O trânsito em Gaslamp Quarter estava terrível naquela manhã. E parecia que o tempo não estava a favor de Leonard. Seu relógio marcava 08:52. Ele precisava estar na sala de reuniões às nove e ainda faltava pelo menos 12 minutos de trajeto.
A nova sócia não gostava de atrasos e todos os funcionários da Editora Smith iriam ser formalmente apresentados a ela. Pelo que ouvira, normalmente ela não faria questão, mas seu conselheiro financeiro sugeriu que supervisionasse seu local de próximo investimento, a fim de evitar prejuízos futuros.
Leonard balançava a perna freneticamente olhando para o relógio de couro no pulso e para o trânsito.
O movimento começou e com o nervosismo acumulado em sua perna, Leonard acelerou um pouco demais e acabou batendo de leve em uma limousine a frente. O susto fez seu coração querer saltar pela boca.
— Ah, droga!
Ele balançou a cabeça e apoio-a no volante. Logo ouviu um homem gritando.
Ele levantou a cabeça e respirou fundo. Passou a mão nos cabelos loiros e saiu do carro. O trânsito ficou ainda mais lento.
— Eu sinto muito senhor! Não precisa se exaltar, irei pagar pelo estrago.
— Quem foi o filha da mãe perturbado que estragou meu carro?
Uma mulher de terninho preto saiu do carro. Os olhos cinzas o encarando com a frieza que ele nem mesmo era capaz de medir.
Leonard engoliu em seco e sentiu as palavras presas a garganta. A jovem olhou ao redor e viu apenas o homem loiro de olhos azuis, parado ao lado do carro que bateu com o seu.
Ela queria xingá-lo novamente. Mas também não queria. Ele era lindo demais. Como um anjo esculpido pelo próprio Michelangelo.
— Senhora, o trânsito a frente está melhorando e ainda estamos atrasados.
O motorista informou depois que acalmou-se. Kirby olhou para ele, como se todo o feitiço tivesse sido quebrado, e voltou seu olhar para o homem.
— Pegue o número dele para pagar o conserto e vamos.
O motorista apenas assentiu e foi até Leonard, que manteve o olhar nas belas curvas da mulher até que ela entrasse no carro e não tivesse mais nenhuma visão.
Ele passou o contato dele e da seguradora para o homem e voltou a dirigir o mais rápido possível, já que a batida não causou nenhum dano além do amassado em seu carro.
O trânsito desafogou pouco depois.
Kirby estava mexendo em seu celular impaciente. Odiava chegar em lugares atrasados. Mas sabia que aquela parte da cidade de San Diego costumava ser um pequeno caos em relação ao trânsito por ter muitos hotéis, restaurantes e outros estabelecimentos que atraíam um grande público.Poucos minutos depois sua limousine estacionou em frente ao grande prédio da Editora. Seu motorista abriu a porta e ela saiu.
— Trate de arrumar meu bebê até a hora do almoço. A menos que queira sua carta de demissão no para-brisa.
— Sim senhora.
Ela pegou sua bolsa e entrou acompanhada de um segurança que estava na parte da frente do carro. E ela mesma tinha pedido para não descer durante a breve discussão do motorista com o homem.
Aqueles olhos azuis vibrantes ainda não conseguiam sair de sua mente. Ficaram impregnados como o rosto da primeira paixão que ninguém ousa esquecer.
Ela respirou fundo no elevador e mandou mais algumas mensagens.
O Diretor da Editora a aguardava na entrada do elevador.— Senhorita Cantwell! É um prazer recebê-la.
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Uma Mulher Como Eu
NouvellesKirby Cantwell é uma mulher insensível e que pouco se importa com os sentimentos alheios. Leonard Parker é um homem atrapalhado e com uma ficha amorosa pequena. O contrário de sua nova chefe. Kirby quer Leonard. E tudo que ela quer ela tem. Mas Leo...