.

— Seria injusto seu pai me demitir, mas não duvido que ele faria isso sem pestanejar.

— Eu sei. Luke, por que esse emprego é tão importante pra você? Tipo, não é dele que você sobrevive, mas ainda assim faz questão de o manter.

— Anjinho, você tem que entender que eu preciso provar que tenho tudo estável, eles não acreditariam se eu dissesse que não preciso ter um emprego, então por hora ele é mais que importante.

Provar para quem? Eles quem?

Quase apareceu um ponto de interrogação na testa de Clifford, o que fez Hemmings sorrir de lado, como se aquilo fosse a coisa mais adorável que ele já viu.

— Hoje a noite vai ser difícil, vou ter que ter algo bom pra te contar. Então, depois do seu discurso, eu te conto quem eles são e porque são importantes. E vai decidindo se vai querer passar um tempo aqui, se sim teremos muito a conversar e isso envolve eles também.

•~•


Saiu a atualização que a Moreninha231 pediu!


Queria dedicar esse capítulo à AKordeiHood_28 que começou a ler “BlackBloodhoje ( maratonou, aliás ) e já sofreu

BlackBlood || MukeOnde histórias criam vida. Descubra agora