Eles caminharam durante algum tempo pela praça. A lua foi surgindo e o céu escurecendo.
— Este é o momento perfeito, vamos pra casa.
— Mas já?
— Precisa ver algo.
Eles voltaram para o prédio onde Leonard morava. Ele a levou até o terraço desta vez. O segurança ficou esperando na porta do apartamento dele.
Leonard balançava a perna no elevador ainda segurando a mão de Kirby, sem nem se dar conta. Ele suava, mas ela não estava se importando. Não conseguia parar de encará-lo. Ela já tinha aquela mania antes de conhecê-lo, mas parece que apenas piorou com ele. Não conseguia se cansar de vê-lo.
As portas se abriram. Leonard a conduziu até o parapeito. Mas ela nem precisou chegar até lá para ver o que ele queria mostrar. A vista da cidade de San Diego aquela hora era incrível. Claro que não era igual ao píer de Santa Mônica ou o horizonte de San Francisco, mas uma vista formidável para quem está acostumado a ver as coisas de cima. Mas o melhor daquela vista, fora ver através dos olhos de Leonard.
— Venho aqui quando estou cansado de tudo. E então me lembro de que há coisas piores lá fora. E embora eu esteja exausto, me lembro de que amanhã é outro dia e, sempre pode ser melhor.
— Ou pior.
Ele gargalhou balançando a cabeça.
— É, ou pior. Mas vai depender do meu esforço. E claro, de um empurrãozinho do destino.
Ela sorriu. Um sorriso verdadeiro, enquanto o encarava.
Leonard ficou um tempo admirando a vista, até que sentiu o olhar dela sobre ele.
Ele virou o rosto lentamente. Os olhares se cruzaram e prenderam-se um no outro.
Leonard passou o braço pela cintura dela e a trouxe para seu corpo enquanto ela colocava as mãos em seu pescoço. Ele a beijou com voracidade, sem esperar que ela fizesse.
Ele a prensou em uma parede próxima a eles e entrelaçou os dedos em seu cabelo. O vento soprou a favor deles, mas nada seria capaz de apagar aquela chama.
Kirby segurou no pescoço de Leonard e retribuiu com a mesma paixão. Sua intimidade pulsava pelo toque dele há muito tempo. E quanto mais sentia a ereção dele crescendo sob a calça jeans rasgada, mas sentia-se quente e úmida.
O toque de Leonard, ou a falta dele, a deixava ainda mais ansiosa pelo momento que tanto desejava. Queria experimentá-lo e saber se realmente era tudo que sua mente imaginava.
Mesmo se quisesse, Leonard não poderia mais negar a intensidade entre eles. Aquele fim de semana tinha sido criado para provar aquilo pra ele mesmo e deixar que enfim se libertasse.Kirby parou o beijo. Ambos ainda estavam no terraço e apesar da urgência em senti-lo, não achava aquele local adequado. Na verdade, também não se sentia pronta e uma parte do seu corpo pedia por cama, de uma forma que pudesse descansar e não gastar mais energia.
Ambos voltaram para o apartamento em silêncio.
— Podíamos ver um filme... O que acha?
— Boa ideia. Vou pedir pizza pra gente.
Ela sentou no sofá enquanto Leonard pedia uma pizza pelo telefone. Kirby escolheu Moana para assistir enquanto aguardavam. Um silêncio reinava no ambiente. Um silêncio que ambos estavam respeitando e não tinham coragem para quebrá-lo.
Eles começaram a comer durante o filme. De repente, Leonard estava deitado no sofá abraçado a Kirby, que dormia profundamente. Ele a escutou roncar e sorriu. Seu braço certamente amanheceria dormente na manhã seguinte, mas valeria a pena.
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Uma Mulher Como Eu
ContoKirby Cantwell é uma mulher insensível e que pouco se importa com os sentimentos alheios. Leonard Parker é um homem atrapalhado e com uma ficha amorosa pequena. O contrário de sua nova chefe. Kirby quer Leonard. E tudo que ela quer ela tem. Mas Leo...