PARTE IV: Cobalto

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Kyungsoo sabia como armas funcionavam

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Kyungsoo sabia como armas funcionavam. O problema era que o rapaz era péssimo com elas. Tanto quanto Baekhyun era péssimo com ferramentas que não fossem virtuais ou em manusear objetos que não se resumissem às peças dos seus computadores.

Ali, diante de todos aqueles cyberpunks mais do que dispostos a exterminá-lo, ele não tinha escolha. Precisava lutar. Antes que a grade atrás dele o empurrasse para a morte por conta própria.

— A Placa-Mãe — ele disse a si mesmo, pressionando o gatilho quando um deles estava perto demais. O tiro acertou a orelha esquerda do ciborgue. — Eu só preciso acertar a Placa-Mãe, certo?

Kyungsoo passou a atirar uma vez após a outra, amaldiçoando em voz alta cada vez que errava a pontaria. Ele comemorou quando um de seus disparos fez a cabeça do ciborgue mais alto explodir. No entanto, mesmo naquele estado moribundo, com fios escapando de seu pescoço e os circuitos à mostra na altura do peito, a máquina continuava a andar em sua direção em meio a tropeços agonizantes.

O rapaz continuou atirando sem parar, o que só contribuiu para atrasá-lo, no fim das contas. Outros cyberpunks se juntaram ao primeiro, e logo ele estava encurralado. O metal às suas costas pareciam lembrá-lo a todo momento de que era impossível fugir.

— Morra — ele grunhiu, chutando o ciborgue mais alto no peito, vendo fumaça escapar de dentro do corpo metálico. A pele ao redor do estômago e dos pulmões estava completamente estraçalhada. Ele atirou uma outra vez. E outra. E outra. — Morra, morra, morra!

Sentiu um aperto incrivelmente forte em uma das pernas, vendo que uma ciborgue de cabelos castanhos com a testa rasgada agarrava sua canela, a boca repleta de dentes já apodrecidos e hastes de metal escapando pelas extremidades dos lábios esfacelados. Ela estava a ponto de mordê-lo quando Kyungsoo viu a placa que estava procurando atrás de sua cabeça, na parte inferior da nuca.

Ele sentiu o metal ferir sua pele, afundando levemente na carne quando ele pressionou o gatilho outra vez. A mulher estacou no meio do ato, tombando ao seu lado completamente sem vida, as mãos ainda segurando sua perna. Kyungsoo se livrou dela com um chute.

Na nuca, ele percebeu, após dar um fim ao ciborgue sem cabeça ao atingi-lo naquele ponto estratégico. Eu preciso atirar na nuca.

Com sua mira ruim, o garoto precisou esperar que eles estivessem muito perto para finalmente poder atirar. Era arriscado, ele sabia, mas não podia se dar ao luxo de acabar com toda a munição. Assim, enquanto o espaço entre ele e a parede diminuía cada vez mais, ele tratou de exterminar os outros quatro cyberpunks restantes. Isso lhe custou feridas no braço, nas pernas e no rosto. Ele podia sentir o sangue escorrer por uma das têmporas.

O último — um ciborgue com metade do rosto humano e metade máquina, sem ambos os braços e com pele pendendo do pescoço — encurralou-o contra a parede do outro lado quando Kyungsoo ficou sem munição. Em vez de guardar a arma no coldre outra vez, ele a usou para tentar mantê-lo longe. Seus dentes batiam uns contra os outros, tentando alcançar o seu rosto através de mordidas fortes e desesperadas. O rapaz conseguiu segurá-lo com o revólver em uma das mãos e manter seu corpo afastado com o joelho, o metal retalhando sua perna.

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