Solidão

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"(...)Quando você vai embora
Os pedaços do meu coração sentem a sua falta
Quando você vai embora
O rosto que eu conheci também me faz falta
Quando você vai embora
As palavras que eu preciso ouvir
Pra sempre poder levar o dia adiante
E fazer tudo ficar bem
Eu sinto sua falta(...)"
When you're gone- Avril lavigne

Solidão, era disso que eu enchia sua taça todos os dias desde que ela se foi, junto do vinho que descia sua garganta rasgando como uma bala, amargamente, fazendo de seu luto no mínimo tolerável

Faz seis meses desde que Serena partiu de sua vida, levando consigo, sua sanidade. Depois de todos esses porquês, ele ainda continuava a se perguntar, quando ela irá voltar. Sua mãe disse que ela se foi, que as ondas levaram seu corpo, que o mar agora é seu caixão

Nas primeiras semanas, ele se recusou a aceitar que ela se foi, se recusou em acreditar que sua amada foi levada de suas mãos como chuva lavando as campinas, se negou em acreditar que Serena descansava, agora, eternamente nos corais do profundo oceano, que seus olhos que exalavam vida, não brilham cintilantes mais. Depois de dois meses se exilou em seu quarto, onde nem a luz do sol conseguia entrar. Pendurou cartazes em toda capital, com o preço de captura muito alto para quem achasse ela com vida, como que se seu corpo pudesse estar andando entre os vivos

A esperança do jovem Principe foi a última a morrer, apodrecida; velha; sem remendação. Loga assim, depois de meses ele voltou a realidade, mas algo nele havia partido para sempre. Mais frio do que nunca, Jimin já não era mais o mesmo

Hoseok partirá agora, o deixaria só, em breve se casaria, teria pequenos humanos lindos de se ver. Ele jurou nunca esquecer seu melhor amigo, e sempre que poder visita-lo, logo ele teria filhos quem pudessem o chamar de "pai"

Rose, que sendo doce como era, respeitou o luto de Jimin e adiou seu casamento. Mas algo voraz brotou na pobre menina, talvez sua paixão por Jimin, não deixava a dormir, logo ela não via ele como um mero amigo, e muito mais que seu rei. Outro dia nos aposentos de sua majestade, algo bizarro aconteceu. No meio da noite uma tempestade de cabelos vermelhos invadiu seu quarto. Rose sentou ali, ao lado de sua majestade e o observou dormir, até que ele acordasse, assustado

" Serena?!?" Ele gritou ascendendo a vela, na esperança de ver seu rosto delicado outra vez, mas ao vez disso encontrou Rose
" Sou eu Jimin, Rose" sua voz saiu falha, ela não esperava que ele acordasse, muito menos que ainda chamasse aquele nome assombrado, que ainda rondava seus pensamentos, como realmente um fantasma
" Oh rose o que faz acordada a essa hora?" Disse ele, esfregando seus olhinhos. Seu rosto estava inchado, e seus lábios, naturalmente assim, mais inchados ainda, irresistívelmente convidativos, apenas uma curvatura era necessária, e ela poderia o fazer-los seus ali mesmo naquele instante, pura tentação
" Não conseguia dormir" ela limpa sua garganta para ouvir sua voz novamente clara "na verdade não consigo dormir bem faz algum tempo"
"Me pergunto o que tem tirando seu sonho minha querida" ele disse acariciando sua bochecha, levando uma mecha rebelde de seu cabelo para trás de sua orelha. Aquele era o ápice de sua benevolente paciência, no mesmo instante Rose atacou seus lábios, sem pensar duas vezes

Ela o beijou, um beijo acanhado e singular, levando sua mão até a nuca com intenção traze-lo mais perto, para afundar mais seus carinhos, fazendo o rapaz se chocar e bater contra seu dente e machucar a boca da menina. Ele ainda chocado por causa da ação repentina, nem percebeu que aquele deveria de ter sido o primeiro beijo dela. Assim dos lábios rosados da moça uma gotá de sangue arrastava-se pela boca, ela estava machucada

Jimin não amava muito menos a desejava, mas não queria a machucar, já que Rose nos últimos dias tem sido tão acolhedora e paciente, desde a perda de Serena
"Perdoe-me, eu não tive intenção" jimin tocara em seus lábios, tentando a ver seu machucado, mas foi impedido por Rose, que se recusava a ser consolada pelas mesmas mãos que tanto desejará, esquivou de sua pena e dó, não queria ser um objeto para seu remorso, queria seu amor não sua culpa
"Perdoe á mim, majestade, por acreditar que você possivelmente me amaria, mas percebo que meus sentimentos são recíprocos" rose vira suas costa, em qualquer outro dia, ele a censuraria, mas desta vez ele merecia, por ele não a merecer
"Alguma vez, eu tive alguma chance?" Ela perguntou porém o silêncio foi sua única resposta
"Nunca fui eu não é? Ainda é a Serena que você chama a noite, que você sonha e cobiça?"
"Sempre"
"Adeus, jimin" a porta se fecha, levando sua única amiga

Rose nunca mais foi ao aposentos do rei, e depois daquele dia, ela exigiu para seu pai mandar um navio só para ela, ela iria partir de volta para Agatha, e provavelmente, já que o casamento não foi consumado, casaria outro homem a altura, mas Rose sabia que não haveria outro homem em seu coração

Jimin com os gritos de sua mãe ao seu ouvido, pensava, que já não restava ninguém em sua vida que poderia o decepcionar mais, seu coração havia quebrado de todas as maneira que poderia, e remendado tantas vezes que nem se reconhecia sem todos os esparadrapos . Nada quebra como um coração, ele pensou

Então a noite, quanto o mundo foi dormir, ele resolveu fazer, uma viagem particular. Nada muito sofisticado, seria uma curta viagem de barco, sem volta, com o remo na mão e a solidão como um corvo de asas negras, ele navegou aquele navio pelo mar fúnebre. O pássaro que guiava o caminho, parado na beira do barco, lástima em tamanho grito que assustou o passageiro, batendo as asas voando para longe
"Veja meu caro, até tu me deixasse" disse o desaventurado Jimin, pobre alma, que agora desdita, traçava seus últimos passos até onde a corrente poderia o levar
"vivi no mar, e morrerei no mar" ele amaldiçoou ao vendo, com toda sua leveza carregando suas madeixas
Ele amarrou um corrente entre seus pés com bolas de metal para dar impulso. Ele cairia como uma bola de canhão no fundo do mar, para seu corpo nunca ser encontrado
"Eu criei elas" ele pensou "elo por elo"
O barco mexeu com o peso, e só parou de mecher, quando as correntes já afundavam o corpo de Jimin na água

Apenas quando inconsciente, ela surgiu, o erguendo como um mastro, tirando o peso das correntes de si.
Jimin flutuou como uma pena até a superfície iluminada pela luz da lua, sua face beijou a neblina que cercava o lugar. Ao lado do Rei, se encontrava uma dama, de cabelo negros e olhos azuis
"Jimin" Serena choraminga em seu colo, cabisbaixa. Ela temia que seu amado não mais vivia em seus braços. Dentre os laços da noite, a dama da águas carregava nada mais que mágoa, então sobre seus lábios secos, ela despejou seu luto, e de seus olhos uma lágrima solitária escorrega e cai nas bochechas de seu amado, que agora se tornava de volta em seu natural rosado

Vivo

Porém seus cabelos negros, agora se transformaram em um branco prateado, como se a própria lua tivesse o banhado, jimin tiverá concebido "O beijo da vida"

  O capítulo bônus vai ser divido em dois, que tinha muita coisa para esclarecer 😊

A Sereia(Fanfic+PJM)Onde histórias criam vida. Descubra agora