Los Angeles - Califórnia
Encarei o meu mais novo quarto, tudo nele era decorado com branco e preto. Fechei a porta e reparei no espelho que tinha sobre a parede do meu lado esquerdo, ele era grande e largo, ia do chão ao teto, um exagero no meu haver. Mais assim que reparei no meu reflexo eu não conseguia enxergar aquela garota que fui um tempo atrás, aquela garota risonha que sempre tinha um sorriso no rosto, que era feliz com o pouco, e que tinha liberdade pra ser quem ela queria ser. E é disso que eu sinto falta, soltei um suspiro e me lembrei do que ouvi no avião.
“Eu achei que ela era mais alta e mais magra. ”
“Na tv todos são perfeitos Margarete ”
As duas aeromoças riram e saíram sem perceber que a pessoa de quem ela falar, estava bem ali, escutando tudo.
Soltei um suspiro e passei as mãos nos cabelos em sinal de nervosismo, repulsa e nojo de mim mesma. Por ser essa pessoa que sou, por ser tão gorda, por não conseguir agradar ninguém, por ser esse mostro que faz de tudo pra ser perfeita.
Olhei em volta do quarto e vi o banheiro com a porta aberta, sorrir e fui em sua direção, mais antes mesmo de eu entrar e fechar a porta alguém entrou no quarto.
-Dulce - me virei e encarei meu pai, que me olhava com aquele olhar de desaprovação, aquele olhar de desconfiança. - você ia ao banheiro? - sua desconfia em mim era enorme.
-Ia lavar o rosto. -menti na cara dura.
- Não ia fazer outra coisa? - cruzei os bracos e dei um sorriso debochado.
-Sua confiança em mim é comovente. - minha voz saiu repleta de deboche meu pai Fernando, soltou um suspiro.
-Eu odeio sua mãe pelo o simples fato dela ter sido tao egoísta e não notar o que estava acontecendo com você. - ele ia começar, revirei os olhos. - você é perfeita filha.
-Perfeita? - ri - OLHA PRA MIM FERNANDO. -levantei o tom de voz. - olha pra mim droga. - as lágrimas molharam meu rosto.
-Eu deveria ter intervindo sua mãe quando tiver tempo. - sua voz saiu baixa e sofrida.
-Deveria mais você não o fez. - virei de costa - você preferiu fugir. -minha voz saiu repleta de magoa.
-Sinto muito filha. -enxuguei uma lágrima que rolou pelo meu rosto.
-Tarde demais pra sentir alguma coisa Fernando. - murmurei sem o encarar. - poderia sair.
-Por favor Dulce, não faça de novo. Por favor. - era fácil notar o tom de súplica em sua voz. - eu não vou suportar te ver daquele jeito de novo.
-Por favor me deixei sozinha. - mordi o lábio inferior na tentativa de segurar o choro que insista em sair.
Ouvi um suspiro e logo seus passos se afastando e fechando a porta em seguida.
Me deixei cair ao chão de joelhos e chorei.
Chorei pela a dor que me consumia.
Chorei pela pessoa que me tornei.
Chorei pela a dor que causei.
Chorei pela pessoa que um dia eu fui a pessoa que eu deixei tirarem de mim, o meu próprio eu.
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Modelo - Vondy
Random-Você é um estúpido se me amar. -Então eu sou a porra de um estúpido - ele se aproximou - por amar uma garota como você - o encarei enquanto lutava pra segurar as lágrimas - uma garota que não consegue enxergar o quanto é perfeita. -Eu não sou per...
